Segunda-feira, 12 de julho de 2021 - 09h41
É
animadora a retomada de ações militares especiais na Amazônia. As Forças
precisam estar em todo o território nacional e ter um foco muito específico nas
peculiaridades desta região, pela diversidade de países com os quais faz
limites, compartilhando a floresta como valioso e estratégico patrimônio comum.
Mas é preciso entender a complexidade dessas relações. A soberania não pode se
limitar a linhas políticas de fronteira e o nacionalismo já não faz mais sentido.
Políticas apenas nacionais são impossíveis se interferem em nações vizinhas.
Apesar das brincadeiras feitas com presidentes
que inventam fronteiras inexistentes para o país, não é errado supor que o
Brasil tenha “fronteiras” até com a Groelândia quando cientistas do Instituto
Potsdam de Pesquisa de Impactos Climáticos, na Alemanha, observaram que de lá
até a Antártida há uma zona de mútua influência que abarca cerca de um terço do
planeta.
Com
isso, o derretimento do gelo por lá tem a ver com a mudança nas chuvas por
aqui, aumentam o nível do mar e afetam o gelo antártico. Diante dos fatos, não
há como evitar a conclusão de que independentemente do que digam ongs,
nacionalistas, cientistas ou políticos, a natureza não dá a mínima para as
fronteiras políticas ou para os regimes de governo de cada país. Há uma bola
solta no espaço com oito bilhões de pessoas clamando por vida, saúde e menos
brigas.
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Regime militar
Não
é à toa que o presidente Jair Bolsonaro surfa com elevado índice de
popularidade em Rondônia. No DNA do estado, tem os milicos. O estado foi criado
na gestão do então presidente general João Figueiredo, tendo o seu ministro do
Interior, coronel Mário Andreazza um dos principais artífices apoiando
decisivamente o então mandatário coronel Jorge Teixeira a frente do governo de
Rondônia para dotar o novo estado de infraestrutura. Enquanto faltava dinheiro
no pais, numa recessão brava no início da década de 80, jorravam recursos para
Rondônia. Bons tempos.
A influência
Por
conta da influência dos militares na colonização rondoniense – o estado foi
criado para aumentar a representatividade da Arena no Congresso Nacional onde o
então MDB ganhava grandes proporções e um presidente civil seria eleito por um
colegiado no Congresso – temos cidades com nomes do Ministro Andreazza, de
Teixeirão, de Presidente Médici. A milicada toda foi toda homenageada, mas a estratégia
de criar três novos estados para influenciar o colégio eleitoral na eleição do
presidente não deu certo. O PDS rachou, Maluf venceu Andreazza na convenção da
Arena e posteriormente Maluf perderia a eleição para Tancredo Neves no
Congresso numa eleição indireta.
RO em chamas
Novamente
o estado de Rondônia ficou entre os três que mais desmatam no País e Porto
Velho entre os municípios mais infratores contra o meio ambiente, tal sua
proporção, já que seu território é o equivalente a toda região Oeste do Paraná.
Colonizado majoritariamente por migrantes sulistas, capixabas e mineiros, Rondônia
foi vítima de estados com grande tradição na devastação de suas florestas e que
agora cobram daqui a sensibilidade que não tiveram com seu meio ambiente.
Recebemos verdadeiras hordas de saúvas nos anos 80 e 90 e o resultado está aí:
invasões nos parques nacionais e terras indígenas, rios e igarapés secando e
uma grande estiagem pela frente.
A exportação
Mas
se Rondônia recebeu grandes levas de madeireiros migrantes saúvas do Paraná,
Rio Grande do Sul, Espirito Santo e Minas Gerais, a partir do final dos anos 90
passou exportar colonos saúvas para o Norte do Mato Grosso (região de Colniza),
sul do Amazonas (Apuí) e para o Acre. As regiões colonizadas pelos migrantes
rondonienses, quase trinta anos depois do avanço migratório já está entre as recordistas
de queimadas na Amazônia. Pior para Rondônia porque em determinadas ocasiões do
ano a fumaceira toda acaba se juntando nos céus de Porto Velho, com grossas e
poluidoras camadas de fumaça.
Paz tucana
O
ex-senador Expedito Junior (PSDB) está empenhado na paz tucana para tocar seu
projeto de eleição em 2022. Por isto aceita um desaforo aqui, outro ali como
rolou recentemente. Sua eleição depende de uma aliança forte com os Democratas,
tendo como candidato ao governo o atual senador Marcos Rogério. O PSDB indicaria
o vice na chapa, que poderia ser uma mulher, a deputada federal Mariana
Carvalho ou a esposa do prefeito Hildon Chaves, Yeda Chaves. Uma chapa poderosa
e que reforça Expedito na capital, onde se encontra o seu maior calcanhar de Aquiles.
Via Direta
*** Não se falou mais no novo Plano Diretor
de Porto Velho elaborado ainda no ano passado e com algumas questões ainda
abertas para se resolver *** Ninguém pode, no entanto,
se queixar de um plano democrático, já que foram realizadas dezenas de audiências
públicas com os mais diferentes segmentos da sociedade da capital e nos seus
principais distritos *** O blocão de
deputados federais derrotados nas últimas eleições de 2018 tenta ganhar corpo através
uma grande aliança *** Nas contas da coalizão, o agrupamento pode eleger
pelo menos três federais e aí está a esperança do ressurgimento de nomes de
porte dos ex-deputados Lindomar Garçom e Luiz Claudio e candidatos como
Sebastiao Valadares ligado ao meio evangélico *** E os Democratas apostam na eleição do dirigente Fabrício Jurado á
Câmara dos Deputados pela capital. Um nome emergente na política local.
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