Quarta-feira, 5 de janeiro de 2022 - 10h06
O
apetite pelo Fundão Eleitoral não é mais o único ponto em comum entre o PT e os
grupos governistas (alas palacianas + partidos do Centrão). Criar um Ministério
da Amazônia, proposta do presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia do Pará, deputado Carlos Bordalo (PT-PA), também é o sonho de gente
próxima ao presidente Jair Bolsonaro.
Bordalo
quer a nova pasta para ser o contraponto à desastrada gestão do Ministério do
Meio Ambiente na “Era Salles” e sua política de “passar a boiada” por cima das
leis. Já os estrategistas do Planalto pensaram em um Ministério para aquietar o
desprestigiado ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, evitando o risco de mais
um general sair do Planalto atirando no ex-chefe.
A
proposta de Bordalo ainda não ganhou a adesão dos caciques do PT e Pazuello
parece tranquilo por não ser punido com rigor pelo Alto Comando do Exército
pela transgressão disciplinar cometida ao subir em palanque eleitoral precoce.
A
rigor, não faz sentido criar Ministério para compensar a falência de uma pasta
que só precisa ser reorientada, sem burocracia nem complicadas manobras legais
de transferência de recursos e funções. E calar a boca de um descontente
criando sinecura é tiro no pé, além de moralmente indefensável. Aliás, todos os
ministérios são da Amazônia. Um Ministério à parte só daria às demais pastas
pretexto cínico para se omitir ainda mais.
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Maiores riscos
Não
querendo voduzar ninguém, mas já voduzando, vários deputados estaduais estão encontrando
sérias dificuldades para se reeleger no pleito 2022. Alguns por protagonizar
falta de decoro – caso de Geraldo da Rondônia (PSC-Ariquemes) e Eurípedes Lebrão
(MDB-São Francisco) envolvido no caso das propinas. Outros deputados estaduais
por falta de bases mais consistentes, entre eles Alan Queiroz (PSDB-Porto Velho)
e Ribamar Araújo (Progressistas-Porto Velho) que eram suplentes e assumiram e
também enfrentam a concorrência predatória de vereadores da capital bem
articulados.
Barbas de molho
Na
região de Ji-Paraná os dois deputados estaduais eleitos em 2018, Laerte Gomes
(PSDB) e Jonhy Paixão (PL) também devem ficar com as barbas de molho. Existem
fortes predadores locais que mesmo não se elegendo podem pulverizar o eleitorado
local reduzindo ou prejudicando seus projetos de reeleição. Aliás, entre os predadores
pelo menos um deles deve se eleger, já que são nomes de boa densidade eleitoral,
seja o ex-deputado Airton Gurgacz (PDT), ou aqueles que disputaram a prefeitura
da capital da BR em 2020 e que foram bem votados emergindo das urnas em
condições de alçar cadeiras a ALE.
Bases consistentes
Na
região Sul do estado de Rondônia, o Cone Sul rondoniense os três deputados estaduais
atuais têm bases consistentes e será surpresa se algum deles cair do cavalo no
pleito 2022. Tanto Rosangela Donadon (PDT) e Luizinho Goebel PV ( ambos de Vilhena)
como Ezequiel Neiva (a caminho do PL -Cerejeiras) tem inclusive ampliado seus
redutos para eventual perda territorial de base. Dos três nomes, se é que algum
pode não se reeleger, apontaria Ezequiel Neiva para ficar mais atento aos
predadores regionais, seria o nome mais prejudicado na região.
Clãs políticos
No
que se refere aos clãs políticos criados em Rondônia ainda na década de 90 e outros
mais recentemente, todos enfrentam as
urnas no pleito deste ano. Em Ariquemes, o clã Amorim, em Jaru o clã dos
Muletas e em Vilhena o clã Donadon. Todos os três clãs terão candidatos a deputado
estadual (casos das reeleições de Cassia e Rosangela) e a federal, envolvendo
Natan Donadon (Vilhena), Ernandes Amorim (Ariquemes), José Amauri (Jaru). No
caso do clã dos Expeditos (Rolim de Moura e Porto Velho) todos seus três representantes
estarão na peleja: Expedito Junior ao Senado, Expedito Neto a deputado federal
e Expedito Sobrinho (vereador em Porto Velho) a deputado estadual.
A renovação
Mais
uma vez a palavra de ordem nas eleições é a renovação dos quadros políticos.
Mas é necessário que o eleitorado escolha seus representantes com mais
critérios para que não acontecer o que ocorreu em Porto Velho, onde a coisa
acabou piorando. Quase todos os vereadores locais só pensaram neste mandato no
próprio umbigo, indicando cargos comissionados, arrumando negócios com o Poder
Executivo, se comportando com avestruzes na hora de fiscalizar os atos do
prefeito. É preciso renovar com qualidade os cargos a Assembleia Legislativa e
a Câmara dos Deputados senão o balcão dos negócios na política seguirá indefinidamente.
Via Direta
***A busca por vices se intensifica a partir
de agora pelos candidatos ao governo de Rondônia *** Alguns nomes estão
cotados para vice nesta peleja estadual: Ieda Chaves para Marcos Rogério ou Confúcio
Moura *** Maurão de Carvalho para Confúcio
ou Marcos Rogério, deputado estadual Luizinho Goebel para o governador Marcos
Rocha ***As especulações em torno das composições partidárias seguem agora
mais rapidamente com o calendário eleitoral correndo até as convenções do meio
do ano. É a contagem regressiva ***O ano
de 2022 começou como no ano anterior em Rondônia: feminicídios, latrocínios,
mortes violentas em embates das facções organizadas, roubos de caminhonetes
para trocar por cocaína na Bolívia *** E a ameaça de uma nova onda de covid
para os rondonienses.
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