Quinta-feira, 31 de março de 2022 - 08h04
O
Estado máximo, com tudo planejado, nos mínimos detalhes, e o Estado mínimo
neoliberal, ao sabor do mercado, são fantasias perigosas. O primeiro leva ao
autoritarismo, o segundo a um polo de riqueza para poucos e a pobreza para
muitos, com a proletarização da classe média. Um Estado funcional compreenderia
a economia circulante, como proposto na Holanda, com a governança apoiada em
pesquisa e experiências ágeis, sem ceder ao populismo de seitas que expurgam (o
palavrão da moda é “cancelamento”) as vozes discordantes.
O
caso do rio seco na Amazônia colombiana, que espantou o mundo com o desastre em
tempo real, só é uma novidade para quem ignora que secas anteriores reduziram as
águas a níveis preocupantes. É uma realidade incômoda, logo afastada da mente pela
primeira chuva forte. Os rigores climáticos, no entanto, precisam ser vistos
como desafios à capacidade humana de preveni-los no limite do possível e remediá-los
com rapidez.
No
recente evento do Hub de Bioeconomia Amazônica, sobre “Economia verde na
Amazônia no contexto da Covid-19: o capital natural no centro das decisões
políticas e econômicas”, saltou aos olhos a conclusão de que a Amazônia não foi considerada nas estratégias
de recuperação econômica no país. Sequer se trata de esquecimento, pois as
demais regiões também não foram. A agenda brasileira ainda é um rascunho.
.........................................................................................
Usina de Tabajara
Ainda
envolta em impedimentos causados pela falta de licenças ambientais, a construção
da Usina Hidrelétrica de Tabajara, em Machadinho do Oeste foi retomada através
de audiências públicas. O cronograma com relação a implantação da usina está
atrasado, lembrando que até a instalação de canteiros e contratação de mão-de-obra
foram interrompidas em 2021. Além das licenças ambientais também causam atraso
as consultas as comunidades indígenas que se dizem atingidas com a construção
do reservatório. Parece até o caso da reconstrução de BR- 319, todo ano com
problemas de judicialização.
A longevidade
Entra
em discussão a implantação do sistema de semipresidencialismo no Congresso Nacional.
Na verdade, a modalidade já funciona a décadas, pois todos os ex-presidentes
acabaram se ajoelhando diante dos congressistas, com o “Centrão” dando as
cartas de Sarney a Collor e Itamar Franco
e FHC, de Lula a Dilma e Temer e agora com os parlamentares desta coalizão
voltando a transformar os mandatários brasileiros em fantoches e rapinando o
erário sem dó e nem piedade com Jair Bolsonaro. Com Lula e Bolsonaro já polarizando,
sendo eleito qualquer um dos dois, nada mudará no sistema presidencialista. Será
o “Centrão” mantendo a longevidade.
Orelha a orelha
Como
tudo está dando certo na sua articulação, o governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto
Velho) toca seu projeto de reeleição com um sorriso de orelha a orelha e já
mostra suas credenciais para o pleito deste ano. Vai usar seus secretários mais
atuantes para disputar cargos a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa e
segue entendimentos com o MDB de Lucio Mosquini para cooptar a sigla liderada
no estado pelo ex-governador Confúcio Moura reforçando ainda sua coalizão
buscando formações representativas nos parlamentos.
Antenas ligadas
Do
lado da oposição os candidatos aguardam o final do prazo da desincompatibilização
daqueles que pretendem disputar cargos eletivos a Assembleia Legislativa e Câmara
dos Deputados bem como o prazo estabelecido para as mudanças de partidos (acaba
amanhã), a conhecida janela partidária, cujo sistema proporciona aos parlamentares
mudarem de agremiação sem a punição da perda dos mandatos. A grande correria
vai ocorrer hoje com os ajustes finais das nominatas da Assembleia Legislativa
e Câmara dos Deputados. Por enquanto ao governo estadual se tem como fator
polarizador ao governador Marcos Rocha, o deputado federal Leo Moraes (Podemos-Porto
Velho).
Rachando a BR
A
curiosidade desta eleição 2022 é a existência de dois candidatos a governador
em Ji-Paraná rachando o eleitorado da BR, que são o bolsonarista Marcos Rogério
e o petista Anselmo de Jesus Da última vez que isto aconteceu o lançamento de
dois candidatos na mesma base na capital da BR- que foram José Bianco e Acir
Gurgacz – a fragmentação do eleitorado regional beneficiou Ivo Cassol que
passou ao segundo turno e derrotou José Bianco. A história, como se vê é
recorrente e este racha beneficia Marcos Rocha e Leo Moraes para seguirem em
segundo turno. Há boatos de que os dois candidatos da capital da BR podem
deixar a peleja. Será?
Via Direta
*** Tirando dúvidas dos leitores: O primeiro
governador eleito pelo voto direto em Rondônia ocorreu em 1986, com o advogado
Jerônimo Santana (MDB-Porto Velho) *** Na eleição seguinte, em 1990 conquistou o
antigo Palácio Presidente Vargas o médico Oswaldo Piana Filho (Porto Velho) *** O interior do estado só chegaria ao
poder em 1994, com Valdir Raupp (Rolim de Moura), seguindo a BR no comando de Rondônia
com José Bianco em 1998, Ivo Cassol (Rolim de Moura) a partir de 2002 eleito reeleito, Confúcio Moura (Ariquemes) eleito e
reeleito a partir de 2010 e o atual governador Marcos Rocha desde 2018 *** O interior rondoniense emplacou seis mandatos de governador,
a capital somente três *** A coisa tem
explicação: Dois terços da população do
estado está radicada no interior.
Sem perdãoHá pessoas que se dizem cristãs, mas abrem caminho ao inferno ao ofender os semelhantes, esquecendo que uma das principais lições do crist
Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho
O jogo da Amazônia Em todo o mundo se tornou obrigatória a pergunta “e agora, com a eleição de Trump nos EUA?” Mao Tsé-tung disse que se os chinese
É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira
DesbranqueandoA jornalista brasileira Eliane Brum, descendente de italianos e filha de pai argentino nascida em Ijuí, Noroeste gaúcho, certo dia dec
A classe política está querendo antecipar o processo eleitoral de 2026
Tartarugas humanasO desmatamento e a piora do clima causam prejuízos generalizados aos povos amazônicos. Os que mais assustam são as perdas na agri