Quarta-feira, 11 de setembro de 2024 - 07h35
No
distante ano de 1989, em Altamira (PA), o 1º Encontro das Nações Indígenas do
Xingu, com a presença de centenas de líderes indígenas pintados para a guerra,
ouviu-se o primeiro grito forte contra a Usina Hidrelétrica de Kararaô, que depois
desses protestos até mudou de nome: passou a ser “Belo Monte”, metade de um
insulto brasileiro muito conhecido.
O
grito vinha de Tuíre Kayapó, jovem de 19 anos, que desafiou o coordenador da
Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, encostando-lhe um enorme facão no rosto
e dizendo: “Branco, você não tem floresta. Essa terra não é sua. Você nasceu na
cidade e então veio para cá atacar nossa floresta e nossos rios. Você não vai
fazer isso”. A ousadia valeu a Tuíre a imagem que correu o mundo e adiou por
vinte anos as obras da temida usina, que para os índios era o fim do mundo.
Ao
sereno Muniz Lopes, a surpresa do gesto lhe rendeu uma posição de destaque na
história da eletricidade do Brasil, pelo rigor técnico de sua trajetória. Lopes
ainda sofreria um novo susto: ao começar uma palestra sobre a mesma usina, já
em 2001, ocorreu um apagão que o silenciou. Tuíre morreu em agosto, aos 54
anos, vitimada por um câncer, justamente quando os povos indígenas – e de resto
os brancos em geral, por todo o mundo – temem que os rigores climáticos possam
lhes trazer fim do mundo que ela e seu facão adiaram por décadas.
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Para acalmar...
Visando
acalmar as bancadas federais do Amazonas e de Rondônia e prestigiar os
candidatos a prefeitos da sua base aliada, o presidente Lula autorizou a
pavimentação de 52 quilômetros da BR 319, sendo 20 quilômetros agora e 32 logo
em seguida. As pressões são enormes para que sejam iniciadas logo as obras no
chamado “meião”, em plena selva amazônica, onde a travessia no inverno do Norte
(leia-se estação das chuvas) é um verdadeiro drama. Com o Rio Madeira
espichando o bico com a estiagem, governadores, senadores, deputados federais
da região querem acelerar a completa restauração da rodovia que liga Manaus a
Porto Velho. Mas isto, é mais fácil galinha criar dentes.
Pode escolher
Com
mais evidências que teremos eleições em dois turnos em Porto Velho – com Marina
Carvalho chegando em primeiro lugar no primeiro turno entre 37 a 40 por cento
dos votos – se quiser ela poderá escolher com quem polarizar para a etapa
seguinte. Se achar mais conveniente Leo Moraes é só descer a ripa no lombo
dele. Caso a opção de polarização seja com Euma Tourinho (MDB), seria o mesmo
tratamento. Ela pode escolher também alguma outra opção, como Célio Lopes, da
esquerda, já que Leo e Euma são do seu segmento, a direita conservadora.
Prudente (ou fujona para os oposicionistas), Mariana está evitando até
sabatinas, como ocorreu na Recorde na terça-feira.
Menos formiguinhas
Em
campanhas anteriores neste momento as principais ruas e avenidas de Porto Velho
já estavam infestadas de formiguinhas e tamanduás. Dois motivos estão retardando
maior engajamento e a entrada em campo destes apoiadores: primeiramente as
fortes camadas de fumaça que tomaram conta da capital intoxicando a população e
proporcionando uma epidemia de gripe, em segundo lugar e a articulação dos
diretórios municipais de segurar os recursos para as últimas duas semanas de
campanha. Candidatos a vereança de vários partidos chiando que não receberam
nadica de nada até agora.
Punhal da traição
Para
trair e apunhalar na política de Porto Velho é só se coçar. Muitos postulantes
a vereança ameaçando seus candidatos a prefeito de virar a casaca se o pix
prometido não chegar nas suas contas. É consenso entre os candidatos que sem
recursos os postulantes a vereador que vão enfrentar as máquinas dos atuais edis
e de postulantes abastados, não terão chances no pleito de 6 de outubro. Vai rolar
grande compra de votos na capital. A justiça eleitoral precisa ficar atenta aos
acontecimentos, bem como os dirigentes partidários que atuam na fiscalização.
Políticos sofrem
Não
pensem que a vida dos políticos é só superfaturar pãozinho da merenda escolar,
facilitar licitações para os amigos e compadres nas esferas governamentais. Não
é um mar de rosas. Nesta campanha eleitoral, seja em Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena
ou Guajará Mirim, o que se vê são os candidatos penando sob um calor infernal e
uma fumaceira terrível acarretando muita dor de cabeça. Eles penam também em
fingir que gostam de crianças catarrentas, abraçadas efusivamente, tomar café
requentado e água contaminada de poço caseiro sujeita a diarreia e complicações
gastrointestinais. Políticos também sofrem...
Eleições 2026
Os
caciques políticos rondonienses participam ativamente do pleito 2024, mas estão
mais interessados mesmo é nas eleições de 2026. Hildon Chaves (PSDB-Porto
Velho), Jaime Bagatolli (PL-Vilhena), Ivo Narciso Cassol (PP-Rolim de Moura),
Sérgio Gonçalves (União Brasil-Porto Velho), Confúcio Moura (MDB-Ariquemes)
estão de olhos voltados para o Palácio Rio Madeira. Já, Marcos Rocha (União
Brasil-Porto Velho), Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná), Silvia Cristina
(PP-Ji-Paraná), Expedito Junior (PSD- Rolim de Moura) e Melki Donadon
(Vilhena), com interesse nas duas cadeiras ao Senado.
Via Direta
*** Seguem as projeções de enorme índice
de indecisos e de abstenções nas eleições em Porto Velho *** Alguns eleitores
sequer conhecem os nomes dos sete candidatos que vão disputar a eleição em 6 de
outubro *** Manaus e Porto Velho mostram
indícios de aquecimento no mercado imobiliário, principalmente para imóveis
novos, prioridade nos financiamentos no sistema de habitação *** Se a
fumaceira assim permitir, o ex-presidente Jair Bolsonaro virá em Ji-Paraná e
Porto Velho no final deste mês. Os candidatos bolsonaristas estão em êxtase *** O palanque do bolsonarismo é para Afonso
Candido em J-Paraná e de Mariana Carvalho em Porto Velho.
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