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Carlos Sperança

Metade já é bom começo e os tigres no capão para a disputa da prefeitura de Porto Velho


Metade já é bom começo e os tigres no capão para a disputa da prefeitura de Porto Velho - Gente de Opinião

Metade já é bom começo

O dinheiro é mais jovem que o roubo, mas desde que existem padrões de riqueza seus lastros e garantias em papel e metal são alguns dos alvos principais dos ladrões. Não tardou também para as autoridades cunharem o mantra “siga o dinheiro” para achar os culpados. Com a tecnologia e as modernas técnicas de investigação, segui-lo ficou mais fácil. Reavê-lo é a questão, pois demanda tempo e é preciso juntar provas.

Só a Operação Sisaque da Polícia Federal, investigando o contrabando de ouro na Amazônia, mirou o bloqueio de mais de R$ 2 bilhões dos investigados. Se a fonte secar, os criminosos não levarão mais vantagem em cometer crimes ambientais, mas dinheiro bloqueado não significa exatamente dinheiro recuperado. Nem tudo que um ladrão tem no bolso vem só do roubo e há sofisticados esquemas de lavagem que maquiam a trajetória dos bilhões entre o veio mineral e o bolso final.

O número aproximado de R$ 2 bilhões revela a limitação do alcance do braço da lei, pois segundo os dados fornecidos pelas autoridades, do início de 2020 até o final de 2022 as emissões de notas fiscais eletrônicas fraudulentas teriam superado a marca dos R$ 4 bilhões, equivalentes a cerca de 13 toneladas de ouro levado ilegalmente. Como todo caminho começa pelo primeiro passo, pôr tranca na porta já é um bom começo. Vale o ditado popular de que a parte mais sensível do corpo humano é o bolso.

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Tigres no capão

No âmbito governista é muito tigre (e tigresas) no mesmo capão para a disputa da prefeitura de Porto Velho no ano que vem e todo mundo com as garras afiadas. Além do deputado federal Fernando Máximo, cantado em prosa e verso, tem a deputada federal Cristiane Lopes e agora Junior Gonçalves, atual chefe da Casa Civil, nome que tem crescido muito nos últimos anos e é considerado um baita articulador, um dos principais responsáveis pela reviravolta do governador Marcos Rocha em cima de Marcos Rogério no pleito do ano passado. Não bastasse ainda tem Leo Moraes e Mariana Carvalho na base aliada.

Disputando apoio

Todos os nomes citados disputam o apoio do governador Marcos Rocha (União Brasil) para a peleja da prefeitura de Porto Velho no ano que vem. Com certeza Fernando Máximo e Junior Gonçalves são os dois nomes favoritos para conquistar o apoio do CPA e todo mundo já está de cabelo arrepiado diante da possibilidade do mandatário Rocha apoiar Junior Gonçalves a prefeito e seu irmão, o vice-governador Sérgio Gonçalves a governador no pleito de 2026, afiando o punhal da traição nos demais candidatos e causando uma grande cisão nos meios governistas.

Buscando legenda

Nos meios políticos, já não existem dúvidas que o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (União Brasil) vem forte para disputar a sucessão do governador Marcos Rocha. Também nos bastidores já se sabe que para ser candidato ao governo deverá deixar o União Brasil, sob o controle do governador Marcos Rocha que está inclinado a apoiar Fernando Máximo ou Junior Gonçalves a prefeitura de Porto Velho no ano que vem e seu vice-governador Sergio Gonçalves ao CPA em 2026. Por conseguinte, Hildon Chaves se inclina para voltar ao PSDB, que ele já tem o controle ou ingressar numa legenda bolsonarista.

O rompimento

Por tudo o que está acontecendo a grande aliança formada pelo governador Marcos Rocha se arrebenta ainda em meados do ano que vem, com tantos interesses dispares entre os partidos integrantes da sua base aliada. Grandes amiguinhos, pulando cirandinha, como Hildão e Rochão poderão se transformar em adversários, de acordo com as circunstâncias e seus interesses daqui para a frente. Tem alguns candidatos já com muita sede ao pote e o quanto antes colocarem seus nomes na peleja, mais cacete vão receber desde agora. A palavra de ordem é taca-lhe o pau nos favoritos. É só sair da toca e o pau vai cantar e quem tiver rabo de palha que se cuide.

Pela esquerda

Neste início de campanha para 2024 em Porto Velho se percebe que os nomes da esquerda e centro esquerda estão em baixa e não figuram na lista de favoritos para a sucessão de Hildon Chaves. O nome melhor posicionado, entre socialistas, petistas, pedetistas, comunistas é o ex-prefeito Mauro Nazif. Os petistas Fatima Cleide, ex-senadora e o dirigente Ramon Cujui, entre os esquerdistas e o eterno candidato Pimenta de Rondônia patinam nas primeiras sondagens eleitorais. Mais provável que todos se unam em aliança com Mauro Nazif.

Via Direta

*** A crise no União Brasil é mais um problema para ser administrado pelo presidente Lula para sua governabilidade. Enquanto isto foi buscar mais exportações de carne bovina e de frangos na China e nos países árabes *** O UB rachou de vez e se transformou numa casa da mãe Joana na esfera federal. Em Rondônia segue tudo nos conformes com o governador Marcos Rocha e o prefeito Hildon Chaves pulando cirandinha e já tocando projetos para 2026 *** O governador Marcos Rocha criou um monte de secretarias com tantos cargos comissionados e ainda não conseguiu atender o apetite dos seus partidos da base aliada. É coisa de louco *** Haja dinheiro público para atender tantas nomeações pedidas por deputados e aliados.

Nosso folclore

Os planos cebolinhas

Sabe-se que a política não é uma ciência exata, portanto sujeita a tantas mudanças de última hora contrariando estimativas e as vezes até institutos de pesquisas honrados. Na política proliferam os planos cebolinhas, como dizia o mestre Odair Cordeiro, já falecido, e as uniões consideradas imbatíveis acabam redundando em poderosas alianças tombando gloriosamente para o deleite dos adversários envolvidos nas pelejas. O risco de fracasso é maior ainda quando se juntam forças adversárias, com cujas bases não se misturam.

Um dos casos mais interessantes neste sentido foi a união do então prefeito de Porto Velho Carlinhos Camurça com seu então adversário Mauro Nazif. Fizeram as contas, tantos votos de um somados a tantos sufrágios do outro, se contabilizavam cerca de 130 mil votos e uma consagradora vitória nas urnas para Nazif. A aliança não deu liga, as bases se revoltaram brigando entre si e Nazif acabou protagonizando um baita vexame nas urnas. O Dr. Mauro ainda se recuperaria daquele insucesso em eleições futuras a prefeito e a deputado federal. Camurça de lá para cá não ganhou mais nada, colecionando peias nas urnas, mesmo tendo sido um prefeito eficiente.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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