Quinta-feira, 16 de maio de 2024 - 07h50
É
justo refletir sobre o que significa a notícia de que os pássaros do gênero
Willisornis (conhecidos como rendadinhos ou formigueiros) tiveram uma redução
da sua diversidade genética ao longo do tempo, sobretudo devido às transformações
ambientais ocorridas no período da glaciação.
Estudos
nesse sentido demonstram com clareza que as mudanças ambientais e climáticas
afetam a vida. Pode ser que não haja muita gente interessada na causa da
redução da diversidade genética desses pássaros ao cabo de um período já
circunscrito ao passado remoto, por isso é recomendável focar outra notícia: cerca
de 19% das crianças e adolescentes de comunidades ribeirinhas têm altura baixa
para a sua idade. Não é algo que aconteceu há milhares de anos. É uma situação vivida
em nosso tempo.
A
pesquisa sobre os rendadinhos vem do Instituto Tecnológico Vale com a
participação das universidades da Paraíba, Pará e Toronto (Canadá) e obriga a
pensar que os efeitos do aquecimento global só poderão ser aferidos depois que
já não houver mais retorno às condições anteriores. Essa é a reflexão cabível
para o caso. A pesquisa sobre a altura baixa de crianças ribeirinhas trata dos
efeitos do que vem acontecendo há pelo menos uma geração. Pensar sobre isso
mirando soluções imediatas evitará que os grandalhões de hoje venham a ter
bisnetos mirrados pelos efeitos negativos do clima. Valorizar a família implica
salvar seu futuro.
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O congestionamento
O
ex-governador Ivo Cassol – que foi um baita governador e um péssimo senador –
já começa a montar seu bloco para disputar o CPA Rio Madeira, aquele que ele
construiu e marcou sua segunda administração. Ivo é o cara na articulação, está
lançando seus candidatos as prefeituras nas eleições de outubro, já cooptou a
deputada federal Silvia Cristina, oriunda do PL, para ser sua candidata ao
Senado pelo PP nas eleições de 2026. Sendo verdade, a região central ficará
congestionada, já que Marcos Rogério sai a reeleição e não vai dar mole para a
dissidente.
Jogo de estratégia
Chama
atenção o jogo de estratégia dos chapas brancas em Porto Velho, em favor da sua
candidata Mariana Carvalho (União Brasil), apoiada pelo prefeito Hildon Chaves
(PSDB) e o governador Marcos Rocha (União Brasil). Primeiro retiraram para fora
da eleição o favorito, o deputado Fernando Máximo. Tarefa bem-sucedida, os
alquimistas do CPA se dedicam agora buscar a desistência do ex-deputado federal
Leo Moraes (Podemos), considerado outro peso pesado para a disputa. Para minimizar
a rejeição dos evangélicos a Mariana, foi acertada a adesão da deputada federal
Cristiane Lopes, terrivelmente evangélica e bolsonarista. A oposição fala em
jogo sujo, os situacionistas em competência na articulação.
Poção caprichada
Entendo
que os bruxos chapas branca capricharam numa poção para a vitória de Mariana
nas eleições de outubro com vistas em resolver a parada já em turno único. No
entanto, não existe pix para todo mundo e ainda haverá uma penca de candidatos
fracionando o eleitorado e empurrando a eleição para um provável segundo turno.
E é no segundo turno que Mariana corre risco, principalmente pela existência de
interesses dispares na sua aliança. Caberá a Euma Tourinho (MDB), Vinicius Miguel
(PSB), Fatima Cleide (PT), Célio Lopes (PDT), Samuel Costa (Rede), Benê Alves
(Solidariedade) e Valdir Vargas (PP) a tarefa de garantir um segundo turno.
Sem punição!
Integrar
facção criminosa, fazer parte do bando dos piratas do madeira, certamente é considerada
entre os jovens uma atividade lucrativa. Mas os meliantes querem expandir os
negócios e por isto manifestam interesse em disputar cargos eletivos nas
eleições municipais. Numa das comunidades na capital já existe um candidato a
vereador para eleição de outubro. Grana não falta para a campanha, vem do roubo
de combustíveis, das barcaças com eletrônicos, etc. Mas que benefícios podem
estimar com cargo eletivo? Ora, indicação de parentes para cargos comissionados,
negócios em geral com a prefeitura com superfaturamento – e, o melhor de tudo,
não tem punição!
E os esforços
E
quais seriam os esforços dos vereadores eleitos, então, para ganhar as benesses
decorrentes deste balcão de negócios estabelecido com as prefeituras?
Obediência cega aos prefeitos, aprovação das matérias oriundas do Executivo a toque
de caixa - e sequer lidas, fingir que nada acontece com a saúde, segurança e
outros segmentos. Sendo obedientes também poderão conquistar outras vantagens,
como influenciar em licitações polpudas de empresários aliados. E quando
contrariados? Inventam algum motivo – as vezes até verdadeiros – para ameaçar
os alcaides com impeachment. É coisa de louco!
Via Direta
*** Alguns garimpeiros de Porto Velho reforçaram
os recentes protestos em Humaitá contra
a Polícia Federal pelas ações de fiscalização que redundaram em explosão de 50
balsas em garimpos clandestinos *** Os políticos locais aproveitaram para fazer
sua média com os empresários do garimpo ***Assim
como o clã Donadon está instalado em Vilhena e influencia a política regional
há quase três décadas, em Cerejeiras temos o clã Neiva de Carvalho *** Naquele
município o clã já teve um prefeito, tem o deputado estadual mais votado na
região e agora lança Wiveslando Neiva para a prefeitura local. Como se vê,
temos clãs políticos enraizados no Cone Sul.
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