Quinta-feira, 6 de janeiro de 2022 - 13h39
Lovejoy no Paraíso
Há
personalidades que já em vida vão além do ego e se tornam instituições, casos
de Mahatma Gandhi, madre Teresa de Calcutá e Nelson Mandela. Cândido Rondon,
Chico Mendes e Oswaldo Cruz, por exemplo, são instituições ligadas à Amazônia,
sua importância e seu destino. Agora o rol de instituições amazônicas incorpora
também o sábio Thomas Lovejoy, biólogo que estudou – e amou – a Amazônia como
poucos.
Uma
consequência da atuação de Lovejoy foi a vitória do conceito de bioeconomia. Há
pouco, a diretora de sustentabilidade do banco francês BNP Paribas, Katerina
Trostmann, fixou como objetivo “extrair o máximo valor possível da floresta com
tecnologia de ponta sem precisar derrubá-la”. Quando Lovejoy veio, em 1965,
disse que foi como ter morrido e chegado ao Paraíso. Agora que de fato morreu,
aos 80 anos, deixa como nosso dever de casa manter seu Paraíso.
Em
uma de suas últimas entrevistas Lovejoy deu um conselho às autoridades: além do
desmatamento zero é preciso recompor a cobertura vegetal mais parecida com a
original possível: “Só assim o ciclo hidrológico poderá se manter forte o
bastante para sustentar o ecossistema florestal da região”. Se houver quebra, “o
sensível mecanismo de manutenção do ecossistema amazônico entra em colapso e
não pode mais ser recuperado por medidas de preservação”. Será o fim do
Paraíso.
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Só rumores
Por
enquanto as coisas estão apenas em termos de rumores e especulações no que
tange as dobradinhas dos candidatos ao governo em Rondônia com seus vices e
postulantes ao Senado. Sabe-se que Ivo Cassol (PP) teria preferência pelo
deputado federal Leo Moraes (Podemos) para vice ou para ser seu candidato ao
Senado. Neste caso a mana Jaqueline tentaria mais uma vez a reeleição à Câmara
dos Deputados. O ex-governador Confúcio Moura, mais catimbeiro do que centroavante
argentino, já falou em Maurão de Carvalho e Ieda Chaves para vice. Mas não
descartaria também Jesualdo Pires.
Eleições 2022
Na
disputa por cadeiras de deputado federal –oito destinadas a Rondônia – o Cone
Sul rondoniense, além dos nomes locais e regionais na peleja, terá alguns
forasteiros ilustres na caça aos votos. A deputada Mariana Carvalho (PSDB) se
instalou por lá, o ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade) que teve o início
da carreira em Cerejeiras também entra na parada, onde Natan Donadon (MDB),
Evandro Padovani (União Brasil) e Eduardo Japonês (PV) reinavam soberanos. Ultimamente
o coronel Crisóstomo também tem percorrido a região apinhada de bolsonaristas.
Os delegados
Alguns
delegados são cogitados para disputar cadeiras à Câmara dos Deputados na
eleição deste ano. Temos Thiago Flores, ex-prefeito de Ariquemes, Arismar Araújo,
atual prefeito de Pimenta Bueno, mas outros nomes também lembrados pela
militância aguerrida a direita em defesa do presidente Jair Bolsonaro como o
delegado aposentado Paulo Xisto. Já, o segmento militar projeta a reeleição de
Jonhy Paixão (Ji-Paraná) e do ex-deputado estadual que pleiteia a vaga do
cassado Geraldo da Rondônia, Jesuíno Dantas. A área mais congestionada, no entanto,
é a evangélica. Metade dos deputados estaduais se dizem evangélicos.
Impeachment
Agora
já são dois pedidos e impeachment contra o governador do Acre Gladson Cameli
até pouco tempo detentor de grande popularidade e favorito para a eleição de
outubro no vizinho estado com seu projeto de reeleição. Os pedidos foram feitos
por terceiros, sindicatos e políticos, o que mostra que a tramitação destes
processos terá dificuldades na Assembleia Legislativa, onde o mandatário tem
maioria com folga e o PT, seu principal adversário está em baixa depois de seguidas
derrotas naquele estado, onde já teve governador, senador e o prefeito da
capital, Rio Branco
Balcão de negócios
Este
negócio de pedidos de impeachments é um verdadeiro balcão de negócios. Tentativas
foram feitas em Rondônia contra o governador Marcos Rocha e o prefeito de Porto
Velho Hildon Chaves. Tudo acabou em brisa e todo mundo sabe porque. Vereadores
e deputados sempre acabam desistindo, desde que ganhem algumas benesses. No ano
passado tentaram cassar os governadores do Amazonas e de Santa Catarina – por
coincidência, ambos bolsonaristas – foi passando o tempo e ambos reverteram os
impasses. Geralmente os acordos são celebrados com nomeações, recursos para
campanha, etc. Não tem almoço grátis na política.
Via Direta
*** Com os prefeitos precisando
urgentemente de recursos para tocar suas obras, começa a cobrança do IPTU nos
municípios. Porto Velho, Vilhena e outros estão dando descontos até o final de
janeiro ***
Aumentando tudo neste início do ano, do galão de água mineral ao preço do
milheiro de tijolos. Pobre consumidor ***
Poucos hotéis na capital rondoniense conseguiram se recuperar da crise provocada
pela pandemia do covid 19. Muitos acabaram alugados para órgãos públicos
municipais e estaduais casos dos tradicionais Hotel Vitória (Duque de Caxias) e
Sumaúma (Na Av. D. Pedro II) ou para grandes sindicatos na Av. Jorge Teixeira ***
A fome se espraia pela periferia. Muitas famílias pedindo ossos nos açougues
para reforçar a sopa *** Poucos restaurantes
trabalhando aos domingos em Porto Velho pela falta de clientela.
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