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Carlos Sperança

Haja fake news + Festa do bolsonarismo + Fora do normal + Campo de batalha


Haja fake news + Festa do bolsonarismo + Fora do normal + Campo de batalha - Gente de Opinião

Haja fake news

Nesta época de fake news e teorias da conspiração, sempre que se aproxima o dia 24 de setembro de cada ano, malucos de vários tipos infestam as redes sociais com novas profecias sobre um suposto vez “fim do mundo”, apoiados por milhões de crédulos e medrosos que as repassam para semear pânico.

Quando os boatos começaram, em 2010, o mundo chegaria ao fim naquele 24/9. O castigo por destruir a Amazônia e arruinar a economia mundial com a crise na Zona do Euro viria pela colisão de um asteroide com a Terra em Porto Rico, detonando uma série de terremotos e tsunamis que deixariam como rastro a destruição do Leste dos EUA, o México e as Américas Central e do Sul. A Zona do Euro estaria poupada...

Em 2011, a data foi assinalada por um antiApocalipse: o Moving Planet, um dia sem combustíveis fósseis. Foi bonito e exemplar, mas o tsunami de consciência ambiental que previa também não aconteceu naquela ocasião. Para o bem ou para o mal, os profetas estão em baixa, mas não desistem de fazer suas assustadoras previsões. Para o 24/9 deste ano, o temor (ou expectativa) da vez é que o debate entre os presidenciáveis possa decidir de uma vez as preferências dos eleitores ainda indecisos para as eleições de outubro, sepultando as chances daqueles que não demonstrarem coerência nas ideias e propostas. Provavelmente nada mais “apocalíptico” que isso vai acontecer.

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Festa do bolsonarismo

Se no plano nacional existe a possibilidade até de uma vitória em primeiro turno do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), em Rondônia temos uma verdadeira festa do bolsonarismo. Os candidatos mais votados em todos os níveis, conforme as pesquisas vigentes, vem deste segmento. Impressiona como viceja o bolsonarismo na disputa ao governo estadual. Os três principais colocados rezam a cartilha do mito, pela ordem, Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho), Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) e Leo Moraes (Podemos-Porto Velho). Nada indica a presença do candidato da esquerda no segundo turno.

Barba, cabelo ....

Se não pintar algum efeito manada em direção dos candidatos da Frente Democrática o bolsonarismo faz barba, cabelo e bigode no estado no pleito 2022. A única diferença é que o bolsonarismo raiz de extrema direita não tem colado na capital nesta temporada, e na verdade, isto vem desde Eyder Brasil que ficou na rabeira na disputa da prefeitura de Porto Velho em 2020 e Jaime Bagatolli atualmente com seu discurso extremista encontra uma rejeição braba. Bolsonarismo mais suave cola e tem sido o tom do governador Marcos Rocha. Nem tanto de Marcos Rogério.

Fora do normal

Mas tem coisas fora do eixo, contexto usual neste pleito. O normal seria galgar ao segundo turno em Rondônia, como tem sido em eleições passadas, candidatos de segmentos opostos, no caso em 2022, seria um candidato bolsonarista (neste momento Marcos Rocha) e um candidato do segmento de Lula, representando esquerda e centro esquerda. Não se pode, portanto, descartar uma guinada de Daniel Pereira nestas duas semanas, já que Lula tem 26 por cento de intenções de votos em Rondônia e sua vitória em primeiro turno ou até mesmo indo para um segundo ajuda seu candidato local. Nesta altura do campeonato poucos acreditam nesta possibilidade, mas ela existe e tratando-se de Rondônia nada pode ser descartado.

Dois turnos

Outra caraterística marcante nas eleições rondonienses é que os institutos  tradicionalmente vendem as pesquisas iniciais para quem está no poder, mas na última pesquisa, para não passar vergonha e perder mais ainda a credibilidade,  capricham para um resultado mais próximo da realidade. Por isto, olho na última sondagem das empresas do ramo, elas estarão mais próximas da realidade e com certeza apontando um pleito em dois turnos.  Lembrando que o líder na corrida Marcos Rocha não é nenhum Ivo Cassol ou Confúcio Moura para se reeleger em primeiro turno e no segundo ele deve sofrer com a união das oposições bombardeando suas paliçadas no Palácio Rio Madeira.

 Campo de batalha

Porto Velho se transformou nos últimos dias num verdadeiro campo de batalha entre os candidatos a governadores e ao Senado. O senador Marcos Rogério, com Bagatolli instalou seu quartel general na capital para reduzir a diferença, por enquanto ainda favorável ao governador Marcos Rocha. Leo Moraes está bem situado nos distritos e percorre a BR 364, escoltado por seu candidato ao Senado Expedito Junior. A Frente Democrática com Daniel Pereira ao governo e Acir Gurgacz ao Senado triplicou as caminhadas pelas principais avenidas apostando numa campanha olho no olho, de grande visibilidade, como é a tradição portovelhense nestes eventos.

Via Direta

*** Com a contagem regressiva já correndo para o pleito de 2 de outubro já é possível prever muitas surpresas nas eleições a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados *** Quanto a disputa pelo governo do estado já está mais do que configurada a tendência de eleições em dois turnos com os dois Marcos se enfrentando cara a cara, fuça a fuça *** Por falar do  atual governador ele tem fugido dos debates: fugiu do confronto na Bandeirantes e no SBT *** Foi aconselhado pelos assessores a pular fora dos eventos em vista da sua atuação desastrosa no primeiro debate realizado pela Rede TV para todo estado *** Os números comprovam:  o candidato Leo Moraes até então considerado o favorito pra vencer a eleição na capital, despencou com a aliança firmada com Expedito. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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