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Carlos Sperança

Ministério do Oportunismo + Maiores riscos em 2022 + Bases consistentes + Clãs políticos


Ministério do Oportunismo + Maiores riscos em 2022 + Bases consistentes + Clãs políticos - Gente de Opinião

Ministério do Oportunismo

O apetite pelo Fundão Eleitoral não é mais o único ponto em comum entre o PT e os grupos governistas (alas palacianas + partidos do Centrão). Criar um Ministério da Amazônia, proposta do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia do Pará, deputado Carlos Bordalo (PT-PA), também é o sonho de gente próxima ao presidente Jair Bolsonaro.

Bordalo quer a nova pasta para ser o contraponto à desastrada gestão do Ministério do Meio Ambiente na “Era Salles” e sua política de “passar a boiada” por cima das leis. Já os estrategistas do Planalto pensaram em um Ministério para aquietar o desprestigiado ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, evitando o risco de mais um general sair do Planalto atirando no ex-chefe.

A proposta de Bordalo ainda não ganhou a adesão dos caciques do PT e Pazuello parece tranquilo por não ser punido com rigor pelo Alto Comando do Exército pela transgressão disciplinar cometida ao subir em palanque eleitoral precoce.

A rigor, não faz sentido criar Ministério para compensar a falência de uma pasta que só precisa ser reorientada, sem burocracia nem complicadas manobras legais de transferência de recursos e funções. E calar a boca de um descontente criando sinecura é tiro no pé, além de moralmente indefensável. Aliás, todos os ministérios são da Amazônia. Um Ministério à parte só daria às demais pastas pretexto cínico para se omitir ainda mais.

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Maiores riscos

Não querendo voduzar ninguém, mas já voduzando, vários deputados estaduais estão encontrando sérias dificuldades para se reeleger no pleito 2022. Alguns por protagonizar falta de decoro – caso de Geraldo da Rondônia (PSC-Ariquemes) e Eurípedes Lebrão (MDB-São Francisco) envolvido no caso das propinas. Outros deputados estaduais por falta de bases mais consistentes, entre eles Alan Queiroz (PSDB-Porto Velho) e Ribamar Araújo (Progressistas-Porto Velho) que eram suplentes e assumiram e também enfrentam a concorrência predatória de vereadores da capital bem articulados.

Barbas de molho

Na região de Ji-Paraná os dois deputados estaduais eleitos em 2018, Laerte Gomes (PSDB) e Jonhy Paixão (PL) também devem ficar com as barbas de molho. Existem fortes predadores locais que mesmo não se elegendo podem pulverizar o eleitorado local reduzindo ou prejudicando seus projetos de reeleição. Aliás, entre os predadores pelo menos um deles deve se eleger, já que são nomes de boa densidade eleitoral, seja o ex-deputado Airton Gurgacz (PDT), ou aqueles que disputaram a prefeitura da capital da BR em 2020 e que foram bem votados emergindo das urnas em condições de alçar cadeiras a ALE.

Bases consistentes

Na região Sul do estado de Rondônia, o Cone Sul rondoniense os três deputados estaduais atuais têm bases consistentes e será surpresa se algum deles cair do cavalo no pleito 2022. Tanto Rosangela Donadon (PDT) e Luizinho Goebel PV ( ambos de Vilhena) como Ezequiel Neiva (a caminho do PL -Cerejeiras) tem inclusive ampliado seus redutos para eventual perda territorial de base. Dos três nomes, se é que algum pode não se reeleger, apontaria Ezequiel Neiva para ficar mais atento aos predadores regionais, seria o nome mais prejudicado na região.

Clãs políticos

No que se refere aos clãs políticos criados em Rondônia ainda na década de 90 e outros mais recentemente, todos enfrentam   as urnas no pleito deste ano. Em Ariquemes, o clã Amorim, em Jaru o clã dos Muletas e em Vilhena o clã Donadon. Todos os três clãs terão candidatos a deputado estadual (casos das reeleições de Cassia e Rosangela) e a federal, envolvendo Natan Donadon (Vilhena), Ernandes Amorim (Ariquemes), José Amauri (Jaru). No caso do clã dos Expeditos (Rolim de Moura e Porto Velho) todos seus três representantes estarão na peleja: Expedito Junior ao Senado, Expedito Neto a deputado federal e Expedito Sobrinho (vereador em Porto Velho) a deputado estadual.

A renovação

Mais uma vez a palavra de ordem nas eleições é a renovação dos quadros políticos. Mas é necessário que o eleitorado escolha seus representantes com mais critérios para que não acontecer o que ocorreu em Porto Velho, onde a coisa acabou piorando. Quase todos os vereadores locais só pensaram neste mandato no próprio umbigo, indicando cargos comissionados, arrumando negócios com o Poder Executivo, se comportando com avestruzes na hora de fiscalizar os atos do prefeito. É preciso renovar com qualidade os cargos a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados senão o balcão dos negócios na política seguirá indefinidamente.

Via Direta

***A busca por vices se intensifica a partir de agora pelos candidatos ao governo de Rondônia *** Alguns nomes estão cotados para vice nesta peleja estadual: Ieda Chaves para Marcos Rogério ou Confúcio Moura *** Maurão de Carvalho para Confúcio ou Marcos Rogério, deputado estadual Luizinho Goebel para o governador Marcos Rocha ***As especulações em torno das composições partidárias seguem agora mais rapidamente com o calendário eleitoral correndo até as convenções do meio do ano. É a contagem regressiva ***O ano de 2022 começou como no ano anterior em Rondônia: feminicídios, latrocínios, mortes violentas em embates das facções organizadas, roubos de caminhonetes para trocar por cocaína na Bolívia *** E a ameaça de uma nova onda de covid para os rondonienses.  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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