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Carlos Sperança

No Brasil, como se diz no ditado popular, rei morto, rei posto


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A palavra do rei

A COP27, importante conferência da ONU realizada no Egito para tratar do principal assunto do momento para a humanidade – a sobrevivência da espécie –, pode salvar a péssima imagem do Brasil no exterior caso as três partes que se apresentam com stands no evento consigam passar bem seus recados.

De um lado, o governo brasileiro omitindo deslizes mas valorizando o principal: os recursos energéticos renováveis. De outro, as ongs que veem o país administrando mal os problemas do clima e do meio ambiente. No meio, a responsabilidade dos governadores da Amazônia apresentando sua visão terra a terra, com os pés no chão, sem o amaciamento de Brasília nem o tom apocalíptico das ongs ambientalistas.

Os três stands têm força. Ao contrário de sugerir uma irremediável divisão, a soma da trinca poderá obter uma conquista histórica: chamar para o Brasil o protagonismo climático-ambiental que já deveria ter assumido com a Conferência Rio-92 e desperdiçou nas décadas seguintes.

Se não for otimismo demais nem vier de sua inexperiência como rei, o Brasil tem na COP27 um torcedor que poderá ser decisivo: Charles III, rei da Inglaterra, disse que “o Brasil é fundamental para a preservação do planeta”. Que a palavra do rei seja ouvida, pois a COP27 é uma “Copa do Mundo” em que todos os países vencerão ou amargarão a derrota geral.

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Cargos regionais

Embora derrotados nas eleições de outubro na peleja estadual de Rondônia, o ex-governador Daniel Pereira (Solidariedade), a ex-senadora Fátima Cleide (PL) e o ex-governador Confúcio Moura (MDB) terão à disposição importantes cargos federais em Rondônia para indicar aliados e em alguns casos eles mesmo sendo beneficiados, exceto Confúcio que seguirá no Senado por mais quatro anos. Existe uma série de cargos regionais, como o Incra, por exemplo, para os petistas e aliados tomarem conta a partir do ano que vem. A disputa pelas indicações já começou.

Mãe Joana

Não bastassem as facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas tomando conta do estado, o roubo de fiação elétrica nas ruas, parques públicos e residências, Rondônia tem padecido com os bloqueios de estradas em vários pontos estratégicos para o abastecimento. Ninguém mais tem segurança de viajar de Porto Velho a Vilhena sem receio de um bloqueio no meio do caminho por inconformados com a vitória de Lula. Rondônia virou uma casa da mãe Joana onde os militares aceitam passivamente o boqueio das suas vias de acesso e até o ministro da justiça se mostrava tolerante a baderna estabelecida em vários estados até terça-feira quando autorizou a ação das forças de segurança para o desbloqueio.

A preocupação

As autoridades dos estados vizinhos Acre e Amazonas já estavam preocupadas com o abastecimento dos seus supermercados e demais estabelecimentos comerciais em vista da nova onda de bloqueios nas estradas federais de Rondônia, principalmente na rodovia 364, que corta Rondônia de ponta a ponta e por onde são transportados produtos hortifrutigranjeiros provenientes do Ceasa de São Paulo. A própria Ponta do Abunã, onde existem vários distritos de Porto Velho também já reclamava da possibilidade de desabastecimento dos produtos oriundos do sul do País.

Oposição a Lula

No Brasil, como se diz no ditado popular, rei morto, rei posto. O que se vê são muitos representantes dos partidos da base de sustentação do presidente Jair Bolsonaro procurando abrigo no próximo ninho governista, agora sob a batuta do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Nada estranho, pois são os mesmos políticos que já foram da base de Lula, Dilma e Temer que quando Bolsonaro assumiu trocaram de lado. Só estão voltando ao lar, como filhos pródigos. Portanto, mesmo com a direita polarizando pelo Brasil afora, no Parlamento seus representantes não serão tão extremistas como o bolsonarismo acreditava.

Senado 2026

Quem projetar uma disputa ao Senado em Rondônia em 2026 vai constatar a maior disputa de todos os tempos para as duas cadeiras a serem renovadas. Como todo governador reeleito, casos de Ivo Cassol e Confúcio, o atual mandatário Marcos Rocha (União Brasil) possivelmente deve disputar uma cadeira ao Senado. Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) e Confúcio Moura (MDB-Ariquemes) vão a reeleição. Não tem como deixar de cogitar também nomes como Mariana Carvalho (Progressistas-Porto Velho), o senador Acir Gurgacz (PDT-Ji-Paraná) e o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (União Brasil), entre tantos.  Estima-se uma baita disputa.

Via Direta

*** Como a necessidade faz o sapo pular, e o presidente eleito Lula da Silva precisa desesperadamente de maioria no Congresso Nacional, os petistas aceitaram de volta o “MDB traidor e golpista”, conforme grita a ex-presidente Dilma para quem quiser ouvir *** A própria Comissão de Transição do governo Lula já tem em seu grupo de trabalho a senadora Simone Tebet (MDB-MS) *** Começam a serem especulados os nomes dos novos secretários do governo de Marcos Rocha. Aliados importantes como o grupo Cassol e Leo Moraes terão seu quinhão na administração *** E todo mundo fica amiguinho até as eleições municipais quando interesses dispares nos partidos da aliança governista podem virar de cabeça para baixo os acordos hora firmados.  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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