Segunda-feira, 2 de maio de 2022 - 08h15
Do
boi se aproveitam até os chifres e caudas, como do cupuaçu também se aproveita
o caroço. No boi, porém, não há como trocar o que rende menos por mais carne.
Já o manejo do cupuaçu substitui o caroço para ganhar mais polpa, o filé do
fruto que os índios chamavam de “grande cacau”. O caroço serve para um
chocolate alternativo, mas a polpa rende mais. Achado no Pará em 1960, o
cupuaçu sem caroço poderia ter maior produção se não fosse vulnerável à vassoura-de-bruxa.
A
maior necessidade da política no Brasil é aumentar a “polpa” dos políticos
honestos e representativos da sociedade, especialmente dos mais pobres e
prejudicados, e diminuir o caroço da corrupção, dos orçamentos secretos,
sigilos descarados e ofensas à lei e à Justiça. O caroço maior, aliás, está no inchaço
do Fundão Eleitoral. Vários partidos bem servidos por ele se beneficiaram do financiamento
de campanha proveniente da corrupção, que combatem só da boca para fora.
A
vassoura-de-bruxa eleitoral, neste caso, é o mistério que fica: o discurso
contra a corrupção elege 100% dos candidatos eleitos, mas os beneficiados pela corrupção
não têm os ganhos imorais que sustentaram suas campanhas contestados pela
hipocrisia moralizadora. O Fundão Eleitoral só poderia ser legal e moral se
nunca tivesse havido a corrupção que deu farto butim aos partidos. Se houve,
tem caroço no angu e a bruxa está solta.
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A frustração
Os
suplentes na Assembleia Legislativa andam meio frustrados com os recursos para
cassação de alguns titulares faltosos. De um lado, o deputado estadual Lebrão (União
Brasil -São Francisco) foi perdoado pela Comissão de Ética, de outro o
transloucado Geraldo da Rondônia (PSC-Ariquemes) se safou com uma punição amena
que sequer foi cumprida. Agora, Jair Montes ameaçado de perder o mandato,
ganhou a parada na justiça eleitoral – na questão das cotas de candidaturas
femininas - e está livre para disputar a reeleição. Temos mais deputados
ameaçados, mas com um cipoal de rabos amarrados na Casa de Leis, dificilmente
serão punidos para os suplentes assumirem.
Crimes de execução
Com os crimes de execução
aumentando exponencialmente em Porto Velho temos uma população cada vez mais
insegura e aterrorizada com tantos assassinatos. São finais de semana
sangrentos. Infelizmente o tráfico de
drogas tornou a vida dos portovelhenses num inferno com as disputas entre
facções travadas a balas e muitos jovens estão tombando nesta disputa pelos
bairros. Se na capital, as disputas acabam com mortes violentas por causa das drogas,
no interior do estado temos a questão agrária. A violência no campo tem
aumentado ano a ano e não raro com chacinas até hoje não elucidadas.
A segurança
Não bastassem os arrombamentos das residências
e muitas delas depenadas sem dó e piedade, nos últimos meses a população padece
em todos os quadrantes do estado com dezenas de roubos de fiação elétrica também
nas vias públicas. O pobre e abandonado cidadão rondoniense vê as autoridades
da segurança pública perdendo a batalha para a bandidagem. Na capital, segue o
problema das cracolândias. As autoridades de segurança se vangloriaram de ter
resolvido o caso das vivendas dos viciados em tendas e barracos nas cercanias
da rodoviária, mas as demais cracolândias seguem funcionando livres e soltas.
Eleições 2022
Estamos
a um mês do início das convenções partidárias que vão homologar as candidaturas
as assembleias Legislativas, Câmara dos Deputados, ao Senado, governador e vice.
Em Rondônia o problema é acertar as arestas entre os grupos bolsonaristas. São três
candidaturas bolsonaristas, mas só devem restar duas no frigir dos ovos: Marcos
Rocha (União Brasil), que é o nosso atual governador o deputado feral Leo Moraes (Podemos). O que
se vê é a terceira vertente bolsonarista, liderada pelo senador Marcos Rogério,
buscando composição com outros segmentos. Até agora não fechou reforços para
fortalecer suas paliçadas.
A implosão
Só
foi o presidente Jair Bolsonaro (PL) mexer um dedinho e acabou implodindo de vez
a formação da terceira via na peleja presidencial. Com a recomendação aos deputados
federais bolsonaristas filiados ao União Brasil boicotarem a terceira via, que estava
juntando Luciano Bivar, a senadora Simone Tebet (MDB) e o ex-governador de São
Paulo João Dória (PSDB), o partido pode ficar sem candidatura. Bolsonaro vai
bem: se livrou do ex-ministro Sérgio Moro e agora enfraqueceu a formação da
terceira via. Só falta passar por cima de Lula agora, o que será mais dificil
já que o barbudo lidera as pesquisas em todo o País.
Via Direta
***O povão está mesmo ressabiado com a
política. As manifestações do 1º de Maio, tanto para petistas como
bolsonaristas não emplacaram *** Mesmo
com marmitex e transporte pagos por governistas (no caso de Bolsonaro) e
sindicalistas no caso de Lula a coisa não prosperou *** Adeptos do ex-governador
Valdir Raupp estão conclamando para que ele aceite de vez a candidatura ao
Senado. O barbudo queixada tem se manifestado relutante, mas não diz nem que
sim nem que não ***A grande verdade é
que no MDB é tudo enrolado e as coisas ficam mesmo para a temporada de
convenções. Não se sabe também se o ex-governador Confúcio Moura entra na
disputa ao CPA e tampouco quem será o candidato ao Senado do partido *** Se
Raupp recuar, tem Amir Lando ao Senado de prontidão. Se Confúcio desistir de vez,
a legenda vai ter que buscar alianças para chamar um candidato de seu ao
Palácio Rio Madeira.
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