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Carlos Sperança

Carne na geladeira + A neutralidade de Bolsonaro + Prefeitos cassados + Tem que implorar!


Carne na geladeira + A neutralidade de Bolsonaro + Prefeitos cassados + Tem que implorar! - Gente de Opinião

Carne na geladeira

Não há surpresa na conclusão central do estudo “Caderno Técnico Setorial – Agropecuária de baixa emissão”, feito pela Agência de Desenvolvimento de Porto Velho. Válido para todos os estados amazônicos e além, o estudo demonstra para quem souber ler os dados técnicos e também as entrelinhas que a pecuária se instalou na região Norte para ficar. Apenas gritar que os gases do boi aquecem o clima e causam uma cadeia de desgraças nunca assustou o consumidor ávido por um bom bife.

Há meio século os ambientalistas repetem isso todo dia e a pecuária só se expandiu. Felizmente atendendo a muitos avisos que nos últimos 30 anos levaram a pecuária de corte a aumentar a produtividade em cerca de 150%. Ninguém parou de comprar geladeiras quando os cientistas provaram que elas soltavam gases terríveis, responsáveis por abrir um buracão na camada de ozônio, causando o terrível efeito estufa. O jeito foi produzir geladeiras mais adequadas à proteção ambiental.

Esta é, na base, a ideia do estudo da Agência de Desenvolvimento de PV: desenvolver uma pecuária superior, aplicando cuidados para poupar milhões de hectares que seriam devastados por uma pecuária de baixa inteligência, aumentando a produtividade com o baixo carbono em áreas já exploradas anteriormente. Em termos animais, equivale à geladeira se aperfeiçoando. Mais carne na mesa e menos peso na consciência.

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A neutralidade

O governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) confirmou em suas últimas entrevistas que o presidente Jair Bolsonaro (PL) manterá neutralidade nas eleições em Rondônia, disse que respeita este posicionamento e sua fidelidade não será prejudicada. Ocorre que o bolsonarismo tinha três prováveis postulantes ao governo estadual. Além de Rocha, Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) e Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura). Provavelmente, no entanto, tudo se encaminha no segmento bolsonarista para uma única candidatura. Cassol com problemas de elegibilidade, Marcos Rogério assumindo um Ministério.

Prefeitos cassados

Na semana passada tivemos mais um prefeito cassado em Rondônia. No caso, o alcaide Eduardo Japonês (PV) de Vilhena, cuja gestão tem sido até eficiente. É uma cidade limpa, organizada e bem estruturada se comparada com as cidades rondonienses e tem um dos melhores índices de crescimento demográfico. Se cometeu infrações deve ser punido na forma de lei, mas dificilmente prefeito cassado deixa o cargo. Ele recorre, recorre e recorre e permanece na função geralmente até o final do mandato. Assim toca a banda na justiça, só com condenação em última instância – e olhe lá! – o prefeito pilantroso é afastado.

Só compinchas

Outra dificuldade existente na política são os partidos se manifestar sobre os malfeitos de seus prefeitos, vereadores, deputados estaduais, federais etc. Como são quase todos compinchas – dirigentes e políticos com cargos eletivos -, existe um cipoal de rabos amarrados entre os diretórios municipais, estaduais e federais com seus vereadores e parlamentares. Ninguém pune ninguém, quando pune tem uma longa exaustiva negociação, para livrar os políticos infratores da cassação e da cadeia. Isto tem sido uma tradição no Brasil.

Tem que implorar!

Acompanhei alguns casos de cassação que foram de amargar. A Comissão de Ética, neste caso, teve que negociar vantagens aos cassados, porque senão eles denunciariam as patifarias de outros e a coisa ia se descontrolar de vez pela casa de leis toda. Para aceitarem as punições, os políticos denunciados receberam cargos em contrapartida e recursos de emendas parlamentares. Então ressarcidos, eles aceitavam a punição, não abriam o bico, a casa de leis dava uma resposta a sociedade. Hoje em dia nem isto, os cassados impõem sua presença ameaçando abrir o bico. Nem suspensão amena mais aceitam!

Ano de eleições

Como 2022 é ano de eleições muitos políticos pilantras concorrem a reeleição e, portanto, ficará mais difícil ainda as punições porque isto redundaria em graves prejuízos ao candidato que busca mais um mandato. Se aposta no esquecimento do eleitorado, na tradição rondoniense de eleger parentes de políticos corruptos, etc, etc. Só teremos afastamento de parlamentares cassados pelor aqui  Brasil afora só com a intervenção da justiça, pois se depender de vereadores e deputados a coisa será catimbada eternamente. Infelizmente o cenário é este.

 

Via Direta

*** Com Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) inelegível, Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) desistindo, Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) assumindo um Ministério, o governador Marcos Rocha toca seu projeto de reeleição apenas contra o petista Anselmo de Jesus (Ji-Paraná) por enquanto *** No entanto novos candidatos devem entrar na parada tendo em vista as desistências verificadas e demais arrumações partidárias, entre eles a possibilidade do prefeito de  Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) ou o deputado federal Leo Moraes (Podemos) *** Pelo menos um deles deve entrar na peleja até as convenções do meio do ano *** Por enquanto o quadro  ao CPA rondoniense vai se desdenhando favoravelmente para o projeto de reeleição do governador Marcos Rocha (União Brasil). Só boas notícias para ele até agora. E os favoritos ficando pelo caminho.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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