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Carlos Sperança

Nó hidrológico + Compasso de espera + As definições + Questão de vices


Nó hidrológico + Compasso de espera + As definições + Questão de vices - Gente de Opinião

Nó hidrológico

Estamos no segundo mês do ano e muitas perdas de vidas e riquezas naturais já foram sentidas. Há pouco, desapareceu um dedicado amigo da Amazônia: o agrônomo Eneas Salati, cientista que sacudiu o mundo na década de 1970 ao inserir a região no foco central dos interesses mundiais. Para espanto geral, Salati usou recursos tecnológicos da física nuclear para estudar a umidade na floresta e verificar a evapotranspiração – o “suor das árvores”, pelo qual soltam vapor d’água nos ares.

Logo, avisou, o desmatamento intensivo causará alterações no ciclo hidrológico. Ao comprovar que “rios voadores” transportam água da Amazônia para as demais regiões, Salati mexeu em ninho de marimbondos, irritando o ramo do negacionismo que se recusa a aceitar a necessidade do equilíbrio hidrológico amazônico para a produção das demais regiões.

O projeto Brasil das Águas aponta que a floresta põe no ar 20 bilhões de toneladas d’água por dia, enquanto o Rio Amazonas despeja no oceano “só” 17 bilhões, algo difícil até de imaginar sem sentir um nó nos neurônios. Nó que vira temor quando se sabe que o Brasil perdeu 15% da sua superfície de água entre 1990 e 2020, segundo o Mapeamento Anual da Cobertura do Solo no Brasil (MapBiomas). A Amazônia secando seria, mais que um nó, a trama toda: uma tragédia para o Brasil e o mundo. Salati se foi, mas deixou avisos claríssimos a respeito.

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Compasso de espera

Com tanta coisa ainda para se resolver até o final de março, como a desincompatibilização dos cargos dos secretários municipais, estaduais e ministros, a abertura da janela partidária que permite a troca de paridos sem a punição da perda de mandatos e as alianças em torno das federações partidárias, os cenários políticos estadual e nacional estão longe de ser definidos. Novos candidatos estão surgindo, outros estão caindo fora tanto a presidência da República como aos governos estaduais. Acordos são feitos e desfeitos do dia para noite. Os jogos de encenações seguem.

As definições

Na disputa pelo governo de Rondônia são esperadas muitas definições até o final de março: 1- Como ficará a situação de elegibilidade do ex-governador Ivo Cassol (PP) 2 – Se o senador Marcos Rogério (PL) aceitará um cargo ministerial para deixar a disputa pelo CPA 3 – Se com a criação da federação partidária, envolvendo vários partidos, surgirá um novo candidato da aliança na substituição a Anselmo de Jesus (PT) 4- Se com a desistência do senador Marcos Rogério (PL), o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves entrará na peleja estadual 5 – Se havendo o impedimento da candidatura de Ivo Cassol, entraria na parada o deputado federal Leo Moraes (Podemos). 6-Com a desistência anunciada de Confúcio quem será o candidato do MDB?

Questão de vices

A definição dos vices dos candidatos de ponteira é outra questão catimbada na jornada 2022 m Rondônia. Provavelmente vai depender das alianças partidárias que só vão se resolver nas convenções na metade do ano. Nem Marcos Rocha (União Brasil), Ivo Cassol (PP), Anselmo de Jesus (PT), Marcos Rogério (PL) falam em vices, sequer cogitam nomes para tanto. Mesmo porque falar em vices agora pode até queimar as alianças costuradas e havendo a troca de nomes os cogitados eles podem se rebelar com o desgaste. É até uma questão de prudência.

Rodada de pesquisas

Estou acompanhando a primeira rodada de pesquisa estadual de um importante instituto para as eleições a deputado estadual, Câmara dos Deputados, Senado e governo do estado. Assim que for registrada no TRE faço questão de publicar porque não se trata do charlatanismo contumaz recorrente em Rondônia, onde os candidatos pagam para ficar em primeiro lugar nas sondagens eleitorais e órgãos de imprensa inescrupulosamente publicam por alguns trocados. O mesmo instituto encerrou pesquisa no Amazonas, apontando o ex-governador Amazonino Mendes na ponteira.

Efeitos manadas

Hoje em dia, por melhor que seja o instituto, dificilmente terá como identificar os efeitos manadas que ocorrem nas últimas horas de campanha. Cito alguns casos constatados nos últimos anos: Mauro Nazif tirou Mário Português do páreo numa disputa a prefeito de Porto Velho nas últimas 24 horas antes da eleição do primeiro turno, numa surpreendente reviravolta. Com o mesmo efeito manada, Hildon Chaves virou a eleição ainda no primeiro turno sobre o deputado federal Leo Moraes num pleito seguinte. Através dos tempos o político mais atingido pelas reviravoltas na esfera estadual tem sido o ex-senador Expedito Junior. Perdeu paradas seguidas, mesmo sendo favorito.

Via Direta

*** Ainda vai longe a conclusão da  reforma do Complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré na orla do Rio Madeira *** A  falta da principal atração turística de Porto Velho causa prejuízos ao centro histórico cujo movimento comercial foi reduzido drasticamente nos últimos anos *** Não fosse a instalação da sede da prefeitura da capital rondoniense da Secretaria da Fazenda, do funcionamento da Energisa na Av. Sete de Setembro, o antigo centro comercial estaria ainda mais esvaziado *** Trocando de saco para mala: Quem reclama da alta dos preços dos materiais de construção que se prepare,  pois depois da estação das chuvas a coisa vai piorar mais ainda para os pobres consumidores ***Com as facções criminosas se adonando de populosos conjuntos habitacionais a disputa pelo controle territorial tem sido sangrento. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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