Quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022 - 08h00
O
medo semeado pelos EUA quanto a uma guerra entre Rússia e Ucrânia, que não
traria vantagem alguma para os países europeus, tem todo jeito de ser uma
cortina de fumaça para encobrir o fracasso das políticas para salvar o clima da
Terra. E a guerra já começou.
O
que faria sentido é o contrário da guerra: a união de esforços para conjurar o
apocalipse climático, o mais grave problema que assola a humanidade, combinado
com a Covid. Caso a guerra aconteça e o horror climático persista, a economia
mundial será gravemente afetada. No caso do Brasil, onde poucas coisas
realmente funcionam, até sua galinha dos ovos de ouro – o agronegócio – sofrerá
consequências terríveis.
A
união nacional para proteger a grande âncora verde é urgente. Todo esforço para
blindá-la é necessário, mas será impossível unir a Nação com líderes arrogantes
incapazes de perceber que acima de tudo há o povo brasileiro necessitado de uma
economia saudável e justa.
Deveria
servir de lição de que o agronegócio está sob ataque o inegável do fenômeno de
fortes chuvas com alagamentos e mortes no Sudeste e Nordeste e o contraste de
severa estiagem no Sul, com temperaturas cariocas em regiões onde cai neve. Não
importará qual bolha é mais barulhenta na internet ou qual candidato fala mais
se a desunião levar todos à ruína. Quando até guerra serve como distração é
fácil notar que a situação é grave.
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Tudo conspira
O
ex-deputado federal Miguel de Souza, que também foi vice-governador de Rondônia
na gestão do estimado governador José Bianco e hoje reside em Brasília, sempre
me dizia: “governador se elege por aqui quando tudo conspira a favor”. Por coincidência
muitos candidatos desacreditados chegaram ao topo nas últimas décadas nas eleições
ao antigo Palácio Presidente Vargas. O próprio governador Marcos Rocha (União
Brasil) era considerado uma carta fora do baralho no pleito passado e ao final
chegou ao pódio para assumir o CPA. Tudo conspirou a favor dele naquela
eleição.
Favoritos fora
E
eis, que Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) vê o mundo conspirar ao seu
favor novamente na eleição 2022. O favorito, o ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim
de Moura) na eleição deste ano está inelegível. O segundo maior favorito para
outubro, o ex-governador Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) anunciou sua
desistência. Não bastasse, as coisas estão se encaminhando para o senador
Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) assumir um cargo ministerial graças a sua fidelidade
canina ao presidente Bolsonaro. Por enquanto sobrou apenas o petista Anselmo de
Jesus (Ji-Paraná) para o enfrentamento ao bolsonarismo.
Novos concorrentes
Com
tantos expoentes fora das paradas, novos adversários poderão surgir para a
peleja estadual. Na capital, seguramente ou o prefeito Hildon Chaves (PSDB), ou
o deputado federal Leo Moraes (Podemos) tem condições de entrar nesta disputa.
No interior estão jogando gravetos para o atual prefeito de Cacoal Adailton Fúria
(PSD) assuma a candidatura ao CPA. A região de Cacoal ainda não elegeu
governador e sonha com desta façanha. Do Cone Sul rondoniense o magnata do
agronegócio Bagatolli (PL) está de asas crescidas e vê uma grande oportunidade
de chegar lá.
Um acordo
O
sabichão Confúcio Moura tinha lançado sua candidatura para fortalecer as
negociações do seu partido com outras legendas. Até então o MDB estava desprezado
com um bicho sarnento. Com a candidatura de Confúcio posta o partido ganhou
credibilidade para se entender com outras legendas. Com certeza ele já tem um
acordo alinhavado que deverá ser anunciado até as convenções do meio do ano.
Como sempre, El Carecon joga bem suas fichas e acerta na mosca. Mas até agora
não se sabe quem ganhará seu apoio. O MDB pretende eleger o senador –que pode ser
Raupp ou Maurão – e pelo menos dois deputados federais nesta temporada.
Facções articuladas
Como
em toda eleição, as facções criminosas rondonienses estão prospectando nomes
para apoiar seus ungidos à Assembleia Legislativa de Rondônia. A mesma coisa
ocorre em outros estados do Norte e não é surpresa para ninguém se já que
tiveram deputados eleitos em pleitos anteriores. Os ramos do tráfico de drogas
e de armas, os segmentos da lavagem de dinheiro, contrabando de pedras preciosas
e de grilagem de terras buscam proteção e os nomes articulados pelas facções contam
com a impunidade, já que punir político hoje em dia é mais difícil do que
ganhar na Mega Sena.
Via Direta
*** A esquerda pode contar com dois
possíveis candidatos ao governo de Rondônia. De um lado, Anselmo de Jesus (PT),
de outro Vinicius Miguel (Cidadania) que já se desincompatibilizou do cargo na
prefeitura de Porto Velho *** Mas os entendimentos seguem para uma candidatura única
neste segmento *** Combatendo mesmo a
rapinagem do fundão eleitoral apenas o partido chamado Novo. As demais agremiações
estão se fingindo de mortas e só querem mesmo é embolsar os recursos *** Na
campanha presidencial, o atual governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite
(PSDB) estuda a troca de partido para entrar na peleja contra os favoritos Lula
e o presidente Bolsonaro *** Mais um a
tentar a chamada terceira via e convites não faltam.
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