Quarta-feira, 27 de setembro de 2023 - 07h12
Nos
anos 1930, o escritor Monteiro Lobato tentou convencer Getúlio Vargas de que
havia petróleo no solo brasileiro e explorá-lo significaria libertar o Brasil
de um entrave dos mais complicados – a dependência de importar combustíveis para
um país com imensas distâncias rodoviárias. Hoje, o grosso das manifestações
enviadas ao governo são de que a exploração não deve ser autorizada onde há
consequências ambientais negativas.
Manifestação
especialmente significativa vem do economista Joseph Stiglitz, vencedor do
Prêmio Nobel de Economia de 2001, uma voz digna de consideração pelo
reconhecimento obtido por ele antes e depois da premiação. Stiglitz é taxativo:
“Não faz sentido econômico explorar petróleo na Amazônia”.
Não
é sensato considerar o atual governo federal como “Lula 3”, como se fosse a
continuação dos dois primeiros, que também não foram de continuidade. Nos dois
primeiros até havia mais elementos de coesão que de divisão. O atual governo,
entretanto, é furiosamente disputado por diversas alas, do PT ao Centrão.
Dá-se
como certo, nesse caso, que o governo será orientado para onde as pressões
forem maiores. Se os desenvolvimentistas pressionarem mais, o petróleo será
explorado em áreas de risco. Se os preservacionistas pressionarem mais, vão evitar
os riscos, que não são poucos. Stiglitz acha que o petróleo em breve será inútil
e não vale a pena investir bilhões em coisa morta.
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A colombização
O Brasil
corre em passos céleres para o processo de colombização, seguindo os modelos da
Colômbia e do México, onde os cartéis de drogas se infiltraram nos poderes
Legislativo, no Executivo e no Judiciário. Depois das facções criminosas ligadas
aos carteis dominarem o Rio de Janeiro, as facções investem no Amazonas, no Acre,
Rondônia, Roraima, Amapá, Bahia e no Pará, com poderosas conexões de tráfico de
drogas e armas. Sejam os governos tucanos, petistas, emedebistas ou
bolsonaristas, todos tem sido incompetente através dos anos para combater esta situação.
Até quando?
Ações anunciadas
Para
enfrentar as ações do narcotráfico na região amazônica, o governo Lula, através
do ministro Flávio Dino, anuncia investimentos na ordem de R$ 2 bilhões para a
segurança pública, com 34 bases de apoio a Força Nacional, sendo 28 pontos terrestres
e seis fluviais. Temos uma situação crítica na Amazonia com a interferência dos
carteis do narcotráfico e esta situação se arrasta pelo menos a três décadas em
Rondônia, quando a Policia Federal executou a monumental Operação Excentric prendendo
os barões do pó (inclusive policiais) em Vilhena, Cacoal, Porto Velho e Guajará
Mirim.
O divisionismo
Se
Porto Velho é considerada uma cidade extremamente dividida, onde até a escolha
do local de WC público ou eleição de inspetores de quarteirão dá confusão, o
que dizer dos bolivianos? Lá existem os
manifestantes a favor da ponte binacional – na região de fronteira – e os contras
exigindo adequações no projeto original da obra. Por conta disto foi armada
mais uma grande confusão naquelas bandas, mas a desgraceira já está feita com a
suspensão da licitação da ponte sobre o Rio Mamoré, onde até o comercio
bilateral chegou a ser paralisado no último final e semana.
Dragagem emergencial
Em
vista da grande estiagem que atinge o Estado do Amazonas, lideranças do vizinho
estado cobraram do Dnitt e ao Ministério dos Transportes uma dragagem emergencial
na enseada do Rio Madeira no trecho que alcança o Rio Amazonas. A medida visa
dar navegabilidade aos navios e balsas que percorrem a hidrovia. Uma reunião definiu
as providencias a serem tomadas de imediato. Na região os bancos de areia estão
prejudicando sensivelmente o transporte de mercadorias. Com a estiagem se prolongando
a dragagem é considerada crucial pelos amazonenses e rondonienses.
O sapo pulando
A
necessidade faz o sapo pular, e diante das necessidades financeiras do estado,
a Secretaria da Fazenda de Rondônia estuda aumentar de 17,5 para 20 por cento a
alíquota do ICMS, importante tributo na arrecadação estadual. A grande verdade
é que mesmo com o agronegócio forte, Rondônia está se ressentindo com a crise econômica
que já obrigou o estado do Amazonas a reduzir em 25 por cento suas despesas. O
mesmo caminho de parcimônia já foi adotado pelo governo do Acre. Não é preciso
dizer que as entidades ligadas ao comércio e a Industria da terrinha já estão
com a machadinha de guerra empunhada para demover o governo de Marcos Rocha
deste reajuste.
Via Direta
*** O cronograma para a construção do
novo terminal rodoviário de Porto Velho segue adiantado e mesmo assim o Tribunal
de Contas do Estado –TCE (... estaria farejando alguma coisa?) resolveu inspecionar
e fiscalizar o empreendimento e acompanhar tudo direitinho *** Seria bom que este
comportamento fosse adotado pela instituição também para demais obras municipais,
estaduais e federais, pois existem muitas empreiteiras dando o cano em Rondônia,
sejam em creches, pontes, casas populares, etc *** A medida adotada pelo TCE no
mínimo vai inibir que mais empreiteiras apliquem calotes por aqui *** Lembrando
que poucos vereadores e deputados fiscalizam as obras públicas...
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