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Carlos Sperança

Ano de 2022 foi ruim para os “macacos velhos” da política


Ano de 2022 foi ruim para os “macacos velhos” da política - Gente de Opinião

A onda climática

A eleição nos EUA apresentou aspectos semelhantes ao pleito de outubro no Brasil com o equilíbrio entre azuis (democratas) e vermelhos (republicanos). Até nas cores houve semelhança: o ex-presidente Donald Trump achava que haveria uma “onda vermelha” para abrir caminho à sua volta ao poder em 2024 e o ex-presidente Lula confiava que sua própria onda levaria ao fortalecimento do PT, mas não houve onda vermelha nem lá, nem aqui. Nesse quase empate, venceu a onda climática.

Nos processos eleitorais pelo mundo vê-se que os eleitores dispostos a ir às urnas para votar estão divididos e um número crescente prefere usar o feriado para pescar porque não confia em eleições como instrumentos de mudança nos rumos de um país. A alta abstenção decorre de um fato que nem a propaganda mais competente consegue mascarar: a alternância no poder entre alas do mesmo sistema não tem resolvido os problemas socioambientais, que só pioram.

Enquanto aos pobres só resta tentar sobreviver, há o interesse das famílias ricas por viver em Marte, já convencidas da impossibilidade de salvar a Terra. Mas se todos não se empenharem em dar fim à escalada da guerra e garantir o clima adequado à vida é possível que o apocalipse venha antes que as melhores naves sejam fabricadas e luxuosos espaçoportos tenham passagens disponíveis na classe econômica.

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O mais votado

Deputado federal mais votado em Rondônia, com cerca de 85 mil votos, o ex-secretário da Saúde de Rondônia Fernando Máximo (União Brasil-Porto Velho) já percorre os municípios agradecendo o eleitorado e se colocando à disposição dos prefeitos para dar seu apoio as municipalidades com emendas ao orçamento 2023. Bem articulado, Máximo deve projetar voos maiores nos próximos anos, como a prefeitura de Porto Velho ou até mesmo o Senado daqui a quatro anos. O combate ao covid no estado foi sua marca e ele próprio padeceu com a doença, sensibilizando a população.

A reconstrução

Prometida pelos presidentes anteriores – Dilma Rousseff (PT) em dois governos, o golpista Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL) – a reconstrução da BR 319 se arrasta há décadas e segue como uma grande preocupação das lideranças de Rondônia, Amazonas e Acre, quanto a sua conclusão no governo de Luís Inácio Lula da Silva que assume em janeiro. Os bolsonaristas da região temem que a ex-ministra Marina Silva, temida pela extrema direita por ser defensora dos rios, das florestas e dos biomas assuma o Ministério do Meio Ambiente e paralise as obras de vez nos trechos em andamento.

As dificuldades

Na verdade, novas dificuldades surgiram para a reconstrução da estrada que liga Porto Velho a Manais, cujo trecho do meio tem sido o grande entrave. Como se recorda, há pouco tempo duas pontes desabaram na rodovia e precisam ser reconstruídas. Sabe-se que existe um cronograma de obras em andamento que poderá ser retardado mais uma vez com o período de chuvas que se aproxima e que deixa tudo um lamaçal só, paralisando o trafego de caminhões e ônibus de passageiros. É mais um ano perdido e mais ainda agora com os ambientalistas criando asas.

Ano sofrido

  Foi um ano sofrido, este 2022, para as lideranças mais antigas em Rondônia. O ex-governador Ivo Cassol (PP), o ex-senador Amir Lando (MDB) e o ex-prefeito de Porto Velho José Guedes (PSDB) sequer conseguiram garantir suas candidaturas ao governo estadual e ao Senado. O ex-senador Expedito Junior, favorito ao Senado, apostou em parcerias equivocadas e acabou sucumbindo. O ex-deputado federal Mauro Nazif (PSB) não se reelegeu caindo frente a novas lideranças. O ex-deputado estadual Hermínio Coelho (PT) foi outra liderança tradicional sem conseguir voltar ao pódio. Ano ruim para os macacos velhos da política.

As expectativas

Os Estados de Rondônia e Acre têm expectativas com relação a participação de suas lideranças no governo Lula. São os casos do ex-governador Jorge Viana (PT-AC) e da ex-senadora Fatima Cleide (PT-RO). Ambos disputaram cargos eletivos nos estados bolsonaristas, no sacrifício, e deverão ser valorizados. Viana perdeu a eleição para o governador Gledson Cameli, Fatima disputou uma cadeira a Câmara dos Deputados, foi bem votada, mas faltaram os votos de legenda para galgar o pódio. Na falta de cargos em Brasília, também restarão cargos regionais para Jorge Viana e Fátima Cleide.

Via Direta

*** O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin que comanda a Comissão de Transição para o governo Lula começa a colocar o dedo da ferida na gestão Bolsonaro no meio ambiente com levantamentos sobre aumento das queimadas no bioma amazônico *** É um tema que causa revolta no meio do agronegócio como nos segmentos pecuaristas, madeireiros, garimpeiros e produtores de grãos, como a soja e milho, grandes devastadores na Amazonia *** Os congressistas se voltam para a eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados que pode continuar sendo Arthur Lira (PP-AL) e o Senado onde Rodrigo Pacheco (PSD-MG) *** Pelo menos existem articulações neste sentido e a possibilidade do presidente eleito Lula não meter o bedelho na questão sucessória dos parlamentares.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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