Quinta-feira, 30 de dezembro de 2021 - 10h08
Cinco
estados amazônicos também estão na lista dos dez mais pobres do Brasil. Não é
novidade, desde a grande seca de 1877, metade dos mais pobres pertencer ao
Nordeste. Na época, o imperador Pedro II ouviu do ministro da Fazenda, Barão de
Cotegipe, que não havia recursos para os prejudicados. “Se não há mais dinheiro”,
disse o imperador, “vamos vender as joias da Coroa. Não quero que um só
cearense morra de fome por falta de recursos”. As joias não foram vendidas e multidões
de nordestinos foram empurradas para a região Norte para fugir da pobreza e
desenvolver os espaços “vazios”.
Existe
agora o sentimento mundial de que a Amazônia é a grande joia da coroa
brasileira. As riquezas possíveis de uma bioeconomia sustentável são
incalculáveis, mas com absoluta certeza proporcionariam um valor imensamente
superior a milhares de coroas e suas mais valiosas joias. É contra qualquer
lógica, diante disso, um Estado ter na parte ou no todo porções de tanta
riqueza e estar na metade dos estados mais pobres.
Considerando
que todos fazem parte de um país às voltas com a recaída na pauperização, seria
preciso formular com união nacional um projeto resolutivo de consenso. No
entanto, em cinco séculos e duas décadas de história os líderes continuam a ter
projetos só para si: depois de conquistar a coroa do poder, suas joias nunca
resultam na vitória sobre a pobreza e o atraso.
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Fator decisivo
Porto
Velho, com seus quase trinta distritos, contando com uma população de
aproximadamente 600 mil habitantes será fator decisivo para o pleito ao governo
estadual no ano que vem. Uma cidade onde governadores deixam o posto desgastados
e as vezes até apedrejados pela população, influenciada em grande parte por
funcionários públicos municipais, estaduais e federais. O governador Marcos
Rocha (União Brasil) vai suar muito para uma vitória na capital, mesmo com o
pagamento em dia do funcionalismo, dos fornecedores e com obras de vulto em
andamento.
Favoritos penam
Os
favoritos para a peleja do CPA também penam em Porto Velho em termos de
aprovação popular. Seja o top das galáxias Ivo Cassol, o novo Teixeirão, ou o
fabuloso Confúcio Moura, detentor de tantas reviravoltas em sua carreira. Lembrando
que o senador Marcos Rogério (PL) na sua espetacular vitória de 2018 foi mal
votado na capital e que o PT nunca ganhou eleição ao governo estadual em
Rondônia, apesar da estrela de Lula brilhando e a onda vermelha que varreu o
País em décadas passadas. Por conseguinte, que todos fiquem de barbas de molho.
Uma vitória na capital, com um terço do eleitorado de Rondônia, é fundamental
para galgar a cadeira de governador
Semideuses chutados!
Porto
Velho tem um habito terrível. Cultua quem está no poder – incluo toda a
imprensa local também neste contexto – e quando o cara deixa o posto de
governador é apupado. Isto aconteceu até com Teixeirão, o grande herói da
criação do estado. Ao deixar o cargo foi vaiado, uma injustiça das mais
doloridas. Cansei de ver deputado estadual que não se reelegeu ser tratado com
desprezo e indiferença e até de forma agressiva, com funcionários públicos
virando a cara e até cuspindo no chão. No poder nossos políticos são tratados
como semideuses, fora deles...
Racha na roça
A
fragmentação de votos nas regiões de Vilhena e Rolim de Moura que tem três
importantes candidatos a uma cadeira ao Senado beneficia os concorrentes de outras
regiões do estado. Valdir Raupp (MDB-Rolim de Moura), com Expedito Junior
(PSD-Rolim de Moura) e Jayme Bagatoli (União Brasil-Vilhena) será uma peleja
regional das mais renhidas onde vai sobreviver apenas um deles, caso alcance a
façanha. Na última disputa que teve candidatos rolimoresnes na peleja ao Senado
Raupp levou a melhor sobre Expedito, fazendo o dever de casa e ganhando bem do
adversário nas bases.
O dever de casa
Os
beneficiados pelo racha na Zona da Mata e Cone Sul rondoniense serão os
candidatos ao Senado de Ji-Paraná, Ariquemes e Porto Velho. Aí é o caso de cada
um fazer o dever de casa, ganhando bem na sua região e beliscando uns votinhos
nos redutos dos adversários. Bagatoli aposta no apoio do presidente Bolsonaro,
Expedito se alicerça em Hildon Chaves e Marcos Rogério, Raupp na reconciliação
com o ex-governador Confúcio Moura. A política, como se sabe, não é uma ciência
exata e ninguém falou ainda nas zebras de última hora que aparecem listradas e com
efeito manada.
Via Direta
*** Vem ai o nosso 4 de janeiro com a celebração dos 40
anos da instalação do estado de Rondônia com uma trajetória histórica advinda
de forte migração nos anos 70 e 80 *** Grandes vultos de nossa história como
Rondon, Farquar, Aluízio Ferreira e Teixeirão deram enorme contribuição para o
que Rondônia se transformou nos dias atuais *** Até 1981 Rondônia era ainda território federal e vivia sob a tutela
do vizinho estado do Acre, onde tudo se resolvia *** Rondônia cresceu e
agora influencia os acreanos em vários
segmentos, se transformando num exemplo
no agronegócio para nossos vizinhos ***
Não bastasse o covid, uma variante da gripe da infernal influenza ataca de rijo os
rondonienses. Corri vacinar também contra a tal influenza. Coisa de louco!
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