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Carlos Sperança

Desilusão e descrença + Guerra de pupilos + Situação cômoda + O marketing tucano


Desilusão e descrença + Guerra de pupilos + Situação cômoda + O marketing tucano - Gente de Opinião

Desilusão e descrença

Por que há tantos indecisos e descrentes nesta campanha eleitoral em Porto Velho, em Rondônia e neste País? Com eleições diretas para todos os cargos desde 1989, ainda há eleitores ingênuos ou indiferentes, mas a impressão geral é que o eleito não perde o mandato se não cumprir as promessas feitas e ao se corromper se livra pagando bons advogados. Não é surpresa, nesse caso, que haja tantos eleitores descrentes com as eleições. Vendidas como se fossem a vontade do povo, põem em risco a respeitabilidade da própria democracia. Sem precisar cumprir promessas, os eleitos podem prometer à vontade na campanha eleitoral, comandada por especialistas em manipular consciências e sentimentos.

Estudando os públicos, os marqueteiros criam iscas para atrair atenções e convencer a audiência. Capturando massas de eleitores que vão às urnas votar no que foi prometido e nas imagens maquiadas pelos estrategistas publicitários, o eleito raramente corresponde ao “produto” que a propaganda vendeu.

A margarina ruim será evitada na próxima compra, mas o eleito ficará traindo o voto por quatro ou oito anos. Mesmo que se corrompa, com boa retaguarda jurídica, paga pelos contribuintes, poderá desviar recursos e usar o tráfico de influência durante o mandato, esconder o que der e se apanhado devolver um pouco, anos depois, via delação premiada. Sem o mandato revogável, a desconfiança só vai aumentar.

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Reta final

Temos dois fatores que podem causar desequilíbrio na eleição de Porto Velho e que já ocorreram em pleitos anteriores. O efeito Manada, aquela tendência do eleitorado agir em bando, atuando em favor de determinado candidato e o chamado voto útil, no caso a escolha do candidato oposicionista pelo eleitor em melhores condições de bater o poder dominante, leia-se o comando do alcaide Hildon Chaves e seu guru Expedito Junior. E quando ocorre o voto útil  podem desabar outros candidatos oposicionistas até então bem posicionados.

O invisível

Disputando a eleição na capital rondoniense em condições de fragilidade, já que substituiu Ted Wilson, recentemente, que teve o registro da sua candidatura impugnado, Leonardo da Luz entrou numa fria e é o nome mais invisível da atual campanha. Não tem sido colocado até em pesquisas, cujos institutos chegaram a ignorá-lo. Para marcar presença o PRTB fez questão de manter uma candidatura majoritária e mandou Leonardo da Luz para a escuridão.

Guerra de pupilos

Temos todo tipo de rusgas na eleição em Porto Velho. Uma delas é entre os pupilos do governador Marcos Rocha, Breno Mendes (Avante) e Lúcio Mosquini (MDB), pupilo do senador Confúcio Moura e ungido para disputar o governo do estado em 2022. Breno Mendes defendendo a bandeira de Marcos Rocha, Mosquini a escuderia de Williames Pimentel. Tudo começou quando Breno atacou a bancada federal com seu coordenador Mosquini se arrepiando todo.

Situação cômoda

Sem dúvida a situação mais cômoda dos candidatos a reeleição em Rondônia é a do delegado Araújo em Pimenta Bueno. Ele assumiu a municipalidade em situação adversa e ninguém quer pegar a “bomba”, por isto tornou-se o único interessado no Palácio Barão do Melgaço considerado tumba de prefeitos. Por lá já foram cassados uns três desde a sua criação ao final da década de 70. A cidade que já teve lideranças fortes, do porte de Vicente Homem Sobrinho, hoje padece de força política para projetar a Princesinha da BR.

Terra Legal

Da mesma forma em que o ex-governador Confúcio Moura (MDB) abriu sua campanha à reeleição, priorizando a regularização fundiária em todo o estado, o atual governador Marcos Rocha (sem partido) deu início a sua, anunciando o projeto “Meu Imóvel Legal”, uma versão estadual do Programa Terra Legal, da esfera nacional, que não funcionou. Pagar salários em dia do funcionalismo e cumprir com as obrigações com os credores e mais a regularização fundiária, foram armas dos governos anteriores para o sucesso. Confúcio também foi bem-sucedido com habitação popular no seu governo.

 

Via Direta

*** No afunilamento da campanha, os candidatos a vereança na capital rondoniense aceleram o ritmo de visitações em busca dos indecisos *** O Dr. Bandeira (PSB) investe na Zona Leste, Alex Palitot (PTB) é forte no funcionalismo público, Carlinhos Maracanã perante o setor cultural *** E na bolsa das apostas, Edwilson Negreiros é considerado nome de ponteira nesta peleja, com grande estrutura de campanha e o apoio unificado de todo clã Negreiros. É pódio certo *** O marketing tucano acertou a mão na campanha a reeleição do prefeito Hildon Chaves e mostrou prestigio: O alcaide chegou a trocar seu jatinho intercontinental acostumado a voar a Buenos Ayres e Miami, por ônibus de transporte coletivo na terceiro-mundista Porto Velho *** Cutucadas a parte, a tarifa única foi uma grande sacada tucana. Pegou legal, colou.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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