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Carlos Sperança

As fronteiras rondonienses apinhadas de traficantes e alvo do tráfico internacional


As fronteiras rondonienses apinhadas de traficantes e alvo do tráfico internacional - Gente de Opinião

Lições que salvam

Desqualificar críticas alegando que são intrigas da oposição nunca dá bom resultado. O lulismo esteve a um passo do aniquilamento com a cassação da presidente Dilma Rousseff e a Operação Lava Jato. Já seria uma página virada se não fosse o erro de afastar Dilma sob falso pretexto (as pedaladas) quando ela já estava perdida por si mesma, e os escorregões da Justiça em absurdos processuais dos quais Lula saiu abalado, mas forte.

Agora é o bolsonarismo que está em palpos de aranha. Ao contrário de acolher as críticas e corrigir falhas, o governo se pautou pelo radicalismo, com seguidores cometendo trapalhadas infantis que levaram o governo a colher derrotas no Congresso e na Justiça. O governo poderia ter focado na economia, onde mais acertou, aproveitado o correto hábito do presidente Jair Bolsonaro de voltar atrás nas situações em que desfez equívocos e fez boas escolhas (como na vacinação), mas se pautou pela negatividade das futricas. Usando a propaganda para ataques a opositores, deixou de reforçar resultados positivos e perdeu para si mesmo.

Para não cometer os mesmos erros, o governo Lula 3 deveria ouvir o lamento de Altamira em relação a Belo Monte. Em tempo de polarização, com o PT minando a Frente Ampla de união nacional, deveria aprender as lições da história. O florianismo, o getulismo e o janismo se arruinaram por não as seguir, mas o lulismo e o bolsonarismo ainda têm chances para virar a chave.

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Grandes desafios

Já empossado desde domingo com seu vice Sergio Gonçalves e mantendo quase todo seu secretariado da sua gestão anterior, o governador Marcos Rocha, que apostou num bolsonarismo mais suave e por isto acabou levando o apoio até do PT no segundo turno, assume com grandes desafios pela frente nas esferas da saúde e da segurança pública, setores onde faltou eficiência. Na saúde ele acredita que a construção do Euro poderá resolver a coisa (mas se for assim teremos mais uns dois anos de espera pela frente). Na segurança pública tem o compromisso de reforçar os quadros e equipar as policias civil e militar.

Nas fronteiras

Com as fronteiras rondonienses apinhadas de traficantes e alvo do tráfico internacional de drogas e de armas pesadas, Rondônia não tem como reduzir a violência sem enfrentar as facções criminosas. A esfera federal é, de fato, responsável pelo combate ao narcotráfico, mas não tem revelado competência para sozinha resolver este drama da sociedade rondoniense. Os presídios estão lotados de traficantes, as facções criminosas disputando território palmo a palmo nas regiões mais populosas. Porto Velho tem sido palco de uma disputa sangrenta e com embates terríveis com tantas execuções. Asfixiar o narcotráfico é preciso.

O inverno amazônico

Inimigo dos governadores e dos prefeitos rondonienses – principalmente de Porto Velho – o período do inverno amazônico geralmente de chuvas torrenciais e alagações -  não poupa nem as mãezinhas das autoridades. Mas por incrível que pareça tanto o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves como o governador Marcos Rocha se reelegeram na estação das chuvas. Ao lado da redução das chuvas nas últimas temporadas, também tem a favor no caso da capital, o avanço das ações de macrodrenagens pelas regiões mais baixas da cidade.

Região central

Quem vê bairros alagados em Porto Velho e a região central mais saneada não é capaz de acreditar que também o centro da capital penou muito tempo com lamaçais nas ruas alagadas. Em primeiro lugar porque chovia cinco vezes mais nos primórdios dos anos 80. Chovia dias inteiros, semanas inteiras sem parar. Os prefeitos Francisco Paiva e SebastiãoValadaes, trabalharam pesado na macrodrenagem na época, mas não contavam com recursos para avançar em coleta e tratamento de esgoto. Seus sucessores também. Por isto até hoje temos ruas e avenidas com fezes pululando. Saneamento é outro grande desafio do prefeito Hildon e do governador Marcos Rocha.

A expectativa

Também rola uma grande expectativa nesta união política entre o prefeito Hildon Chaves e o governador Marcos Rocha com relação a construção do novo terminal rodoviário de Porto Velho, coisa enrolada há muitos anos. Sucessivos governadores e prefeitos prometeram e não cumpriram. Já foi um mandato inteiro de Rocha e Hildon Chaves já está no segundo mandato e até agora as obras não foram iniciadas. É uma obra que a população só vai acreditar quando for inaugurada, já farta de enrolação da classe política. Deputados e vereadores da capital não cobram nada. São avestruzes domesticadas.

 

Via Direta

*** Lula volta ao poder, Bolsonaro em autoexílio nos Estados Unidos em busca de abrigo junto ao seu ídolo, o ex-presidente  Donald Trump *** E ambos em maus lençóis com a justiça de seus países, pelo comportamento extremista *** De Lula espera-se um governo de conciliação nacional já que assumiu ainda com os ânimos da direita exaltados ***Na Assembleia Legislativa a expectativa agora é pela eleição do novo presidente da casa de leis. A bolsa de apostas já está rolando entre Marcelo Cruz, Alex Redano e o ex-presidente Laerte Gomes *** Mas a composição da nova mesa diretora já está pronta e com as bênçãos da articulação do governador Marcos Rocha para manter os parlamentares dóceis mais quatro anos *** Assim sendo, não teremos oposição e nem fiscalização  em mais uma legislatura.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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