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Carlos Sperança

Cuidar ou perder + Ovos da serpente + Cassolismo em peso + Corrida ao Senado


Cuidar ou perder + Ovos da serpente + Cassolismo em peso + Corrida ao Senado - Gente de Opinião

Cuidar ou perder

Com sabedoria, o general Omar Zendin, chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar na Amazônia, disse em recente entrevista que “não existe vazio na geopolítica”. De fato, nações que não cuidam de seus territórios se fragilizam e abrem as brechas por onde os inimigos penetram. Inimigos externos, com interesses econômicos e estratégicos próprios, e internos – aqueles que não cumprem as leis, prevaricam e causam prejuízos ao país e a seus habitantes.

O conceito de que a natureza abomina o vácuo vem de longe na filosofia, de Aristóteles a Spinoza, logo passando para o domínio da Física: o que se imagina vácuo é preenchido sempre por alguma coisa. Isso também se reflete nos governos. Negar problemas quando não se sabe ou não se quer resolvê-los ou buscar soluções superfaturadas jamais caem no vazio. Cedo ou tarde o que se tinha como vácuo é preenchido com a condenação de quem se julgava com poder demais para ser apanhado.

Bandidos de todos os matizes tentaram se aproveitar do que supunham estar vazio e desocupado na Amazônia. No século XVII, como bem lembrou o general Zendin, Pedro Teixeira subiu o Rio Amazonas a remo e impediu que holandeses e franceses ocupassem amplas porções da floresta, que hoje provavelmente nem seria brasileira. O olho do criador engorda o gado, é certo, mas prestar atenção ao pasto faz toda a diferença.

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Ovos da serpente

Como se sabe, os conjuntos habitacionais mais populosos de Porto Velho, como Orgulho do Madeira (Zona Leste), Morar Melhor (Zona Sul) e Cristal da Calama, na região do Planalto e Lagoa Azul, se transformaram nos grandes redutos das facções criminosas que mandam e desmandam por lá. Com o mesmo modus operandi praticado nos morros cariocas, expulsam moradores de casas e apartamentos para vendas posteriores e exploram os moradores com pedágios. São os ovos da serpente que estão eclodindo e se multiplicando.

Cassolismo em peso

Impressiona como o cassolismo está povoando os quadros do Partido Solidariedade, que tem o comando no estado de Rondônia do ex-governador Daniel Pereira, hoje superintendente do Sebrae. Nomes como os dos ex-deputados Tziu Jidaia (Ariquemes), do ex-prefeito e deputado federal Carlos Magno (Ouro Preto do Oeste), estão entre tantos cassolistas que ingressaram no partido para futuras disputas. Muita gente estranhou a união do ex-petista Pereirinha com o cassolimso, mas nada mais assusta. Até Lula e FHC estão pulando cirandinha.

Filiações expressivas

As lideranças petistas em Rondônia acreditavam numa grande revoada de filiações ao partido de Lula depois do recente sucesso nas pesquisas de opinião já apontando o ex-presidente como principal oponente do atual mandatário Jair Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto em 2022. Mas não foi o que ocorreu até agora. Nenhuma liderança de expressão no estado se filiou ao partido. Talvez com a janela partidária se abrindo, permitindo as mudanças pelos deputados de legendas as coisas mudem de figura.

Corrida ao Senado

A corrida pela única cadeira ao Senado em Rondônia na eleição do ano que vem já indica uma série de candidatos examinando as possibilidades de entrar na peleja. Vejam alguns deles: 1-Jayme Bagatolli (PSL-Vilhena) 2- Expedito Junior (PSDB-Rolim de Moura) 3- Leo Moraes (Podemos -Porto Velho) 4 –Thiago Flores (Ariquemes) 5- Valdir Raupp (MDB-Rolim de Moura) 6- Jaqueline Cassol (PP-Cacoal) 7-Ramon Cujui (PT-Porto Velho) entre outros nomes cogitados nos meios políticos.

Pé de guerra

Manaus, que foi um grande polo bolsonarista no pleito de 2018, ameaça virar a casaca. Suas principais lideranças acusam o presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ministro da Saúde Pazuello de ter transformado a metrópole amazônica numa cobaia para o enfrentamento da pandemia gerando um dos maiores colapsos mundiais da saúde nos últimos tempos. Bolsonaro vai ter que caprichar na sua lábia e no aumento dos valores do auxílio social para reverter a situação em terras amazonenses que, diga-se de passagem, padece com a pior cheia dos últimos anos.

Via Direta

*** Com o verão os insumos da construção civil sofreram novas altas em Porto Velho. Está tudo o olho da cara, coisa de louco *** A população reclama da falta de estrutura dos grandes conjuntos habitacionais na capital rondoniense, que vai desde segurança pública a creches e postos de saúde *** O complexo histórico da Estrada de Ferro Madeira Mamoré foi todo reformado e se tornou um novo cartão postal de Rondônia, mas sua vizinha, a região do Cai N’Água segue como um cartão postal às avessas, como é também é a rodoviária da capital *** Poucas  empreiteiras que engabelaram os governos municipais e do estado em Rondônia abandonando obras, inclusive casas e apartamentos rachados foram punidas *** É um grande negócio: os empreiteiros recebem a parte do leão da obra e depois se mandam...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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