Segunda-feira, 26 de julho de 2021 - 08h34
Há
coisas que aparecem muito quando há crises: profetas oferecendo salvação,
discos voadores, remédios falsamente milagrosos e parlamentarismo. Pedro II o instaurou
em 1847, quando tinha 21 anos. Passou a juventude vendo crises políticas entre
liberais e conservadores sobre a forma de governar e pôs fim à pendenga criando
o parlamentarismo ao seu jeito.
Na
República, que deu ao presidencialismo poderes quase divinos, para evitar a
ditadura o Brasil readotou o sistema em 1961. Vítima da cultura presidencialista
arraigada na eras Vargas e militar, o sistema perdeu dois plebiscitos (1963 e
1993). O ex-presidente Michel Temer lançou a proposta de semipresidencialismo,
que a eleição de 2018 pôs na geladeira. Mas a piora da crise, a pandemia, a
desmoralização internacional e a dificuldade para obter consensos federal levaram
o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira, a enfiá-la no micro-ondas.
Enquanto
a saída não aparece, além dos discos-voadores e do semipresidencialismo há
outra proposta em teste: ignorar o governo. Os estados da Amazônia Legal saindo
atrás de investimentos sem a intermediação de Brasília seguem a gestora Storebrand
Asset Management, que teria fundos ao redor de US$ 3,7 trilhões para “salvar” a
Amazônia mas não se entendeu com o governo. Se a fórmula “Mais dinheiro e menos
Brasília” funcionar será o fim da política tal como a conhecemos.
..........................................................................
Cenário nublado
Pense
num cenário político nublado onde só pode ser contabilizado até agora o projeto
de reeleição do atual governador Marcos Rocha e mesmo assim sem partido já que
está no aguardo da escolha do presidente Jair Bolsonaro, de quem é tutelado. As
demais candidaturas são apenas cogitadas já que dependem de definições
nacionais ou de catimbas de macacos velhos como dos ex-governadores Ivo Cassol
e Confúcio Moura. No PSDB também o bicho pegou, porque o Diretório Nacional
quer candidatura própria ao governo de Rondônia, contrariando a aliança
alinhada do partido com o DEM de Marcos Rogério.
Uma novela
A
busca de uma legenda para disputar a reeleição virou uma novela na trajetória
do presidente Jair Bolsonaro, desde que deixou o PSL, onde tentou se adonar da
sigla. Perdendo a peleja no Diretório Nacional do PSL, ele tentou organizar seu
próprio partido, o Aliança do Brasil, numa tentativa infrutífera. Também resultou
em fracasso seu ingresso no Patriotas e sondagens no Republicanos da Igreja
Universal. O PP é uma nova tentativa, no entanto uma legenda pouco confiável
para ser dominada, já que se trata da sigla expoente do famigerado Centrão.
Na história
Nas
eleições de 1982, a primeira depois da criação do estado em 1981, só dois partidos
elegeram os 24 deputados estaduais de Rondônia. O PDS, com apoio do então govenador
Jorge Teixeira, com elevada popularidade, emplacou 15 deputados estaduais
contra 9 do MDB, liderado pelo mandachuva do partido na época o deputado federal
Jerônimo Santana. O mais votado do PDS foi José Bianco (Ji-Paraná), que se
tornou depois presidente da Assembleia Legislativa. Do MDB, o mais votado foi
Tomás Correia (Porto Velho), que anos depois seria eleito vice-prefeito e
prefeito de Porto Velho.
Curiosidade
Uma
das maiores curiosidades das eleições em Rondônia ocorreu no pleito de 1982.
Eleito na contagem de votos, então manualmente, no voto impresso, o empresário
Joaquim Azevedo (MDB-Cacoal) viajou par São Paulo para comemorar a façanha,
dormiu deputado e amanheceu suplente. Numa recontagem, o vilhenense Ângelo Angelim,
que anos mais tarde seria governador de Rondônia, abiscoitou a vaga. Azevedo
ficou perplexo, quase morreu do coração. Cacoal perderia uma cadeira, Vilhena
conquistaria mais uma naquela época.
Eleições 2022
Nas
eleições de 2022, 33 partidos estão legalmente organizados para disputar as 24
cadeiras a Assembleia Legislativa do estado, as oito cadeiras que Rondônia tem
direito na Câmara dos Deputados e uma cadeira no Senado. O MDB, mesmo sendo um
partido que protagoniza sucessivos escândalos é a legenda mais bem estruturada
no estado e favorita para eleger a maior bancada, em vista da presença de tantas
lideranças, como ex-deputados e ex-prefeitos. É nesta estrutura que o senador Confúcio
Moura confia para conquistar mais um mandato no Palácio Rio Madeira/CPA e onde
Valdir Raupp acredita no seu retorno ao Senado.
Via Direta
*** O presidente estadual do MDB, o
deputado federal Lucio Mosquini definiu seu projeto político na busca pela
reeleição, para um terceiro mandato *** Com quase todos os membros do seu clã enrascados
com a justiça eleitoral, a dinastia Amorim vai perdendo força em Ariquemes e
Vale do Jamari *** O novo macho alfa da
região, é o deputado estadual Alex Redano,
presidente da Assembleia Legislativa que elegeu sua esposa Carla Redano
a prefeitura de Ariquemes e que apoia o ex-prefeito Thiago Flores a deputado
federal *** Já no quarto mandato e sempre elegendo prefeitos nas regiões do
Cone Sul rondoniense e Médio Guaporé, o deputado estadual Luizinho Goebel vai ter
em 2022 uma nova refrega com o clã Donadom ***
Ele vai apoiar a federal Evandro Padovani, o clã Donadon o ex-deputado Natan.
Sem perdãoHá pessoas que se dizem cristãs, mas abrem caminho ao inferno ao ofender os semelhantes, esquecendo que uma das principais lições do crist
Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho
O jogo da Amazônia Em todo o mundo se tornou obrigatória a pergunta “e agora, com a eleição de Trump nos EUA?” Mao Tsé-tung disse que se os chinese
É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira
DesbranqueandoA jornalista brasileira Eliane Brum, descendente de italianos e filha de pai argentino nascida em Ijuí, Noroeste gaúcho, certo dia dec
A classe política está querendo antecipar o processo eleitoral de 2026
Tartarugas humanasO desmatamento e a piora do clima causam prejuízos generalizados aos povos amazônicos. Os que mais assustam são as perdas na agri