Quarta-feira, 23 de março de 2022 - 08h21
Muitos governantes tomam decisões erradas com base em
conselheiros de confiança que pecam por má assessoria. Há ocasiões em que a equipe
do presidente Jair Bolsonaro o deixa em dificuldades, por erros de avaliação ou
conclusões apressadas que depois resultam em murros na mesa. O presidente teve
dissabores com os ex-ministros das Relações Exteriores e do Meio Ambiente e em
tempo se livrou deles. Mas ao se encontrar com o líder russo Vladimir Putin em
Moscou, o presidente estava certo de que o anfitrião era um defensor da
Amazônia, coisa que, na verdade, Putin nunca foi.
Há tantas mentiras rolando pelo mundo sobre a Amazônia que
a “verdade” acaba sendo a versão de quem possui robôs em número e alcance
suficiente para seduzir a grande mídia e as redes sociais. O Putin defensor da
Amazônia, supostamente vetando a tentativa de ataques das potências contra a
soberania brasileira na região, nunca existiu. A Rússia também nunca firmou
parceria com o Brasil nesse sentido.
Errar é fácil, corrigir requer argúcia e ginástica. Apesar
de Putin não ser um defensor da Amazônia, se no futuro de fato aderir à causa,
encerrar logo a ação militar na Ucrânia e aliviar a pressão dos altos custos
dos fertilizantes sobre o Brasil, no frigir dos ovos o engano que os
conselheiros cometeram será convertido em vantagem – o limão virando limonada.
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Eleições 2022
Na minha primeira enquete estadual – não é pesquisa
oficial, aquela registrada no TRE – tive algumas surpresas quanto ao que eu
acreditava inicialmente no cenário estadual pela disputa pelo governo de
Rondônia onde o favorito agora é o governador Marcos Rocha. Numa eventual candidatura
ao CPA, me surpreendeu, por exemplo, a baixa taxa de rejeição do ex-governador
Daniel Pereira (Solidariedade) e sua forte penetração junto ao funcionalismo, nos
professores e profissionais da educação. E pode ser beneficiado ainda pelo
bairrismo do Cone Sul já que seu berço é Cerejeiras.
Novo cenário
Se na peleja estivessem o ex-governador Ivo Cassol (PP), impedido
pela justiça, o senador Confúcio Moura (MDB) e o prefeito de Porto Velho Hildon
Chaves (PSDB), que desistiram, não apostaria um níquel furado em Daniel Pereira
ao governo de Rondônia. Mas sem eles na parada, eis que ele emerge herdando
votos de Confúcio (de quem ele foi vice-governador) no interior e alguma coisa
do eleitorado tucano de Hildon Chaves na capital onde temos uma fatia que não
aceita seu apoio ao governador Marcos Rocha. Um quadro interessante. Taca-lhe
um vice de Jipa e um candidato ao Senado de Ariquemes e teremos uma chapa
competitiva no pedaço.
Briga ao Senado
Na briga ao Senado, sem Valdir Raupp (MDB) nas paradas a
mesma sondagem ainda mostra a força do bolsonarismo no estado, sendo o
principal beneficiado com isto, o empresário Jayme Bagatolli (Vilhena). Mas a
melhor média estadual de pontuação é do ex-senador Expedito Junior (PSD), mesmo
com percalços em Porto Velho, onde vai precisar reforçar suas paliçadas para se
garantir. No entanto, para a sorte dele o bolsonarismo não é forte na capital,
o que leva a disputa para a roça e nos pequenos municípios onde rolimorense tem
tradição de bons resultados. Já, a deputada Jaqueline Cassol (PP) tem séria
dificuldade em penetrar no eleitorado da capital.
O cassolismo
O que impressiona em Rondônia é que o ex-governador Ivo Cassol
(PP) é idolatrado como um novo Teixeirão e ganharia a eleição ao governo
estadual com um pé nas costas, no entanto ele não consegue transferir votos aos
aliados. Na capital, por exemplo, todos os candidatos a prefeito que apoiou
levaram pau, de Everton Leoni a Garçon, de Mário Português a Leo Moraes e Cristiane
Lopes. Tampouco conseguiu emplacar a irmã ao governo e sua esposa Dona Ivone ao
Senado, mesmo sendo muito querida pela população. Portando, o apoio de Ivo a
Leo Moraes deve ser comemorado pela turma de Marcos Rocha, já que se trata de
um pé de coelho às avessas.
Calcanhar de Aquiles
Mas se do lado de Rocha, pode se comemorar o apoio de Ivo a
Leo Moraes, também o governador Marcos Rocha montou uma si uma bomba relógio,
um verdadeiro calcanhar de Aquiles. Ocorre que está colocando no mesmo balaio e
no seu palanque dois eleitorados com rivalidades tribais na capital, ou seja, os
do prefeito de Porto Velho Hildon Chaves e a sua rival Cristine Lopes na
recente peleja a prefeitura da capital. Muitos seguidores destas duas correntes
já estão se atritando. Então, conciliar os interesses destes dois agrupamentos
e esconder alguns prefeitos impopulares no interior desta aliança, será
imperativo para que o barco do Coronel não afunde como ocorreu com a coligação
Rondônia com Fé com estes mesmos problemas em 94.
Via Direta
*** As definições estão
chegando e algumas surpresas ainda estão previstas até o início de abril quando
será encerrado o prazo da janela partidária que permite aos parlamentares
estaduais e federais trocarem de partido sem a punição da perda de mandato *** Como sempre as
alianças governistas montam chapas a Assembleia Legislativa fortes no papel mas
que não correspondem o favoritismo nas urnas *** Lembro de uma legislatura na década de 90 onde seis deputados estaduais não se
reelegeram por se comportarem como vacas de presépio durante seus mandatos ***
Não querendo voduzar ninguém, mas já voduzando, é em Porto Velho onde existe a
maior insatisfação com a condução de seus representantes na Casa de Leis
estadual. *** Por isto quase todos os
estaduais da capital estão sob ameaça dos predadores nesta temporada.
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