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Carlos Sperança

Lula poderá ser refém do congresso


Lula poderá ser refém do congresso - Gente de Opinião

Meta: produtividade

Na canção “Querelas do Brasil”, contraponto à Aquarela do Brasil, Aldir Blanc e Maurício Tapajós ironizam que o Brasil colonizado culturalmente ignora o Brasil real e inculto. Hoje, teriam versos extras para acrescentar ao SOS do refrão: metade do país escolheu manter o Brasil como está e a outra metade preferiu mudar. Para a metade que preferiu a continuidade é incompreensível como a outra metade optou pela ruptura.

Cada metade, pois, não entende como a outra metade faz uma escolha tão diferente da sua, sendo a mesma nação e o mesmo povo. A realidade nacional, porém, não cabe na propaganda eleitoral nem nos preconceitos ideológicos. Metade do país real é o reino agroindustrial que distribui mais a renda que os antigos coronéis, como no Sul e regiões onde o agronegócio prosperou nos últimos 50 anos. Nesta parte, trabalhadores qualificados sonham virar classe média e está sonha ser rica.

No Brasil real dos grotões e periferias das cidades, entretanto, há uma população oprimida pelos mesmos grilhões paralisantes há séculos. Integrar os dois Brasis será a missão civilizatória de um governo sem polarização que possa induzir a modernização dos grotões e levar a redistribuição de renda ao conjunto do país. Isso não se fará com gritarias, ofensas e tiroteios, mas com inteligência e trabalho. Seu primeiro resultado será aumentar a produtividade, impossível sem paz, educação e eficiência.

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Refém do Congresso

Preocupado com garantir maioria no Congresso Nacional para garantir a governabilidade de sua nova gestão, o ex-presidente Lula abreviou suas férias na Bahia para acompanhar de perto o processo de transição para sua posse em janeiro. Buscando apoio da maioria dos congressistas, os articuladores do novo presidente tratam de costurar alianças com partidos – alguns deles que apoiaram Bolsonaro - aumentando sua coalisão que já conta com uma carrada de agremiações. Como partidos hoje bolsonaristas já foram lulistas no passado acredita-se num grande acordo.

Mesa Diretora

Entra em cena a peleja pelo cobiçado cargo da presidência da mesa diretora da Assembleia Legislativa de Rondônia com vários nomes cogitado. Acredita-se que o atual presidente da casa de leis Alex Redano (Progressistas-Ariquemes) saia na frente, pois tem a seu favor o reconhecimento do governador Marcos Rocha pelo apoio prestado por ele e sua esposa, a prefeita Carla Redano no pleito passado. Como se sabe, a eleição do presidente da casa de leis passa pela influência do governador. Outros nomes também esperam o protagonismo: Laerte Gomes (PSD-Ji-Paraná), Jean Oliveira (MDB-Porto Velho) e Ieda Chaves (União Brasil-Porto Velho).

Mais bloqueios

Ainda está longe do bolsonarismo largar as manifestações em prol de um golpe militar no País. Em Rondônia, por exemplo, novas manifestações pipocaram. Ainda no domingo era enorme a concentração de revoltosos com a eleição do ex-presidente Lula, defronte da sede da 17 Brigada de Infantaria de Selva em Porto Velho. Impressiona toda estrutura e aparato dos eventos, com muitos banheiros químicos, dezenas de tendas enormes, churrasco e bebidas para os participantes, dezenas de caminhões parados nas proximidades dos bloqueios. Quem estaria financiando tudo isto? É coisa dispendiosa.

Baita estrutura

 A impressão que se tem sobre os últimos acontecimentos envolvendo as manifestações inconformadas com a vitória de Lula é que de um lado muitos acreditam ainda num golpe de estado estimulado pelo silencio dos quarteis que permitem o fechamento de suas entradas de acesso. A omissão do ministro da Justiça quanto a tentativa de golpe estimula a continuidade das manifestações Brasil afora. Ao mesmo tempo temos uma estrutura caríssima, sob as bênçãos governamentais estaduais e federais, que só não evoluiu para o golpe militar por falta de apoio popular nas ruas.

Com gasolina

Parece que o PT quer apagar a fogueira da polarização no País atiçando gasolina para aumentar o fogaréu. São pelo menos 16 ações no Supremo parta tornar o atual presidente Jair Messias Bolsonaro inelegível para as eleições de 2026. Na verdade, tratando-se de petistas e bolsonaristas, ninguém quer pacificar o País já que os bolsonaristas rebeldes seguem com seus bloqueios e propagando ódio aos petistas e já se preparando para um novo confronto Lula contra Bolsonaro nos próximos anos. E os brasileiros padecendo com os reflexos destes conflitos.

Via Direta

*** Ao final das eleições restaram 19 dos 32 partidos existentes no País e alguns já sem direito aos recursos do fundão partidário *** Acredita-se que nos próximos anos sobrem apenas 12 legendas com representação no Congresso Nacional *** A criação de vagas temporárias neste final de ano vai vitaminar a economia. Lojas de calçados, supermercados, atacadistas, casas de moveis de vendas de aparelhos eletrônicos estão contratando. Quem se habilita? *** O STF está julgando casos de políticos envolvidos com as celebres rachadinhas. Uma pratica reiterada nas câmaras municipais, assembleias Legislativas e no Congresso Nacional *** A modalidade de rachadinha – que é a divisão dos salários dos servidores pela metade com os políticos - vem desde o descobrimento do Brasil. O português que casava com uma índia tinha direito gratuitamente a mão de obra de dois guerreiros. É coisa de louco! 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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