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Carlos Sperança

Adeus ao chocolate e as facções criminosas tomando conta de Rondônia


Adeus ao chocolate e as facções criminosas tomando conta de Rondônia - Gente de Opinião

Adeus ao chocolate

É certo que muitos negacionistas do clima, além de contrariar cientistas, também se deliciam consumindo chocolates e derivados. Provavelmente vão revisar seus conceitos se uma nova previsão dos cientistas se confirmar: o chocolate tende a ficar raro – e caro – por conta do aquecimento global.

A ameaça vem do Centro Internacional de Agricultura Tropical, em estudo sinalizando que a produção de cacau diminuirá drasticamente até 2030 devido às temperaturas alteradas nas regiões produtoras. Menor oferta e maior demanda significam alta de preços segundo as leis do mercado. A previsão chega justamente quando a produção amazônica de cacau se apresenta como promissora opção na trilha da bioeconomia.

 Jorge Amado popularizou a ideia de que o cacau é um ícone da Bahia, conceito que não vale mais para o século XXI. A produção amazônica de cacau cresce ano a ano e já é a maior do país sobretudo por conta do Pará, que já foi associado à sua famosa castanha, mas agora também exibe força no setor cacaueiro.

O pulo do gato está na dupla vantagem que o cacau, a exemplo da castanha, apresenta: manter a flora e a ótima chance de proporcionar aos povos da floresta, sobretudo na várzea, crescentes rendas para as famílias dos ribeirinhos. A patada da onça, entretanto, está na queda da produção por conta dos crimes ambientais, piora no clima e mau uso das riquezas da floresta.

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Tomando conta

As facções criminosas que estão desembarcando em Rondônia nos últimos anos e tomando conta do pedaço também no Amazonas, Acre e Roraima, estão desenvolvendo um combo cocaína-ouro, explorando as duas atividades conjuntamente. Com as divisas rondonienses desprotegidas, numa extensão de quase 1.300 quilômetros, está passando boi, passando boiada. Urge equipar melhor a Polícia Federal para combater facções bem armadas, com lanchas, caminhões e até pequenas aeronaves que volta e meia são identificadas voando baixo no Vale do Guaporé. Nunca o tráfico de drogas, o contrabando de ouro e de armas e a grilagem de terras estiveram tão prosperas na Amazônia. E seus tentáculos já alcançaram a política.

Obras marcantes

Evitando falar sobre os próximos passos para a inauguração da estação  Estrada de Ferro Madeira Mamoré, o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves tem a expectativa de encerrar seu governo do no ano que vem com 95 por cento das ruas de Porto Velho asfaltadas – ele já está próximo dcsta meta em algumas regiões da capital – inaugurando o novo terminal rodoviário que ele pretende antecipar para o mês de julho e dar o pontapé inicial na construção do Hospital Municipal, outra parceria sua com a ex-deputada federal Mariana Carvalho, campeã de emendas com recursos para obras municipais nos últimos anos.

Crise imigratória

O Ministério Público Federal-MFF está cobrando ações do governo Lula em apoio aos municípios na fronteira do Acre alvo de uma crise imigratória dos países vizinhos. O órgão pleiteia um plano de contingencia conjunta, entre a União o estado do Acre e os municípios da região da tríplice fronteira em condições de proporcionar um acolhimento humanitário para os imigrantes que chegam da Bolívia e do Peru, principalmente de famílias venezuelanas que traçam uma rota de imigração ao sul do Brasil a partir de Rio Branco na busca de empregos na construção civil, cooperativas e frigoríficos no Paraná e Santa Catarina. 

A licitação

A licitação para a contratação de uma nova empresa de coleta de lixo e de resíduos sólidos em Porto Velho ainda está engasgada no Tribunal de Contas do Estado –TCE. De um logo a Marquise (com sede em Fortaleza licitada pelo falecido prefeito Chiquiito Erse) segue prestando seus serviços há quase vinte anos – de outro o prefeito Hildon Chaves interessado em abrir concorrência para uma nova empresa. Como existem suspeições reclamadas no direcionamento da licitação, o TCE está tomando todo cuidado, todas as precauções para que haja lisura no certame.

Pulso firme

Rondônia precisa de alguém com mais pulso firme para liderar uma frente ampla para resgatar sua malha aérea tão prejudicada pelas últimas decisões das empresas. Vereadores, deputados estaduais e federais, senadores e prefeitos não estão dando conta do recado e as empresas seguem deitando, rolando e enrolando. Será preciso importar alguma liderança de outro estado para desembarcar (havendo algum voo disponível, é claro...) no aeroporto local para liderar os protestos? É um final e ano de caos. As companhias vendem mais assentos do que estão disponíveis e a coisa virou um samba do crioulo doido.

 

Via Direta

*** Encolhido em Rondônia, o PT rondoniense se reuniu em Ji-Paraná no final de semana para traçar as diretrizes do partido para as eleições municipais *** Sem consenso com relação a possíveis alianças para 2024, o partido chutou para março as reuniões para definir seus rumos, mas tudo longe do campo bolsonarista *** Trocando de saco para mala: como um polvo gigante com seus enormes tentáculos o senador Confúcio Moura vem atraindo lideranças para o MDB rondoniense. Já está bem claro que ele deseja voltar a reinar no Centro Político Administrativo em 2026 *** O ano está terminando e os impasses para a inauguração da reforma da estação da Estrada de Ferro Madeira Mamoré não se resolvem.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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