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Carlos Sperança

Ainda há tempo + Bomba relógio + Evangélicos em pé de guerra + Baita abstenção


Ainda há tempo + Bomba relógio + Evangélicos em pé de guerra + Baita abstenção - Gente de Opinião

Ainda há tempo

O Poder Executivo é muito forte no Brasil, mas depende de um ministério concatenado, de cumprir rigorosamente as leis para não judicializar suas ações e só consegue governar com o apoio da maioria do Congresso. Um governo desconexo, com bate-cabeça entre ministros e sem apoio no Congresso esbarra na vigilância do Ministério Público e nas sentenças do Judiciário.

O governo Bolsonaro não tem um plano, como o de Metas, Cruzado ou Real, e seu ministério se divide em alas conflitantes. É ainda uma esperança de combate à corrupção, mas só teve sucesso em áreas estritamente técnicas e a pauta reformista só avançou nos itens em que Congresso comprou a ideia.

No meio ambiente, o desastre governamental só não é pior que nas Relações Exteriores. Por isso os empresários nacionais, estrangeiros e investidores em geral passam a dirigir apelos crescentes à Câmara Federal e ao Senado. Já antes da pandemia havia sinais de um “parlamentarismo branco” em gestação no país. Se o governo não se corrigir e houver uma crise, o Brasil nadará de braçadas para o parlamentarismo.

Praticada no Império, essa forma de governo jamais passou em plebiscitos, mas agora já se apresenta quase em estado sólido. Ainda há tempo para o governo resolver os problemas do meio ambiente e da imagem no exterior, mas precisa andar rápido para tirar a Amazônia do atual foco negativo.

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Bomba relógio

A prisão do ex-diretor financeiro da Assembleia Legislativa de Rondônia, Moisés de Oliveira em Brasília, torna o mano do ex-presidente daquela Casa de Leis Carlão de Oliveira, uma verdadeira bomba-relógio. Ele sabe decorado e salteado os nomes dos ex-deputados, empresários, políticos e comunicadores que roubavam ou recebiam propinas da Casa de Leis. Seu sumiço durou nove anos, o que era um conforto para os rapinadores. Na época muita gente envolvida, mas  Carlão de Oliveira não delatou ninguém e suportou tudo no osso do peito.

Em pé de guerra

Os evangélicos entraram em pé de guerra na disputa pela prefeitura de Porto Velho na eleição de 15 de novembro. De um lado, a Igreja Universal lançando o ex-deputado federal Lindomar Garçom (Republicanos), de outro lado a poderosa Assembleia de Deus, com seus dois grandes segmentos – As missões e Madureira - projetando a postulação do ex-deputado estadual, radialista e apresentador de TV Edvaldo Soares (PSC) cuja trajetória política maior ocorreu em Ji-Paraná.

Acordão fechado

As duas lideranças da Assembleia de Deus, pastores Joel Houder e Valadares fecharam acordo em torno da candidatura de Edvaldo Soares. A vereadora Joelna Houder, que deixou o MDB, ingressando no PCS seria o nome mais competitivo para a peleia, mas ela optou por dar sequência a sua carreira política como vereadora e disputar uma cadeira Assembleia Legislativa em 2022. Os evangélicos buscam aumentar a representatividade na eleição deste ano.

Conta da oposição

Qual é a conta da oposição se o atual prefeito Hildon Chaves disputar a reeleição? É que quem for ao segundo turno com ele – porque com tantos candidatos fragmentando o eleitorado teremos uma eleição em duas etapas -, seja Leo Moraes, Ruy Mota, Ramon Cajui, Ciça do Manoelão, Mauro Nazif, Vinicius Miguel ou qualquer outro nome, leva a melhor. A oposição considera que o tucano não tem teto acima de 25 por cento dos votos e rejeição alta, o que seriam indicativos de fracasso em segundo turno..

Baita abstenção

Com a pandemia ainda assustando a população e a existência de uma baita rejeição a classe política brasileira a eleição de 15 de novembro está se transformando numa grande incógnita. Já pode ser projetada uma enorme abstenção nas urnas, uma tendência que só vem aumentando nos últimos anos e que pode se agravar com a peste. Com tudo isto acontecendo os diretórios municipais devem refazer suas contas até sobre o coeficiente eleitoral para a eleição dos vereadores nesta temporada.

Via Direta

*** Nada mais me surpreende na corrida eleitoral em Porto Velho, com a maior abundância de concorrentes de todos os tempo *** Indicativo de uma nova surpresa na eleição da capital. Já tem zebra trotando nos campos de Porto Velho *** O município de Jaru, na Bacia Leiteria cravou 42.758 eleitores no recenseamento do TSE e se tornou o sexto maior colégio eleitoral do estado *** Rolim de Moura vem logo em seguida com 39.338 eleitores *** Curiosa mesmo é a disputa do número habitantes e eleitores travadas por dois municípios no Vale do Jamari: Machadinho do Oeste com 22.666 eleitores e Buritis com 22.608, a coisa é pau a pau, torcida brasileira *** Nem tudo voltou ao normal em Rondônia com a abertura do comércio: os consumidores se mostram retraídos, com escorpião no bolso..

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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