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Carlos Sperança

Como será dividido o butim da nova base governista em Rondônia


Como será dividido o butim da nova base governista em Rondônia - Gente de Opinião

Os males da polarização

O que torna imprescindível vencer de uma vez por todas a polarização eleitoral é o prejuízo que ela causa ao país. Copiada dos EUA, por lá já abala a liderança mundial da nação norte-americana, que até o início do século parecia sólida e invencível. Para o Brasil, já destroçou a imagem positiva que o país tinha no exterior, resultando em sérios prejuízos para a economia, livre trânsito para as doenças, recaída na pobreza, manutenção do atraso relativo e sofrimentos estendidos aos povos da floresta.

Passadas as eleições, o Brasil deveria estar unido, mas ainda não tem orçamento nem políticas claras para 2023 e anos seguintes. O desmatamento ilegal continua e o governo estadunidense está prestes a pôr em prática as chamadas Sanções de Magnitsky. A pretexto (ou intenção) de reprimir os criminosos por trás do desmatamento na Amazônia, se elas forem de fato deflagradas agentes americanos autorizados pelo governo de lá vão meter a colher nos nossos assuntos do mesmo jeito que sempre fazem no Oriente Médio, por exemplo.

Cada novo dado sobre piora no desmatamento apertará novos gatilhos nas Magnitsky. Claro que a espertíssima diplomacia dos EUA é mestre em dourar a pílula e sempre que possível consegue colaboração interna nas áreas em que age. Algumas sanções são congelar ativos dos EUA e impedir seus cidadãos e empresas de negociar com quem for carimbado como inimigo.

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Crimes na fronteira

Vem aí mais um ministro da Justiça, agora sob a escuderia do PT e aliados, contando com a simpatia dos militares. Quiçá seu comportamento seja diferente dos antecessores que passaram por aqui que se limitavam a visitar o Forte Príncipe da Beira em Costa Marques e se esqueciam das mazelas na fronteira com a Bolívia, que se tornou um monumental polo internacional dos carteis do tráfico de cocaína, de armas e contrabando de cigarros. Precisamos de grande apoio do novo ministro para asfixiar o crime organizado que tomou conta do estado.

A nova base

Na nova base aliada do presidente Lula, além do PP e legendas do chamado “Centrão”, teremos siglas como o União Brasil – onde está alojado o ex-ministro da Justiça Sergio Moro – o PSD de Gilberto Kassab que apoiou Tarcísio de Freitas ao governo de São Paulo e o MDB de Michel Temer. Para garantir a governabilidade, o novo gestor do Palácio do Planalto já tem aproximadamente 16 legendas e com isto, garantida a necessária governabilidade para o próximo governo, mesmo sob chiadeira dos bolsonaristas raivosos. Com forças políticas tão dispares serão necessários líderes do Congresso bem articulados para evitar desvios da boiada.

Repartindo o butim

Fico imaginando como será dividido o butim da nova base governista em Rondônia, com tantos partidos. Até o PSD, que em Rondônia apoiou o bolsonarista Leo Moraes (Podemos) terá seu quinhão e já tem até um nome na Comissão de Transição que é Expedito Neto. O União Brasil é um novo aliado e também vai querer sua fatia. Menos indicações, portanto, para os aliados históricos, como o PT, o PDT, o PSB, o PC do B alinhados desde o início da campanha eleitoral. Em Rondônia existem cargos federais apetitosos para indicação e as articulações neste sentido já começaram.

Novos rumos

Com a eleição do governador eleito Eduardo Leite (RS) a presidência nacional do PSDB, os tucanos ganham novos rumos e desde já tem um provável candidato a presidência da república na sucessão de Luís Inácio Lula da Silva. Novas perspectivas também para o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (União Brasil-PR), eleito senador pelo Paraná. Seu partido está se aliando a base aliada do novo presidente e ele acabará isolado na legenda na defesa do bolsonarismo. Talvez se veja na contingência de trocar de legenda ingressando no PL de Jair Bolsonaro com quem ficou amiguinho,

Temor ruralista

Os ruralistas bolsonaristas de Rondônia estão aflitos com a possibilidade da nomeação da deputada federal eleita por São Paulo Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente no governo Lula. Temem até a paralisação da pavimentação da BR 319 com novos entraves ambientais. Também os bolsonaristas do meio rural e aqueles que acompanham as manifestações defronte o quartel da 17 BIS em Porto Velho, revelam temores com a volta de invasões de propriedades como ocorriam com os sem-terra em décadas passadas. Por último, receiam ainda que o comunismo se instale do País com uma ditadura de esquerda.

Via Direta

*** Os designados “ratos traidores” na campanha do governador Marcos Rocha começam a ser substituídos. O primeiro deles foi o deputado estadual Luizinho Goebel (PSC-Vilhena) na liderança do governo n Assembleia Legislativa *** Em seu lugar foi indicado o deputado estadual Alan Queiroz (Podemos-Porto Velho) que deverá continuar na nova legislatura que começa em fevereiro *** E seu sogro, o ex-secretário Evandro Padovani não vai nem ter direito nem passar perto da Secretaria da Agricultura no próximo governo *** Os senadores Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) e Jayme Bagatoli (PL-Vilhena) farão oposição ao futuro governo Lula. Já, o senador Confúcio Moura (MDB) vai integrar a base parlamentar de sustentação de Luís Inácio Lula da Silva *** Na Câmara dos Deputados, Coronel Crisostomo (PL-Porto Velho) e Silvia Cristina (PL-Ji-Paraná) estarão no bloco oposicionista ao Planalto.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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