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Carlos Sperança

Fome anunciada + Epicentro da exploração da madeira + Olho do furacão


Fome anunciada + Epicentro da exploração da madeira + Olho do furacão - Gente de Opinião

Fome anunciada

É imensa a responsabilidade do Brasil perante o mundo em questões vitais como a regeneração do clima e a segurança alimentar. É constrangedor para o país, nesse caso, a polarização “ideológica”, que joga contra a união nacional necessária para que o Brasil assuma a liderança mundial nesses campos.

A fome não é uma ameaça do tipo “a Amazônia estará destruída até 2100”, projetada por entidades que modelam um futuro ainda distante. O presidente Jair Bolsonaro, avisou, com preocupação: “Vamos ter problemas de abastecimento no ano que vem”. É uma perspectiva de poucos meses. A maioria viverá para ver se medidas resolutivas serão tomadas. Aliás, o drama dos fertilizantes não é novo para a máquina governamental. Produzir adubos com alto consumo energético com insumos provenientes de minas a caminho do esgotamento preocupa desde que a agricultura se modernizou. O país já deveria estar preparado para isso, como região produtora de alimentos.

Com o desespero batendo à porta, fala-se em aproveitar o potássio amazônico. Felizmente o Serviço Geológico do Brasil trabalha com qualidade, independente de quem está à frente do governo, e mapeou fontes importantes desse recurso a ser exploradas. Claro que o potássio não é tudo e pretender escasso consumo de energia na produção de adubos é uma utopia. Agir e pesquisar são os verbos da hora. Ciência, o substantivo.  

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Os epicentros

Com madeireiras rondonienses e mato-grossenses ávidas por matéria prima, o sul amazonense se transformou no novo grande epicentro da exploração da madeira na região amazônica. Impressiona o ritmo de desmatamento em alguns municípios amazonenses, como Apuí, Lábrea e outros. Migrantes gaúchos, paranaenses e capixabas que como saúvas desmataram Rondônia nas últimas décadas – e muitos deles seguem o processo para plantar soja e criar gado, e agora centram esforços em reservas indígenas e parques nacionais – estão tomando conta do sul amazonense. Apuí, por exemplo, é colonização majoritariamente de rondonienses.

Uma corrida

Deputados estaduais do segmento evangélico e seus predadores – são pelo menos cinco parlamentares em Rondônia – estão iniciando uma corrida pelo apoio de pastores evangélicos. Como se sabe, o setor é forte em Rondônia, um dos três estados com maior população de origem evangélica no País, ao lado do Rio de Janeiro e Espirito Santo. A estratégia dos políticos é contratar pastores populares de igrejas expressivas em seus gabinetes. No entanto, sem mandato, o ex-presidente da Assembleia Legislativa Maurão de Carvalho não terá cargos à disposição para nomeações. As adesões serão na lábia mesmo, o que não serve para atender o apetite dos pastores.

A insistência

Impressiona a insistência e a tenacidade dos imigrantes brasileiros para entrar ilegalmente nos Estados Unidos, seja pelo deserto logo depois de Tijuana (México) ou pelo mar em embarcações dos chamados “coiotes” (agentes que providenciam a travessia ilegal) ao custo de R$ 30 mil dólares por cabeça. Os rondonienses deportados, que chegaram ao estado na semana passada, se preparam para uma nova travessia, ignorando que tanto os mexicanos como os estadunidenses estão mais rigorosos no controle migratório de brasileiros, haitianos, venezuelanos e cubanos, considerados indesejáveis e muito maltratados nos últimos anos por lá.

As exportações

A China, o maior país importador da carne bovina do Brasil acabou suspendendo as importações brasileiras do produto em vista de casos da vaca louca, um problema já resolvido pelas autoridades sanitárias do nossos País. Os grandes frigoríficos já estão desconfiados que o problema se prolongue em função do recuo do PIB chinês. Se de um lado o comercio exterior da carne causará prejuízos e desemprego, de outro poderá baratear o preço da carne por aqui já que os exportadores terão que se voltar ao mercado interno nos próximos meses. É uma baita queda de braço e Rondônia está dentro deste furacão.

Olho do furacão

Uma tempestade se aproxima podendo atingir a economia rondoniense. Não se trata apenas do recuo das exportações da carne rondoniense para a China, que proporciona expressiva arrecadação de ICMS para os cofres de Rondônia. A confirmação da nova lei para os reajustes dos combustíveis, visando reduzir o preço da gasolina, causará graves prejuízos a arrecadação ao erário do nosso estado. Se for confirmado este novo cenário estaremos num olho do furacão. O governador Marcos Rocha será obrigado a se esticar todo para manter os pagamentos do funcionalismo e fornecedores em dia.

 

Via Direta

*** O presidenciável do PDT Ciro Gomes está conseguindo tirar a exclusividade antipetista do atual presidente Jair Bolsonaro *** A fórmula encontrada pelo marketing socialista é bastante simples: Pau em Lula e cacete na Dilma renegando antigas alianças com os petistas *** Trocando de saco para mala: Machadinho do Oeste mantém a expectativa do início das obras da Usina Hidrelétrica de Tabajara no ano que vem *** Seria a redenção econômica para o Vale do Jamari que tem alguns municípios penando com tantas dividas e falta de recursos para investimentos *** Uma equipe do senador licenciado Confúcio Moura percorre os municípios documentando, filmando e pesquisando. É a largada da corrida eleitoral para o ano que vem dos emedebistas *** Por seu turno, o marketing de Ivo Cassol está atento aos movimentos do “inimigo”.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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