Quarta-feira, 3 de novembro de 2021 - 09h39
A “terceira via” sonhada por quem acha
possível vencer a polarização entre lulismo e bolsonarismo não poderá ser
apenas um nome com baixa rejeição nem um partido isolado. Só um amontoado forte
de siglas e grupos da sociedade civil unindo nomes de peso poderia, em tese, derrotar
nomes mitificados por fiéis convertidos e sempre no foco da mídia.
Há dúvidas sobre se é possível unir liberais,
conservadores e esquerda não-petista em um bloco formado por setores imunes à
sedução – ou pressões – de apoiadores dos dois polos que repartem as atenções
da imprensa e dos interessados em estar no jogo: banqueiros, agronegócio,
caminhoneiros...
Na campanha pela indicação do PSDB à
Presidência, um dos postulantes, o ex-senador Arthur Virgílio, definiu a
Amazônia como o elo que pode unir as correntes mais diversas em torno dele
próprio para se apresentar como terceira via. Politicamente intenso, Virgílio
tem a seu favor um histórico de escaramuças com os dois lados, além de ser um
defensor efetivo da floresta.
Sua campanha com o mote “Amazônia é Nossa”,
nesse caso, pode ser aceita por um rol amplo de apoiadores avessos aos polos. O
nó está em que para ser a terceira via nacional precisará vencer outra
polarização já estabelecida: os governadores João Dória (SP) e Eduardo Leite
(RS) lutam voto a voto pela indicação nas prévias tucanas de 21 de novembro.
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Prévias
tucanas
Como autênticos tucanos que são, a deputada
federal Mariana Carvalho e o prefeito da capital Hildon Chaves estão em cima do
muro quanto as prévias do PSDB cada vez mais acirradas. A escolha do presidenciável
do partido será entre os governadores de São Paulo, João Dória, o mandatário do
RS Eduardo Leite e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio. Nos últimos dias o
paulista Dória tem perdido terreno até em São Paulo. Eduardo Leite explodiu depois
que assumiu a condição gay, mostrando que o eleitorado deste segmento tem aumentado
assustadoramente no País. Já, Arhur Virgílio
entrou na peleja só para fazer número.
Pedra
cantada
Vou de pedra cantada em Rondônia sobre as
prévias tucanas. Por aqui não apareceram ainda nem Dória, tampouco Leite para
pedir votos, apenas o vizinho Arthur Virgílio.
Dória se queimou até em São Paulo quando apunhalou Geraldo Alckmin e foi
nocauteado pelo pilantra Aécio Neves em Minas, depois do mineirinho ter sido
maltratado pelo governador almofadinha. Por conseguinte, os tucanos que estão
roubando a grande base gay petista com Eduardo Leite e devem optar pelo governador
gaúcho, depois de muito bafafá. É enorme a possibilidade de racha no ninho.
A terceira
via
Com uma dúzia de nomes buscando se consagrar
como uma terceira via as candidaturas do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente
Luís Inácio Lula da Silva, se vê toda sorte de dificuldades para uma união contra
a polarização. Muita fogueira de vaidades, ressentimentos, ambição desmedida
conspiram para a viabilidade de uma forte terceira via. Tanto os bolsonaristas
como os petistas se preferem no enfrentamento no segundo turno do que uma
surpresa que sai do nada e cresça como uma avalanche e tire um deles da parada.
Por enquanto Bolsonaro e Lula se mantem firmes nas pesquisas para o pleito do
ano que vem.
As
rachadinhas
Tão comuns há décadas nas câmaras municipais,
assembleias legislativas, câmara dos deputados e no senado, as rachadinhas –
que é a divisão do salário do funcionário com o parlamentar que fica com a parte
do leão – só vem à tona quando os servidores brigam com seus padrinhos
políticos. Até hoje as denúncias não têm prosperado, temos casos no Congresso
se arrastando há oito anos sem punições. A família Bolsonaro, que está na
política há quarenta anos, pratica a coisa há muito tempo. Sejamos francos: as
rachadinhas seguem correndo soltas de Rondônia ao Rio de Janeiro, do Amapá ao
Ceará.
Está
confirmado
Agora está confirmado. Os convites já estão
sendo entregues para o ato de filiação do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro no
próximo dia 10, ao Podemos, comandado nacionalmente pelo senador Álvaro Dias
(PR). Em alguns estados haverá constrangimentos, já que em Rondônia, por
exemplo, o deputado federal Leo Moraes, que tem as rédeas da legenda é Bolsonarista
declarado e estuda candidatura ao governo do estado ou ao Senado, dependendo da
situação do seu padrinho político em Rondônia, o ex-governador Ivo Cassol.
Via
Direta
*** No
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a Assembleia Legislativa sob medida para se reeleger em 2022 *** Bom na articulação, como uma tarântula atraiu para sua teia política
candidatos que vão funcionar como cabos eleitorais de luxo *** Não é besta mesmo, veja se deixou Breno Mendes sair a deputado
estadual? Encheu ele de gravetos para sair a federal, jogando o xerife do povo
aos leões *** Trocando de saco para mala: com a vacinação a vida vai
voltando ao normal em Porto Velho. Tomara que novas cepas do covid não pipoquem
durante o carnaval como nos anos anteriores *** Boates, casas de tolerância e fura buchos do porto do Cai N’Água já
estão funcionando a pleno vapor na capital rondoniense.
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