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Carlos Sperança

Graves prejuízos de Hildon Chaves


Graves prejuízos de Hildon Chaves - Gente de Opinião

Quando tudo é grande

Qualquer tamanho de coisas da Terra seria pequeno para hipotéticos jupiterianos. O maior planeta do sistema solar, em comparação com Júpiter tudo na Terra é quase nada. Em relação à maioria dos estados brasileiros, a Amazônia é muito grande. Quando consideram a própria extensão territorial, o tamanho da floresta lhes parece imenso. Na verdade, ninguém nega que tudo é grande na Amazônia, inclusive seu incalculável e também ainda imensurável potencial para ser o Brasil que vai dar certo.

Nessa perspectiva, o que seria uma grande propriedade em qualquer Estado do Sul é pequena em relação à vastidão amazônica. Da mesma forma, uma grande fazenda amazônica sempre vai parecer enorme para os padrões sulinos. Como ser grande é comum na Amazônia, uma grande propriedade na região é trivial, mas quando a posse dessa área passa a estrangeiros seu tamanho parece crescer como que debaixo de uma lupa.

Na Terra ou em Júpiter, ninguém vai considerar pequena a Fazenda Novo Macapá, adquirida por madeireiros espanhóis e portugueses, cujos antepassados já se consideraram donos de tudo isto em tempos antigos. Considerando o DNA, aqui todos somos estrangeiros. No entanto, os 190 mil hectares da fazenda, entre o Amazonas e o Acre, esbarram nas restrições da legislação brasileira. Em meio a truques e jeitinhos, a Fazenda Novo Macapá se julga legal, mas é, sob qualquer métrica, um grande problema.

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Pedras na Geni

Dias conturbados. Ao pedir para o Tribunal de Contas do Estado atualizar a planta imobiliária da capital, atualizando os valores dos imóveis em Porto Velho, o prefeito Hildon Chaves (União Brasil) não esperava arrumar tanta sarna para se coçar. Do prefeito mais popular nas últimas décadas, tinha virado um pária, todo mundo atirando pedra na Geni. Agora tentou consertar a coisa para recuperar sua carreira política – que até agora era considerada auspiciosa – e muita da sua culpa ficou por conta por equívocos ocorridos no cadastro técnico, pois se projetava um reajuste de 30 por cento (caríssimo) e temos imóveis com IPTU reajustado em até 300 por cento.

Graves prejuízos

O prefeito Hildon Chaves, como se sabe, voltou atrás no tocante ao reajuste e amansou os valores do IPTU. Teve a generosidade em suspender a cobrança do tributo até 30 de março, o que já reduziu os protestos generalizados do Tancredo Neves ao Caladinho. Mas a lambança no plano político – sua articulação falhou feio – está feita. Mesmo com os preços cobrados no ano passado, mais 10 por cento da valorização dos imóveis e a inflação do período, ele terá desgastes e seguirá ainda enguiçado com a opinião pública. Lamento a situação, pois até agora Hildon desfrutava de baita índice de popularidade e a capital seria sua grande plataforma de lançamento para sua candidatura ao CPA. Não é mais.

É muito pouco

Entre idas e vindas, de lambanças em lambanças o prefeito e os vereadores de PVH, ao meu ver, não conseguiram se reconciliar com a população no plano político. O que fizeram é muito pouco, apenas remendaram a situação, pois ainda existe muita chiadeira contra o jogo de cena protagonizado pelo alcaide, secretários e vereadores. Na medida adotada daquelas da modalidade “se colar, colou”, o contribuinte vai lembrar nas urnas que se tentou adotar em 2023 o reajuste mais cruel de todos os tempos na capital. Os vereadores serão os primeiros a pagar esta conta, no ano que vem. As coisas ficam assim: quem pagava R$ 1.000,00 de IPTU vai pagar entre R$ 1.200,00 e R$ 1.300,00. Ora, mesmo assim é um aumento de 20 a 30 por cento! Medonho!

Interesses dispares

Com interesse conflitantes nos estados e nos municípios, a criação da federação do PP, de Arthur Lira e o União Brasil de Luciano Bivar, ameaça a vazar água. É muito tigre no mesmo capão e os dois partidos terão dificuldades em compatibilizar os interesses dos seus convencionais nas eleições municipais do ano que vem e nas candidaturas aos governos do estado em 2026. Em Rondônia, por exemplo, no plano estadual o PP do ex-governador Ivo Cassol não dança cirandinha com o União Brasil, do governador Marcos Rocha. Terão candidaturas opostas ao governo do estado em 2026.

Balaio de gatos

O governo Lula tem se revelado um monumental balaio de gatos no plano ideológico. É uma aliança que tem desde a extrema esquerda até a extrema direita na sua composição e as disputas entre estas correntes já prejudicam a atual gestão. O PT, por exemplo, quer mais espaço no governo e hostiliza legendas do centrão, como União Brasil, como se viu em recente cobrança da presidente nacional G. Hoffman cobrando a cabeça do ministro das Comunicações, pertencente ao União Brasil. O episódio só causou desgastes, já que Lula fechou os olhos para as acusações contra seus ministros da mesma forma que Bolsonaro agia com relação a denúncias contra seu primeiro escalão.

Via Direta

*** O inverno amazônico foi favorável ao nível do reservatório da Usina Hidrelétrica de Balbina, que abastece de energia o Amazonas. A usina atingiu de 80 por cento da sua capacidade e a população de Manaus comemora. *** A ministra do Meio Ambiente Marina Silva decretou estado de emergência nos estados da Amazonia no período do verão tendo em vista as graves consequências dos incêndios florestais que devem crescer muito em 2023 devido ao desmatamento na região *** Com a medida terá mais recursos para combater o fogaréu. Amazonia arde em chamas no verão *** Alguns oposicionistas sugerem que o brutal aumento do IPTU é para encobrir algum rombo - e daqueles de empalidecer corruptos empedernidos! Será? Não acredito...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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