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Carlos Sperança

O cenário político em Porto Velho segue nublado


O cenário político em Porto Velho segue nublado - Gente de Opinião

Espiritual e material

É difícil avaliar o que de fato significa haver na Amazônia mais instalações religiosas que hospitais e escolas. Como deve haver mais pontos de venda de drogas que templos religiosos, qualquer impressão de cunho moral ou prático precisa ser relativizada.

Com a ampla liberdade religiosa assegurada no Brasil, abrir uma igreja ou espaço para a reunião de crentes depende apenas da fé e do dízimo dos convertidos. Para abrir uma escola, entretanto, não basta o espaço: são necessários recursos humanos e financeiros contínuos. Abrir um hospital é ainda mais difícil: cada pessoa, instalação ou insumo requer qualificação, critérios técnicos e recursos amplos à disposição.

Todos os países possuem diversas confissões religiosas e elas não podem ser responsabilizadas pela vitalidade ou pobreza de cada nação. Muitos países possuem uma infinidade de igrejas e vivem na miséria, enquanto outras nações igualmente repletas de templos e catedrais são prósperas. O que estabelece as diferenças entre as pobres e as ricas não é o grau da crença espiritual, mas as condições materiais de cada uma.

A fé e as crenças religiosas pertencem ao reino privado, espiritual. Não podem ser confundidas com os assuntos materiais e políticos, para os quais se exige a consciência laica e o bom senso de que a mobilização do conjunto da sociedade deve estar acima de crenças, partidos ou preconceitos e focar prioridades.

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Crime organizado

Unidos em consorcio, os governadores das regiões Sul/Sudeste querem combater o crime organizado com mais rigor. Está mais do que claro que a União, responsável constitucional pelas questões de segurança no tocante ao narcotráfico não está dando conta desta missão e os traficantes já dominaram fronteiras do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, havendo situações críticas em estados como do Rio de Janeiro e Bahia. E em São Paulo, na baixada santista, a situação já está fora do controle, como já ocorre há décadas no Rio de Janeiro.

Grandes conexões

O consórcio formado no Sul para melhorar a segurança seria um bom exemplo para que o Amazonas, Acre e Rondônia também se unissem em torno desta causa comum. A grande verdade é que os traficantes dominaram o Norte e mesmo com os presídios abarrotados de traficantes a criminalidade ficou sem controle. Unir esforços com a União na proteção das nossas desguarnecidas fronteiras já seria um importante passo inicial para asfixiar os carteis colombianos, peruanos e bolivianos que tomaram de assalto os nossos rios, nossas rodovias e até o espaço aéreo.

Cenário nublado

A quatro meses do início as convenções partidárias que vão homologar os candidatos a prefeitos, vices e vereadores em Porto Velho e o cenário político segue nublado. Muitos nomes sendo comentados, mas até agora só um confirmado: o da ex-deputada federal Mariana Carvalho (Progressistas), anunciada como nome apoiado pelo prefeito Hildon Chaves (PSDB). Ela vai pilotar uma grande aliança, liderada pelos Progressistas, PSDB, PSD. Nos bastidores já se sabe também que está sendo formada a formação antagônica, tendo como cabeça de chapa o deputado federal Fernando Máximo e como vice o deputado estadual Alan Queiroz (Podemos), indicado por Leo Moraes.

Teatro governista

O governador Marcos Rocha (União Brasil) mercê o Oscar do teatro, o troféu mais importante da encenação política. Ele finge com esmeada competência que não sabe que toda sua base, a partir do seu vice-governador Sérgio Gonçalves, lideranças partidárias da sua aliança, deputados estaduais e federais estão envolvidos na campanha à prefeitura de Porto Velho do deputado federal Fernando Máximo. Vai se fazendo de morto para devorar o coveiro e levando no bico o seu grande aliado Hildão Chaves. Não tarda vem as convenções e ele vai ter que se posicionar – com punhal ou sem punhal da traição.

Baitas desafios

Derrubar do poleiro o prefeito Hildon Chaves e aliados em Porto Velho, o grupo que apoia a prefeita Claudia Redano em Ariquemes, o prefeito Gonçalinho e seus ungidos em Jaru, o prefeito Isau Fonseca e seguidores em Ji-Paraná e o alcaide Fúria em Cacoal, são os desafios oposicionistas na temporada. Todos bem instalados e com ambições políticas futuras no caso de vitórias consagradoras. Na capital, por exemplo, é da conveniência de candidatos ao governo e ao Senado em ,2026 que HIldão se ferre no apoio a Mariana. Aparar suas asas é preciso para futuros enfrentamentos.

Via Direta

*** O MDB de Rondônia tem um pedaço fidelizado a Lula, e outro quinhão fiel ao ex-presidente Jair Bolsonaro, através dos deputados  alinhados a direita *** Mesmo assim o MDB  rondoniense ficou com a fatia mais gorda dos cargos federais no estado, superando as ambições do PT, que foi esmagado nas urnas pelos bolsonaristas nas eleições de 2022 *** Os cientistas e meteorologistas estão confirmando que a mãe de todas as secas se formará em abril para castigar novamente o Centro-Oeste atingindo uma boa parte de Rondônia *** Que a Defesa Civil dos municípios com divisa com o Mato Grosso comecem a se preparar. Incêndios florestais e crises hídricas a caminho.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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