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Carlos Sperança

Enchentes, fumaças e a faixa de fronteira


Enchentes, fumaças e a faixa de fronteira - Gente de Opinião

Enchentes e fumaças

Sem dúvida, a Amazônia é gigantesca em tamanho, potenciais e oportunidades, mas é preciso ter em vista que os problemas e os desafios são proporcionais à sua grandeza. Sabemos o tamanho da Amazônia Legal – 5 milhões de quilômetros quadrados –, mas é impossível calcular o tamanho e o enraizamento do crime organizado, que pela força, sabotagem, pertinácia, desprezo à sustentabilidade e prevaricação estende tentáculos até pelas instâncias legais, aproveitando-se das liberdades democráticas.

Também impossível de medir e quantificar, pela volatilidade, há algo mais no ar além dos aviões de carreira: a fumaça venenosa que vem das queimadas, resultante da expansão criminosa das ocupações ilegais de terras públicas, tão descontrolada que faz até duvidar da existência do Estado.  Fala-se com satisfação dos rios voadores, por suas consequências benéficas, exibindo uma América do Sul íntegra, acima dos delírios malucos de suposta superioridade de umas regiões sobre outras.

A destruição das enchentes no Sul e a solidariedade que o sofrimento popular despertou em todo o país mostraram da maneira mais dolorosa quanto é estúpida a arrogância regionalista. Assim como as cheias inundam casebres e mansões, a fumaça doentia não consulta saldos bancários, invadindo pulmões de criança e idosos, homens e mulheres, ricos e pobres. Como os crimes ambientais em geral, ela ataca e destrói o futuro.

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A diáspora

Segue a diáspora rondoniense para outros estados da federação e outros países, seguindo uma tendência verificada nos últimos anos. Muitos nordestinos que migraram para cá, aposentados, estão com clara preferência, pela aprazível João Pessoa, capital da Paraíba, onde temos um dos menores custos de vida do País atualmente. Lembrando que os paraibanos tiveram grande importância na colonização rondoniense, principalmente com forte migração nos anos 70 e 80 para Porto Velho. Já, os paranaenses, gaúchos e catarinenses aposentados em Rondônia, se voltam para Florianópolis, uma cidade também com grande presença de paulistas e argentinos.

Rodovia do diabo

A rodovia Marechal Rondon, a nossa BR- 364, vai completar no ano que vem 40 anos da sua inauguração pavimentada, na época, pelo presidente João Figueiredo e ministro do Interior Mário Andreazza, diga-se de passagem, com grande influência no processo de transformação do território federal de Rondônia em estado. Se as promessas atuais forem cumpridas pelas esferas federais teremos uma grande remodelação da estrada, com pavimentação e duplicação, reduzindo as tantas tragédias nesta “rodovia do diabo”, que já ceifou tantas vidas em acidentes de grandes proporções.

Centros antigos

Os centros antigos das capitais brasileiras atravessam um processo de esvaziamento com os comerciantes penalizados com alugueis elevados, com a presença de drogados e mendigos ocupando as calçadas, insegurança para os transeuntes e consumidores, etc. Assim ocorre em São Paulo, com sua celebre cracolândia, com Curitiba, no Paraná, e o mesmo panorama é constatado em Porto Velho, a nossa amada capital rondoniense e Rio Branco, no vizinho estado do Acre. Um processo que vem se arrastando a tantos anos e as autoridades não conseguem reverter com ações de revitalização.

A minirreforma

Já aprovada na Câmara dos Deputados e remetida ao Senado, a minirreforma eleitoral vai ocasionar uma série de mudanças, com a flexibilização das leis eleitorais vigentes. Não existe como reverter a tendência, já que as mudanças – considerada um retrocesso apontado por movimentos sociais –contam com apoio majoritário do PT e seus partidos aliados ao atual presidente Lula, do Centrão com maioria das suas agremiações ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Da esquerda, a direita, todos unidos em prol da aprovação da matéria. E agora já é tarde para espernear.

Faixa de fronteira

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, em sua recente passagem por Manaus, anunciou estudos para ampliar 100 quilômetros a faixa de fronteira na região amazônica como forma de aumentar a segurança na região e ganhar mais condições de combater os carteis de drogas que infestam a Amazônia. Em Rondônia o tráfico de drogas, de armas e a pratica do descaminho (contrabando) teve um grande aumento nos últimos anos.  Dino também projeta uma agência internacional com integrantes do Brasil e demais países da região para refrear as facções que atuam com o narcotráfico e guerrilhas.

Via Direta

*** Em municípios mais carentes de recursos, o Ministério Público tem atuado para impedir a contratação de cantores famosos, de cachês astronômicos, para eventos festivos *** A desconfiança de rachid  dos artistas com prefeitos tem sido constatada pelo Brasil afora *** O que esperar de alcaides que superfaturam até pãozinho da merenda escolar para encher os bolsos? *** O custo de vida tem diminuído em Porto Velho, principalmente em alguns itens da cesta básica, como se constata nos supermercados *** A carne bovina, o óleo de cozinha e até a cartela de ovos entrou em queda *** A estiagem avança até nas propriedades rurais no vizinho Acre. Em Rondônia, o Rio Madeira entrou numa seca histórica.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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