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Carlos Sperança

As joias do poder + Fator decisivo nas eleições + Semideuses chutados! + O dever de casa


As joias do poder + Fator decisivo nas eleições + Semideuses chutados! + O dever de casa - Gente de Opinião

As joias do poder

Cinco estados amazônicos também estão na lista dos dez mais pobres do Brasil. Não é novidade, desde a grande seca de 1877, metade dos mais pobres pertencer ao Nordeste. Na época, o imperador Pedro II ouviu do ministro da Fazenda, Barão de Cotegipe, que não havia recursos para os prejudicados. “Se não há mais dinheiro”, disse o imperador, “vamos vender as joias da Coroa. Não quero que um só cearense morra de fome por falta de recursos”. As joias não foram vendidas e multidões de nordestinos foram empurradas para a região Norte para fugir da pobreza e desenvolver os espaços “vazios”.

Existe agora o sentimento mundial de que a Amazônia é a grande joia da coroa brasileira. As riquezas possíveis de uma bioeconomia sustentável são incalculáveis, mas com absoluta certeza proporcionariam um valor imensamente superior a milhares de coroas e suas mais valiosas joias. É contra qualquer lógica, diante disso, um Estado ter na parte ou no todo porções de tanta riqueza e estar na metade dos estados mais pobres.

Considerando que todos fazem parte de um país às voltas com a recaída na pauperização, seria preciso formular com união nacional um projeto resolutivo de consenso. No entanto, em cinco séculos e duas décadas de história os líderes continuam a ter projetos só para si: depois de conquistar a coroa do poder, suas joias nunca resultam na vitória sobre a pobreza e o atraso.

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Fator decisivo

Porto Velho, com seus quase trinta distritos, contando com uma população de aproximadamente 600 mil habitantes será fator decisivo para o pleito ao governo estadual no ano que vem. Uma cidade onde governadores deixam o posto desgastados e as vezes até apedrejados pela população, influenciada em grande parte por funcionários públicos municipais, estaduais e federais. O governador Marcos Rocha (União Brasil) vai suar muito para uma vitória na capital, mesmo com o pagamento em dia do funcionalismo, dos fornecedores e com obras de vulto em andamento.

Favoritos penam

Os favoritos para a peleja do CPA também penam em Porto Velho em termos de aprovação popular. Seja o top das galáxias Ivo Cassol, o novo Teixeirão, ou o fabuloso Confúcio Moura, detentor de tantas reviravoltas em sua carreira. Lembrando que o senador Marcos Rogério (PL) na sua espetacular vitória de 2018 foi mal votado na capital e que o PT nunca ganhou eleição ao governo estadual em Rondônia, apesar da estrela de Lula brilhando e a onda vermelha que varreu o País em décadas passadas. Por conseguinte, que todos fiquem de barbas de molho. Uma vitória na capital, com um terço do eleitorado de Rondônia, é fundamental para galgar a cadeira de governador

Semideuses chutados!

Porto Velho tem um habito terrível. Cultua quem está no poder – incluo toda a imprensa local também neste contexto – e quando o cara deixa o posto de governador é apupado. Isto aconteceu até com Teixeirão, o grande herói da criação do estado. Ao deixar o cargo foi vaiado, uma injustiça das mais doloridas. Cansei de ver deputado estadual que não se reelegeu ser tratado com desprezo e indiferença e até de forma agressiva, com funcionários públicos virando a cara e até cuspindo no chão. No poder nossos políticos são tratados como semideuses, fora deles...

Racha na roça

A fragmentação de votos nas regiões de Vilhena e Rolim de Moura que tem três importantes candidatos a uma cadeira ao Senado beneficia os concorrentes de outras regiões do estado. Valdir Raupp (MDB-Rolim de Moura), com Expedito Junior (PSD-Rolim de Moura) e Jayme Bagatoli (União Brasil-Vilhena) será uma peleja regional das mais renhidas onde vai sobreviver apenas um deles, caso alcance a façanha. Na última disputa que teve candidatos rolimoresnes na peleja ao Senado Raupp levou a melhor sobre Expedito, fazendo o dever de casa e ganhando bem do adversário nas bases.

O dever de casa

Os beneficiados pelo racha na Zona da Mata e Cone Sul rondoniense serão os candidatos ao Senado de Ji-Paraná, Ariquemes e Porto Velho. Aí é o caso de cada um fazer o dever de casa, ganhando bem na sua região e beliscando uns votinhos nos redutos dos adversários. Bagatoli aposta no apoio do presidente Bolsonaro, Expedito se alicerça em Hildon Chaves e Marcos Rogério, Raupp na reconciliação com o ex-governador Confúcio Moura. A política, como se sabe, não é uma ciência exata e ninguém falou ainda nas zebras de última hora que aparecem listradas e com efeito manada.

Via Direta

*** Vem ai  o nosso 4 de janeiro com a celebração dos 40 anos da instalação do estado de Rondônia com uma trajetória histórica advinda de forte migração nos anos 70 e 80 *** Grandes vultos de nossa história como Rondon, Farquar, Aluízio Ferreira e Teixeirão deram enorme contribuição para o que Rondônia se transformou nos dias atuais *** Até 1981 Rondônia era ainda território federal e vivia sob a tutela do vizinho estado do Acre, onde tudo se resolvia *** Rondônia cresceu e agora  influencia os acreanos em vários segmentos,  se transformando num exemplo no agronegócio para nossos vizinhos *** Não bastasse o covid, uma variante da gripe  da infernal influenza ataca de rijo os rondonienses. Corri vacinar também contra a tal influenza. Coisa de louco! 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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