Terça-feira, 22 de fevereiro de 2022 - 08h00
Estamos
no segundo mês do ano e muitas perdas de vidas e riquezas naturais já foram
sentidas. Há pouco, desapareceu um dedicado amigo da Amazônia: o agrônomo Eneas
Salati, cientista que sacudiu o mundo na década de 1970 ao inserir a região no
foco central dos interesses mundiais. Para espanto geral, Salati usou recursos
tecnológicos da física nuclear para estudar a umidade na floresta e verificar a
evapotranspiração – o “suor das árvores”, pelo qual soltam vapor d’água nos
ares.
Logo,
avisou, o desmatamento intensivo causará alterações no ciclo hidrológico. Ao comprovar
que “rios voadores” transportam água da Amazônia para as demais regiões, Salati
mexeu em ninho de marimbondos, irritando o ramo do negacionismo que se recusa a
aceitar a necessidade do equilíbrio hidrológico amazônico para a produção das
demais regiões.
O
projeto Brasil das Águas aponta que a floresta põe no ar 20 bilhões de
toneladas d’água por dia, enquanto o Rio Amazonas despeja no oceano “só” 17
bilhões, algo difícil até de imaginar sem sentir um nó nos neurônios. Nó que
vira temor quando se sabe que o Brasil perdeu 15% da sua superfície de água
entre 1990 e 2020, segundo o Mapeamento Anual da Cobertura do Solo no Brasil
(MapBiomas). A Amazônia secando seria, mais que um nó, a trama toda: uma
tragédia para o Brasil e o mundo. Salati se foi, mas deixou avisos claríssimos
a respeito.
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Compasso de espera
Com
tanta coisa ainda para se resolver até o final de março, como a desincompatibilização
dos cargos dos secretários municipais, estaduais e ministros, a abertura da
janela partidária que permite a troca de paridos sem a punição da perda de
mandatos e as alianças em torno das federações partidárias, os cenários
políticos estadual e nacional estão longe de ser definidos. Novos candidatos estão
surgindo, outros estão caindo fora tanto a presidência da República como aos
governos estaduais. Acordos são feitos e desfeitos do dia para noite. Os jogos
de encenações seguem.
As definições
Na
disputa pelo governo de Rondônia são esperadas muitas definições até o final de
março: 1- Como ficará a situação de elegibilidade do ex-governador Ivo Cassol
(PP) 2 – Se o senador Marcos Rogério (PL) aceitará um cargo ministerial para
deixar a disputa pelo CPA 3 – Se com a criação da federação partidária, envolvendo
vários partidos, surgirá um novo candidato da aliança na substituição a Anselmo
de Jesus (PT) 4- Se com a desistência do senador Marcos Rogério (PL), o
prefeito de Porto Velho Hildon Chaves entrará na peleja estadual 5 – Se havendo
o impedimento da candidatura de Ivo Cassol, entraria na parada o deputado federal
Leo Moraes (Podemos). 6-Com a desistência anunciada de Confúcio quem será o
candidato do MDB?
Questão de vices
A
definição dos vices dos candidatos de ponteira é outra questão catimbada na
jornada 2022 m Rondônia. Provavelmente vai depender das alianças partidárias
que só vão se resolver nas convenções na metade do ano. Nem Marcos Rocha (União
Brasil), Ivo Cassol (PP), Anselmo de Jesus (PT), Marcos Rogério (PL) falam em
vices, sequer cogitam nomes para tanto. Mesmo porque falar em vices agora pode
até queimar as alianças costuradas e havendo a troca de nomes os cogitados eles
podem se rebelar com o desgaste. É até uma questão de prudência.
Rodada de pesquisas
Estou
acompanhando a primeira rodada de pesquisa estadual de um importante instituto
para as eleições a deputado estadual, Câmara dos Deputados, Senado e governo do
estado. Assim que for registrada no TRE faço questão de publicar porque não se
trata do charlatanismo contumaz recorrente em Rondônia, onde os candidatos
pagam para ficar em primeiro lugar nas sondagens eleitorais e órgãos de imprensa
inescrupulosamente publicam por alguns trocados. O mesmo instituto encerrou
pesquisa no Amazonas, apontando o ex-governador Amazonino Mendes na ponteira.
Efeitos manadas
Hoje
em dia, por melhor que seja o instituto, dificilmente terá como identificar os
efeitos manadas que ocorrem nas últimas horas de campanha. Cito alguns casos
constatados nos últimos anos: Mauro Nazif tirou Mário Português do páreo numa
disputa a prefeito de Porto Velho nas últimas 24 horas antes da eleição do
primeiro turno, numa surpreendente reviravolta. Com o mesmo efeito manada,
Hildon Chaves virou a eleição ainda no primeiro turno sobre o deputado federal
Leo Moraes num pleito seguinte. Através dos tempos o político mais atingido pelas
reviravoltas na esfera estadual tem sido o ex-senador Expedito Junior. Perdeu
paradas seguidas, mesmo sendo favorito.
Via Direta
*** Ainda vai longe a conclusão da reforma do Complexo da Estrada de Ferro Madeira
Mamoré na orla do Rio Madeira *** A falta da principal atração turística de Porto Velho
causa prejuízos ao centro histórico cujo movimento comercial foi reduzido
drasticamente nos últimos anos *** Não
fosse a instalação da sede da prefeitura da capital rondoniense da Secretaria
da Fazenda, do funcionamento da Energisa na Av. Sete de Setembro, o antigo centro
comercial estaria ainda mais esvaziado *** Trocando de saco para mala: Quem
reclama da alta dos preços dos materiais de construção que se prepare, pois depois da estação das chuvas a coisa vai
piorar mais ainda para os pobres consumidores ***Com as facções criminosas se adonando de populosos conjuntos
habitacionais a disputa pelo controle territorial tem sido sangrento.
Sem perdãoHá pessoas que se dizem cristãs, mas abrem caminho ao inferno ao ofender os semelhantes, esquecendo que uma das principais lições do crist
Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho
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