Sexta-feira, 24 de março de 2023 - 10h29
“Como
acabar com o desmatamento criminoso se as pessoas dependem dele para
sobreviver?”, a questão mais cínica levantada na Amazônia, acaba de ser
respondida por uma pesquisa do Instituto Escolhas, demonstrando que a redução
da pobreza e o desmatamento da floresta podem andar juntos por meio de cadeias produtivas
de alta rentabilidade que não causam impacto negativo na floresta e aceleram a
promoção social.
A
capacidade de dar respostas contundentes aos criminosos é decisiva na batalha
do clima. Mesmo as mortes violentas de pesquisadores ambientais, religiosos e
lideranças indígenas precisa ser respondida com a força de exemplos imortais. Os
assassinos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, mortos em
junho de 2022 no Vale do Javari, por exemplo, jamais poderiam imaginar que suas
vítimas seriam imortalizadas de uma forma biopoética.
Duas
novas espécies da levedura descobertas na Amazônia por pesquisadores de Minas
Gerais, Tocantins e Canadá ganharam seus nomes: “Spathaspora brunopereirae” e “Spathaspora
domphillipsii”. Não são leveduras triviais. Elas têm a propriedade de converter
resíduos de madeira (d-xilose) em etanol, o que as projeta como opções no setor
de combustíveis, e também em xilitol, adoçante natural para diabéticos, com
implicações na qualidade de vida. Em grego, bio.
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Duas correntes
Com
duas correntes políticas distintas, o MDB de Rondônia segue sua trajetória diversionista.
De um lado, o presidente estadual, o deputado federal Lucio Mosquini, um
bolsonarista empedernido e apoiador do governador de Rondônia Marcos Rocha. De
outro, o senador Confúcio Moura, maior destaque da bancada federal, oposição ao
governador Marcos Rocha e adepto da base de apoio do atual presidente Luís Inácio
Lula da Silva. Com isto, o partido terá interesses dispares nas eleições
municipais, a começar em Porto Velho, onde poderá contar com duas candidaturas
distintas para bater chapas nas convenções partidárias.
Polemica esfriando
Com
a polemica do IPTU esfriando e a comissão de investigação da Câmara Municipal
de Vereadores examinando as causas dos reajustes astronômicos no tributo, o
prefeito Hildon Chaves segue a vida obtendo a proeza de tocar pavimentação em
pleno inverno amazônico. A coisa só acalmou depois do alcaide garantir aos
contribuintes que o preço a ser cobrado do IPTU será o mesmo do exercício de
2022, mais inflação, uma grande vitória da comunidade. Se a cidade com seus
movimentos populares não gritasse o brutal reajuste seria imposto goela abaixo aos
contribuintes. O povo unido virou o jogo.
Papo furado
O
governo federal não dá conta nem da restauração da BR 364 e da pavimentação da
BR 319, e eis que anuncia através do Dnitt a construção da ponte binacional
sobre o Rio Mamoré em Guajará Mirim. A medida entusiasmou vereadores, deputados
e todo mundo está acreditando numa promessa que passa dos 40 anos. O povo da
Pérola do Mamoré na fronteira, está recebendo com cautela a anuncio, pois
também o compromisso da Hidrelétrica da Cachoeira Speranza não deu em nada e era
papo furado. Seja em governo de esquerda, ou de direita, proliferam os anúncios
de obras, a maioria catimbadas pelo tempo.
Escalada da violência
A
grande verdade é que se as autoridades brasileiras não têm reagido contra o
crime organizado e o país pode se transformar num paraíso para os carteis do narcotráfico.
Rondônia já é quintal dos carteis a um certo tempo e as consequências estão aí
para se ver, um banho de sangue na disputa por território, a exemplo do que
ocorre em maior escala no Rio de Janeiro. No governo Bolsonaro, o então ministro
Sérgio Moro tentou endurecer e moralizar as coisas nos presídios e punir os chefões
do tráfico e acabou sendo demitido. Agora, ameaçado pelo narcotráfico é acusado
de encenar atentado contra ele mesmo pelo presidente Lula. É coisa de louco.
Crise e boquinhas
Com
a crise, comercio berrando, vendas de carros encolhendo, transações
imobiliárias definhando, o governador Marcos Rocha enfrenta um verdadeiro chororô
de pedidos de nomeações dos partidos aliados. Parecem gatinhos esfaimados
tateando pires de leite. Rocha até aumentou o número de secretarias visando
oportunizar mais cargos para os aliados da sua base de sustentação, mas se
fosse atender a todos os clamores dos políticos teria que criar umas duzentas
secretarias e ainda seria pouco. Não bastava os políticos derrotados nos
pleitos passados que se abrigam no governo e na Assemblei Legislativa.
Via Direta
*** As nomeações de cargos federais em Rondônia
seguem com parcimônia. Os partidos da base aliada do presidente Lula aguardando
as nomeações, inclusive a ex-senadora Fatima Cleide, expoente petista no estado
***
Começam os primeiros movimentos no tabuleiro sucessório em Porto Velho. O que é
de causar perplexidade é o número de possíveis candidatos à sucessão do prefeito
Hildon Chaves. É mais de uma dúzia *** A
antecipação das corridas sucessórias municipais é uma realidade também no interior
rondoniense. Tanto em Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena, os opositores já tacam o pau
nos prefeitos que disputam a reeleição *** A campanha 2024 promete grandes
duelos regionais.
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