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Carlos Sperança

Limão em limonada + Briga ao Senado + O cassolismo + Calcanhar de Aquiles


Limão em limonada + Briga ao Senado + O cassolismo + Calcanhar de Aquiles - Gente de Opinião

Limão em limonada

Muitos governantes tomam decisões erradas com base em conselheiros de confiança que pecam por má assessoria. Há ocasiões em que a equipe do presidente Jair Bolsonaro o deixa em dificuldades, por erros de avaliação ou conclusões apressadas que depois resultam em murros na mesa. O presidente teve dissabores com os ex-ministros das Relações Exteriores e do Meio Ambiente e em tempo se livrou deles. Mas ao se encontrar com o líder russo Vladimir Putin em Moscou, o presidente estava certo de que o anfitrião era um defensor da Amazônia, coisa que, na verdade, Putin nunca foi.

Há tantas mentiras rolando pelo mundo sobre a Amazônia que a “verdade” acaba sendo a versão de quem possui robôs em número e alcance suficiente para seduzir a grande mídia e as redes sociais. O Putin defensor da Amazônia, supostamente vetando a tentativa de ataques das potências contra a soberania brasileira na região, nunca existiu. A Rússia também nunca firmou parceria com o Brasil nesse sentido.

Errar é fácil, corrigir requer argúcia e ginástica. Apesar de Putin não ser um defensor da Amazônia, se no futuro de fato aderir à causa, encerrar logo a ação militar na Ucrânia e aliviar a pressão dos altos custos dos fertilizantes sobre o Brasil, no frigir dos ovos o engano que os conselheiros cometeram será convertido em vantagem – o limão virando limonada.

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Eleições 2022

Na minha primeira enquete estadual – não é pesquisa oficial, aquela registrada no TRE – tive algumas surpresas quanto ao que eu acreditava inicialmente no cenário estadual pela disputa pelo governo de Rondônia onde o favorito agora é o governador Marcos Rocha. Numa eventual candidatura ao CPA, me surpreendeu, por exemplo, a baixa taxa de rejeição do ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade) e sua forte penetração junto ao funcionalismo, nos professores e profissionais da educação. E pode ser beneficiado ainda pelo bairrismo do Cone Sul já que seu berço é Cerejeiras.

Novo cenário

Se na peleja estivessem o ex-governador Ivo Cassol (PP), impedido pela justiça, o senador Confúcio Moura (MDB) e o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB), que desistiram, não apostaria um níquel furado em Daniel Pereira ao governo de Rondônia. Mas sem eles na parada, eis que ele emerge herdando votos de Confúcio (de quem ele foi vice-governador) no interior e alguma coisa do eleitorado tucano de Hildon Chaves na capital onde temos uma fatia que não aceita seu apoio ao governador Marcos Rocha. Um quadro interessante. Taca-lhe um vice de Jipa e um candidato ao Senado de Ariquemes e teremos uma chapa competitiva no pedaço.

Briga ao Senado

Na briga ao Senado, sem Valdir Raupp (MDB) nas paradas a mesma sondagem ainda mostra a força do bolsonarismo no estado, sendo o principal beneficiado com isto, o empresário Jayme Bagatolli (Vilhena). Mas a melhor média estadual de pontuação é do ex-senador Expedito Junior (PSD), mesmo com percalços em Porto Velho, onde vai precisar reforçar suas paliçadas para se garantir. No entanto, para a sorte dele o bolsonarismo não é forte na capital, o que leva a disputa para a roça e nos pequenos municípios onde rolimorense tem tradição de bons resultados. Já, a deputada Jaqueline Cassol (PP) tem séria dificuldade em penetrar no eleitorado da capital.

O cassolismo

O que impressiona em Rondônia é que o ex-governador Ivo Cassol (PP) é idolatrado como um novo Teixeirão e ganharia a eleição ao governo estadual com um pé nas costas, no entanto ele não consegue transferir votos aos aliados. Na capital, por exemplo, todos os candidatos a prefeito que apoiou levaram pau, de Everton Leoni a Garçon, de Mário Português a Leo Moraes e Cristiane Lopes. Tampouco conseguiu emplacar a irmã ao governo e sua esposa Dona Ivone ao Senado, mesmo sendo muito querida pela população. Portando, o apoio de Ivo a Leo Moraes deve ser comemorado pela turma de Marcos Rocha, já que se trata de um pé de coelho às avessas.

Calcanhar de Aquiles

Mas se do lado de Rocha, pode se comemorar o apoio de Ivo a Leo Moraes, também o governador Marcos Rocha montou uma si uma bomba relógio, um verdadeiro calcanhar de Aquiles. Ocorre que está colocando no mesmo balaio e no seu palanque dois eleitorados com rivalidades tribais na capital, ou seja, os do prefeito de Porto Velho Hildon Chaves e a sua rival Cristine Lopes na recente peleja a prefeitura da capital. Muitos seguidores destas duas correntes já estão se atritando. Então, conciliar os interesses destes dois agrupamentos e esconder alguns prefeitos impopulares no interior desta aliança, será imperativo para que o barco do Coronel não afunde como ocorreu com a coligação Rondônia com Fé com estes mesmos problemas em 94.

 

Via Direta

*** As definições estão chegando e algumas surpresas ainda estão previstas até o início de abril quando será encerrado o prazo da janela partidária que permite aos parlamentares estaduais e federais trocarem de partido sem a punição da perda de mandato *** Como sempre as alianças governistas montam chapas a Assembleia Legislativa fortes no papel mas que não correspondem o favoritismo nas urnas *** Lembro de uma legislatura na década de 90  onde seis deputados estaduais não se reelegeram por se comportarem como vacas de presépio durante seus mandatos *** Não querendo voduzar ninguém, mas já voduzando, é em Porto Velho onde existe a maior insatisfação com a condução de seus representantes na Casa de Leis estadual. *** Por isto quase todos os estaduais da capital estão sob ameaça dos predadores nesta temporada. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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