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Carlos Sperança

Como será um governo de coalizão em Rondônia?


Como será um governo de coalizão em Rondônia? - Gente de Opinião

A vida ou a pólvora

Os EUA vêm de propor a criação de um comércio de carbono que invista cerca de US$ 100 bilhões até o fim da década, com a meta de eliminar entre 1,3 bilhão e 2,3 bilhões de toneladas de poluição climática. É mais um capítulo da novela “descoberta da pólvora”, pois esse caminho já está indicado pelo menos desde 1771, quando Joseph Priestley iniciou o estudo da fotossíntese e abriu caminho ao conhecimento da bomba biológica.

Ano após ano, como se fosse refrão de samba antigo, a ideia de criar um sistema eficiente para o comércio de carbono reaparece nas cogitações dos líderes mundiais. Sabem criticar inimigos reais ou imaginários, soltam no ar propostas humanitárias e discursam copiosamente sobre pátria e liberdade, mas são omissos em fornecer meios concretos para efetivar as boas ideias com rapidez, ciência e eficácia equivalentes aos ataques “cirúrgicos” que matam inimigos via drones e mísseis.

O que se vê, assim, é o avanço da própria pólvora: a cada dia, por conta da guerra na Ucrânia e as ameaças de conflito entre China, EUA e Rússia, aparecem melhores e mais sofisticados instrumentos de guerra. Meios para matar mais gente surgem do nada, enquanto métodos rápidos e eficazes para privilegiar a vida, oferecendo estímulo aos povos das florestas, aos produtores rurais e donos de terras, patinam na areia movediça das boas intenções. Mais vida ou mais pólvora, eis a questão.

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Nova rodoviária

A boa notícia em torno da construção da nova rodoviária é que a área já foi regularizada pela prefeitura de Porto Velho. A má é que a entrega do novo terminal está prevista para o distante 2024 e como geralmente existem imprevistos da moléstia já não dá para contar como certa esta conclusão no prazo anunciado e o exemplo vem das previsões da municipalidade sobre as reformas do Complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, todas furadas até agora. Para começar as obras da nova rodoviária ela ainda terá que ser transferida para o antigo terminal de coletivos, que por sua vez ainda precisa ser reformado. Arre! Vai tempo.

 Tigres no capão

Eu fico imaginando como será um governo de coalizão em Rondônia, aglutinando tantos partidos e aliados com interesses dispares para as eleições municipais e para a sucessão do próprio governador Marcos Rocha em 2026. Serão muitos tigres no mesmo capão e isto resulta em patadas, ferroadas e unhadas a toda hora. Vai ser preciso firmeza do governador Marcos Rocha para unificar tantos projetos eleitorais futuros. Rocha, ele mesmo, como os ex-governadores que se reelegeram- deverá disputar uma cadeira ao Senado, enfrentando os projetos de reeleição de Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) e Confúcio Moura (MDB-Ariquemes).

Jogo de estratégia

Já se sabe desde já que os governistas vão lançar dois candidatos ao Senado em 2026 porque serão duas cadeiras para serem renovadas e estas candidaturas darão sustentação ao projeto do atual prefeito Hildon Chaves de galgar o Palácio Rio Madeira. Um destes postulantes, citado acima, será Marcos Rocha, o outro deverá sair de um “vestibular” entre Leo Moraes (Porto Velho), Mariana Carvalho (Porto Velho), Alex Redano (Ariquemes) e outros nomes de Ji-Paraná e Cacoal. Enfim, o que se vê é que Hildon Chaves e Rocha não dormem no ponto e já estão com seus projetos em andamento.

Marcha municipalista

Mais uma marcha municipalista será realizada este ano em Brasília, de 27 a 30 de março, programada para apresentar ao novo presidente, deputados federais e senadores as grandes demandas dos municípios que já não suportam mais tantos encargos nas suas costas destinadas por sucessivos governos federais. Desde o início do mês os prefeitos rondonienses têm viajado para Brasília na caça de recursos de emendas parlamentares para complementar seus orçamentos apertados. Poucos municípios de Rondônia sobrevivem com arrecadação própria. Todo mundo de pires na mão.

Efeito manada

Em toda eleição rondoniense ocorre pelo menos um “efeito manada” virando as eleições ao governo de Rondônia ou ao Senado de cabeça para baixo. Em 2022 o fenômeno ocorreu beneficiando o candidato ao Senado Jaime Bagatolli (PL-Vilhena) num fantástico vira-vira sobre Mariana Carvalho. Entender como funciona o efeito manada é que são elas. Se a população de Rondônia, com maioria bolsonarista, escolheu um político da extrema direita ao Senado, acreditava-se que aconteceria o mesmo ao governo. Rogério até saltou na frente no início do segundo turno, mas em seguida, mesmo beneficiado por uma debandada de lideranças governistas, (no caso qualificado por Junior Gonçalves de “ratos traidores”) ele levou a virada de Rocha do bolsonarismo suave.

Via Direta

*** Mesmo com o início do inverno amazônico a estiagem castiga grande parte dos municípios do vizinho estado do Amazonas com efeitos na sua economia, principalmente no transporte de mercadorias pelos rios com problemas de navegação para as embarcações *** Uma nova subvariante do coronavirus está causando aumento da incidência da doença em todo o País. São Paulo e estados do Nordeste já sofrem as consequências *** Ninguém denúncia receptadores de cabos elétricos roubados em Porto Velho mesmo com oferta de recompensa de R$ 5 mil. E para complicar a situação os bueiros nas ruas também estão sendo roubados aos montes pela cidade *** Num governo de alianças, o governador Marcos Rocha está selecionando indicações dos seus novos aliados, como do clã Cassol e o deputado federal Leo Moraes. Vem aí um novo secretariado num governo de coalizão.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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