Quarta-feira, 28 de outubro de 2020 - 08h36
Ao
expulsar seu candidato a prefeito em São Paulo, Filipe Sabará, o Partido Novo
enfrenta o velho problema de todos os demais partidos, que na grande maioria
nunca se fizeram respeitar exigindo fidelidade a princípios, programas, ética e
moralidade. Ao sair atirando, Sabará denunciou o cacique João Amoêdo pela
pretensão de ser o dono do partido.
O
velho problema consiste em que os candidatos escolhem uma sigla e a emprestam,
alugam ou até compram para a candidatura. Depois de eleitos a descartam, nas
janelas legais ou à espera de melhores ofertas. No fundo, não se trata mais de
política, mas de meros negócios. Comprar, vender e alugar são práticas fáceis
de explicar com um vasto arsenal de recursos “filosóficos”. Na falta destes,
basta acusar algum desafeto de algo escabroso para justificar as traições e
encerrar o assunto.
Também
não é política líderes com mandatos, deveres patrióticos e de Estado bancar
garotos-propaganda de produtos ou empresas, seja no caso de vacinas, remédios
para dor de barriga ou empresas para a rede 5G. Política é a atitude
republicana de favorecer o amplo debate para que as comunidades técnica e
científica apresentem estudos e motivos para embasar uma decisão de Estado, que
leve em conta os interesses gerais da sociedade e não de seitas. Muito do que
andam chamando de “política”, na verdade, é o contrário dela.
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Caso Lebrão
Com
um cipoal de rabos amarrados, existem dificuldades em punir o deputado estadual
Eurípedes Lebrão (MDB) no caso das propinas. Terão que pedir por favor,
implorar para que ele aceite pelo menos um afastamentozinho. Ocorre que se ele
for contrariado, pode abrir o bico e isto não interessa a ninguém naquelas bandas.
Interessante, que em caso anterior semelhante, o atual acusado pela sua outrora
integridade foi escolhido na Comissão de Ética para a expedição punitiva e teve
que negociar dentro deste mesmo modus operandi com faltosos.
A punição
Numa
antiga punição de parlamentares sabe-se que uma legisladora, depois de muito
negociar sua cassação, aceitou uma importância em dinheiro, muitos cargos comissionados
para apadrinhados e tantas outras indicações no governo do estado para
capitular. Na época ainda se dava uma resposta a sociedade. Ela berrava para
todo mundo ouvir que se fosse cassada ia junto com ela mais uma dúzia para a
degola. Não sei se é o mesmo caso atualmente, mas tudo caminha para pizza, com
apenas um afastamento temporário – e negociado.
Nova rodoviária
O
prefeito Hildon Chaves (PSDB) começou a se explicar sobre um dos pontos de desgastes
na sua campanha a reeleição que é a construção da nova rodoviária prometida na
campanha passada pelo alcaide e não cumprida, sequer iniciada. Ele afirma que a
responsabilidade da obra é do governador do estado e já cobrou do mandatário três
vezes uma posição e não obteve resposta. Na opinião pública se acredita que ele
e o governador estão num jogo de empurra e os dois vão pagar esta conta em
pleitos futuros, em 15 de novembro deste ano e depois em 2022.
A estratégia
O candidato
do PSL a prefeitura de Porto Velho Eyder Brasil e o do Avante Breno Mendes
fazem uma campanha agressiva contra a atual administração municipal. O objetivo
é quebrar a polarização existente entre o prefeito tucano Hildon Chaves e o
postulante da Cidadania Vinicius Miguel. A eleição está chegando e o jovem
Vinicius também leva pau, com muitos fakes News nas mídias sociais. Mas é como
massa de pão, quando mais leva cacete, mais cresce.
Nas capitais
Nas
capitais, alguns candidatos a reeleição ameaçam ganhar a parada em primeiro
turno, como os casos dos prefeitos Kalil
(Belo Horizonte) e Rafael Grecca (Curitiba). Já, em Porto Velho a situação é
diferente e o tucano Hildon Chaves vai ter que suar a camisa assim como seus
colegas de tucanato Bruno Covas (SP) e Nelson Marquezan (Porto Alegre), para se
manter mais quatro anos no prédio do relógio, já que seu teto inicial é muito
baixo para enfrentar a oposição num já previsível segundo turno. Hildon precisa
se vitaminar e minimizar os desgastes.
Via Direta
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