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Carlos Sperança

Guerra e clima + Tudo conspira + Favoritos fora + Facções articuladas


Guerra e clima + Tudo conspira + Favoritos fora + Facções articuladas - Gente de Opinião

Guerra e clima

O medo semeado pelos EUA quanto a uma guerra entre Rússia e Ucrânia, que não traria vantagem alguma para os países europeus, tem todo jeito de ser uma cortina de fumaça para encobrir o fracasso das políticas para salvar o clima da Terra.  E a guerra já começou.

O que faria sentido é o contrário da guerra: a união de esforços para conjurar o apocalipse climático, o mais grave problema que assola a humanidade, combinado com a Covid. Caso a guerra aconteça e o horror climático persista, a economia mundial será gravemente afetada. No caso do Brasil, onde poucas coisas realmente funcionam, até sua galinha dos ovos de ouro – o agronegócio – sofrerá consequências terríveis.

A união nacional para proteger a grande âncora verde é urgente. Todo esforço para blindá-la é necessário, mas será impossível unir a Nação com líderes arrogantes incapazes de perceber que acima de tudo há o povo brasileiro necessitado de uma economia saudável e justa.

Deveria servir de lição de que o agronegócio está sob ataque o inegável do fenômeno de fortes chuvas com alagamentos e mortes no Sudeste e Nordeste e o contraste de severa estiagem no Sul, com temperaturas cariocas em regiões onde cai neve. Não importará qual bolha é mais barulhenta na internet ou qual candidato fala mais se a desunião levar todos à ruína. Quando até guerra serve como distração é fácil notar que a situação é grave.

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Tudo conspira

O ex-deputado federal Miguel de Souza, que também foi vice-governador de Rondônia na gestão do estimado governador José Bianco e hoje reside em Brasília, sempre me dizia: “governador se elege por aqui quando tudo conspira a favor”. Por coincidência muitos candidatos desacreditados chegaram ao topo nas últimas décadas nas eleições ao antigo Palácio Presidente Vargas. O próprio governador Marcos Rocha (União Brasil) era considerado uma carta fora do baralho no pleito passado e ao final chegou ao pódio para assumir o CPA. Tudo conspirou a favor dele naquela eleição.

Favoritos fora

E eis, que Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) vê o mundo conspirar ao seu favor novamente na eleição 2022. O favorito, o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim de Moura) na eleição deste ano está inelegível. O segundo maior favorito para outubro, o ex-governador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) anunciou sua desistência. Não bastasse, as coisas estão se encaminhando para o senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) assumir um cargo ministerial graças a sua fidelidade canina ao presidente Bolsonaro. Por enquanto sobrou apenas o petista Anselmo de Jesus (Ji-Paraná) para o enfrentamento ao bolsonarismo.

Novos concorrentes

Com tantos expoentes fora das paradas, novos adversários poderão surgir para a peleja estadual. Na capital, seguramente ou o prefeito Hildon Chaves (PSDB), ou o deputado federal Leo Moraes (Podemos) tem condições de entrar nesta disputa. No interior estão jogando gravetos para o atual prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD) assuma a candidatura ao CPA. A região de Cacoal ainda não elegeu governador e sonha com desta façanha. Do Cone Sul rondoniense o magnata do agronegócio Bagatolli (PL) está de asas crescidas e vê uma grande oportunidade de chegar lá.

Um acordo

O sabichão Confúcio Moura tinha lançado sua candidatura para fortalecer as negociações do seu partido com outras legendas. Até então o MDB estava desprezado com um bicho sarnento. Com a candidatura de Confúcio posta o partido ganhou credibilidade para se entender com outras legendas. Com certeza ele já tem um acordo alinhavado que deverá ser anunciado até as convenções do meio do ano. Como sempre, El Carecon joga bem suas fichas e acerta na mosca. Mas até agora não se sabe quem ganhará seu apoio. O MDB pretende eleger o senador –que pode ser Raupp ou Maurão – e pelo menos dois deputados federais nesta temporada.

Facções articuladas

Como em toda eleição, as facções criminosas rondonienses estão prospectando nomes para apoiar seus ungidos à Assembleia Legislativa de Rondônia. A mesma coisa ocorre em outros estados do Norte e não é surpresa para ninguém se já que tiveram deputados eleitos em pleitos anteriores. Os ramos do tráfico de drogas e de armas, os segmentos da lavagem de dinheiro, contrabando de pedras preciosas e de grilagem de terras buscam proteção e os nomes articulados pelas facções contam com a impunidade, já que punir político hoje em dia é mais difícil do que ganhar na Mega Sena.

 

Via Direta

*** A esquerda pode contar com dois possíveis candidatos ao governo de Rondônia. De um lado, Anselmo de Jesus (PT), de outro Vinicius Miguel (Cidadania) que já se desincompatibilizou do cargo na prefeitura de Porto Velho *** Mas os entendimentos seguem para uma candidatura única neste segmento *** Combatendo mesmo a rapinagem do fundão eleitoral apenas o partido chamado Novo. As demais agremiações estão se fingindo de mortas e só querem mesmo é embolsar os recursos *** Na campanha presidencial, o atual governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) estuda a troca de partido para entrar na peleja contra os favoritos Lula e o presidente Bolsonaro *** Mais um a tentar a chamada terceira via e convites não faltam.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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