Segunda-feira, 27 de setembro de 2021 - 09h37
Ao contrário do assustador “deep state”
denunciado pelo presidente Theodore Roosevelt como a engrenagem que controla os
governos e escraviza o povo, a burocracia profissional brasileira tem sido um
sopro de ar saudável em um governo dividido em alas que vivem intensa disputa
interna entre ideológicos, fundamentalistas, militares e agora o Centrão.
Os decretos que preparam a introdução do 5G
nas comunicações, referentes à rede privativa do governo e ao programa de
conectividade na Amazônia, abrem caminho a um leilão sem surpresas. Funcionam
como terraplanagem de obra. Os procedimentos comprovam que a união em torno de
consensos é possível. No caso das vacinas, mesmo com o presidente sendo
contrário o Brasil avança na imunização.
Repleto de disputas entre empresas e
governos, o 5G precisa vir com a garantia do melhor formato para o Brasil. A iniciativa
de aplainar o caminho para o Programa Amazônia Integrada e Sustentável (Pais) é
uma conquista importante, garantindo banda larga de boa qualidade aos
amazônidas por uma rede de fibra óptica de alta capacidade junto aos rios da região.
Por ora, na burocracia profunda a arquitetura vai funcionando. Mas como será a
maior licitação de todos os tempos e o prazo para completar o alcance vai ao
menos até 2027 as chances de gritarias polares acima da superfície ainda
continuam enormes.
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Rocha x
Rogério
Numa guerra bolsonarista em Rondônia, o governador
Marcos Rocha que recentemente assumiu o comando do PSL no estado e o senador
Marcos Rogério, o comandante dos Democratas, se articulam desde já para ficar
com o bastião do novo partido que sairá da fusão entre o PSL e o DEM. Como
ambos são candidatos ao governo, quem perder esta disputa também perde a
indicação do novo partido. Ou seja, quem perder a peleja na nova sigla terá que
procurar outra legenda para dizer que é sua para a disputa do CPA Rio Madeira.
Guerra
é guerra!
Para efeito externo, de consumo público,
existe um discurso de apaziguamento entre as partes bolsonaristas, que tudo vai
se encaminhar num consenso, etc. Mas nos bastidores já se sabe que vem por aí uma verdadeira guerra para o controle
do novo partido bem como suas consequências de racha. O governador Marcos Rocha
vai ao PSL com as bênçãos do presidente Jair Bolsonaro, já indicando desde já
sua preferência para a disputa do governo de Rondônia. Mas é certo também que
haverá compensação para o senador Marcos Rogério, fiel escudeiro do Palácio do
Planalto na CPI do Covid, se apoiar Rocha em 2022.
Apoio difícil
É considerado muito difícil um entendimento
entre Marcos Rocha e Marcos Rogério. No caso de o senador democrata ser
preterido pelo bolsonarismo, ele tem a opção de apoiar o prefeito de Porto Velho
Hildon Chaves ao governo estadual, indicando o seu vice, um nome oriundo da sua
base no interior do estado. Seu candidato ao Senado já está resolvido desde já,
apostando suas fichas no ex-senador Expedito Junior que está no PSDB, mas de malas
prontas para o PSD. Teremos dias de encenações, de indicativos de uma trégua entre
as partes, mas o caminho natural do candidato preterido pelo Planalto é chutar
o pau da barraca – caso não seja bem aquinhoado com compensações.
BR do
Mar
Os caminhoneiros acompanham com atenção e de
cabelos em pé a criação da BR do Mar, que é um projeto do governo incentivando
a navegação de cabotagem (transporte marítimo de cargas). O projeto avançou no Senado,
com a aprovação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) e vai aumentar a
oferta de navios para transportes de cargas em todo o País pelo mar, barateando
o custo do frete tão elevados pelas estradas. Com um navio lotado, podem ser descartados
dezenas de caminhões transportando cargas e podendo redundar até em desemprego
no setor. As avaliações e os entendimentos sobre o tema continuam para se
buscar uma solução salomônica entre as partes envolvidas.
Milho
importado
Como se sabe,
é a necessidade faz o sapo pular e em função das necessidades internas do País
o presidente Jair Bolsonaro assinou medida provisória zerando os tributos para
a importação de milho até 31 de dezembro. O produto escasseou no País depois de
tantos milhares de toneladas exportadas para a China desde 2020 além da
estiagem que atingiu os principais estados produtores resultando em escassez.
Estados brasileiros que até o ano passado exportavam o cereal, como é o caso do
Paraná, agora estão importando, já que como insumo o milho é de vital
importância para as criações de gado, porcos e aves.
Via
Direta
*** Já temos os primeiros movimentos em torno
das eleições estaduais pelo Brasil afora. Em São Paulo, Geraldo Alckmin vai liderando
as intenções de votos e deve fazer oposição as pretensões presidenciais de João
Dória *** No Acre, o ex-governador Jorge
Viana (PT) se prepara para destronar o governador Gladson Camelli nas eleições
do ano que vem. Vai ser uma briga boa naquelas bandas onde já viceja forte o
agronegócio *** Ainda em novembro, o ex-presidente Lula desembarca em Rio
Branco para o lançamento deste antigo e fiel aliado, líder do clã Viana *** A parada com Camelli é uma difícil
missão para os petistas, já que o Acre é um dos principais redutos
bolsonaristas do País, como também é o nosso estado de Rondônia.
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