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Carlos Sperança

Nem tragédia, nem farsa + Obras federais + Feiras e fezes + Grandes traições


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Nem tragédia, nem farsa

Os filósofos argumentaram sem contestação, tantas vezes aconteceu, que a história se repete. Para Hegel, apenas se repete. Para Marx, repete-se uma vez como tragédia e outra como farsa.

A iniciativa dos governadores da Amazônia Legal de captar recursos para a proteção da floresta repete de certa forma a velha política dos governadores, tentativa de comprometer os Estados com o governo federal. Com ela, o governo federal fechava os olhos para os desmandos dos coronéis nos estados em troca do compromisso dos chefes estaduais de eleger deputados dispostos a apoiar o presidente no Parlamento.

Sendo um arranjo artificial, porém, estreitou-se até virar a política do café com leite, derrubada pela revolução de 1930. A nova política de governadores tem sinal trocado: sem cunho eleitoral nem o objetivo imoral de matar a oposição, sequer chega a ser política. A rigor, está mais para pragmática e objetiva: o Plano de Recuperação Verde elaborado pelos governos dos nove Estados só pretende ir direto à fonte de R$ 1,5 bilhão travados por equívocos, intransigências, bate-cabeça ou, resumindo tudo, má gestão do governo federal.

Se der certo, a nova política dos estados não será tragédia nem farsa, mas a conquista de quatro objetivos: reprimir o desmatamento ilegal, acelerar a produção sustentável, apoiar a tecnologia verde e a infraestrutura pró-bioeconomia. A conferir.

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Obras federais

Algumas obras federais em Rondônia já estão andando. Na BR-319, que conecta Porto Velho a Manaus, são vários canteiros de obras e o Dnitt trabalhando na recuperação de trechos arrasados no período do inverno amazônico. No entanto, outras obras dificilmente serão iniciadas em 2021, como a ponte internacional de Guajará Mirim, na fronteira com a Bolívia e a Usina Hidrelétrica de Tabajara, no município de Machadinho do Oeste, encravada no Vale do Jamari, repleta de percalços causados pelos entraves ambientais e protestos das comunidades indígenas da região. 

Feiras e fezes

Até parece que governador, prefeito, deputados e vereadores não tem conhecimento do que se passa na capital rondoniense. As feiras livres são realizadas ao lado de canais com as fezes pululando e neste calor dos diabos com uma fedentina semelhante aos negócios dos políticos que só pensam no próprio umbigo. As autoridades locais fazem vista grossa a um grave problema sanitário que já vem de longe e que, pelo que se vê, só deverá ser resolvido em futuras administrações mais comprometidas com a saúde pública. As atuais deixam a desejar.

O mais jovem

De todos os presidentes da Assembleia Legislativa de Rondônia até hoje, o  mais jovem  eleito foi Marcos Antônio Donadon (MDB-Colorado do Oeste), o campeão de votos na legislatura eleita em 1994. Na época, seu irmão Melki Donadon que tinha sido prefeito   em Colorado do Oeste e exercia mandato em Vilhena, tinha grande influência política e já se projetava em busca da eleição ao governo do estado em 1998. O clã Donadon dominou a política na região do Cone Sul rondoniense por três décadas e hoje perde importância perante outro clã local, o clã Goebel.

Grandes traições

Das grandes traições políticas ocorridas em Rondônia, uma das mais dolorosas foi praticada contra o governador Jorge Teixeira de Oliveira (PDS) nos anos 80. Foi graças ao seu prestigio, que o PDS emplacou três senadores e cinco deputados federais nas eleições de 1982. Anos depois a maioria dos eleitos pelo PDS, que tiveram as bênçãos de Teixeirão, se voltariam contra ele participando ativamente do processo de deposição do então governador em 1985, quando foi substituído pelo emedebista Ângelo Angelim, nome aprovado pela Assembleia Legislativa e ratificado pelo Congresso. Angelim foi o último governador nomeado.

Os predadores

Raros predadores políticos se deram bem em Rondônia desde as eleições gerais de 1982. O modus operandi aqui até hoje, é o predador mostrar as caras, saindo da toca, e logo em seguida é abatido a pauladas por quem está no poder. Quem não abateu seu predador natural na política em tempo se deu mal, caso de Jerônimo Santana, devorado por Valdir Raupp que ascendeu politicamente e tempo depois teve embate direto com o popular homem da Bengala levando a melhor nas urnas. A eleição 2022 vai opor lideranças emergentes como força predadora.

 

Via Direta

*** Aumentar a representatividade na Assembleia Legislativa é a palavra de ordem das lideranças políticas nos polos regionais mais importantes de Rondônia como Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal e Vilhena *** Ocorre que em algumas regiões do estado, exceto as de Ariquemes e Vilhena, tem ocorrido grande  fragmentação de votos causando prejuízos as representações locais *** O ex-deputado Ribamar Araújo assume a cadeira de Aelcio da TV no mês que vem e já está aprontando a fatiota *** Foi preciso a intervenção da justiça para o Poder Legislativo estadual aceitar a substituição *** Sobre as demais  punições previstas na Casa de Leis sabe-se lá para quando *** Rouba-se de tudo em porto Velho. Depena-se casas, leva-se nas costas pela madrugada de janelas, portões de ferro e tudo que for possível *** Carece de patrulhas policiais noturnas, patrulhas corujas que a coisa degringolou!

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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