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Carlos Sperança

O prefeito eleito Léo Moraes terá um início difícil


O prefeito eleito Léo Moraes terá um início difícil - Gente de Opinião

Favelas gigantes

Pode significar muito ou nem tanto, mas é preciso avaliar com cuidado a informação de que das vinte favelas mais populosas do país a metade está na Amazônia. O dado provém da análise do Censo de 2022, ao ser desdobrado em pílulas pelos geógrafos.

É preciso saber como as favelas se formam para verificar que não têm uma só origem nem população uniforme. De um lado, constituem a solução precária de acomodação junto aos polos urbanos para os expulsos do campo, que via êxodo rural buscam a sobrevivência nas cidades. De outro, recolhem os excluídos do desenvolvimento econômico e os expulsos pela valorização dos imóveis urbanos, migrando do centro às periferias.

Cabe investigar por que as favelas amazônicas são tantas e as mais populosas, compondo a metade das concentrações mais populosas. Uma das constatações é que as favelas amazônicas reúnem indígenas, caboclos e outros expulsos pelos interesses econômicos (ou criminosos) que prevalecem na floresta somados aos aventureiros vindos de outras regiões que não conseguiram o ouro que supunham ao se deslocar do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste para as periferias das cidades amazônicas.

À parte a elasticidade de sua composição, as favelas amazônicas necessitam das mesmas políticas de inclusão das favelas de outras regiões. A existência de favelas, por si só, é uma cobrança explícita da dívida social.

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Início difícil

Tudo indica que o prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) terá um início difícil a frente do Prédio do Relógio, sede da administração do município de Porto Velho, a partir de janeiro. Das alagações nos bairros, que aumentam consideravelmente no auge do inverno amazônico, ao atendimento das demandas gritantes de água e esgoto, do sério problema  da decadência no centro histórico de Porto Velho, numa saúde caótica. O serpentário instalado na Câmara de Vereadores vai exigir habilidade no trato com os edis, gulosos para avançar no erário público. Como em gestões anteriores. Leo precisa de paz, de uma trégua na sua gestão. Infelizmente não terá, o pau vai cantar ainda cedo.

Primeiros desgastes

Os primeiros desgastes de Léo Moraes vão acontecer, não somente pelas alagações. Vai pagar caro por ter chutado as alagações na Vila Sapo durante a campanha. São previsíveis até manifestações contrárias, imitando este gesto ainda no decorrer de janeiro. Os desgastes vão acontecer ainda decorrentes das nomeações do seu corpo de secretários. Tudo que for ligado à sua família virá a torna. Tantos vereadores vão se sentir desprestigiados nas indicações. Aliados poderão considerar pouco o quinhão recebido. Administrar estas turbulências iniciais serão imprescindíveis.

A comparação

 Ainda sobre o prefeito eleito: Não bastasse haverão aqueles que ainda no primeiro semestre de 2025, vão querer comparar sua gestão ainda se ajustando, aos oito anos de gestão do atual prefeito Hildon Chaves, que para assombrar mais a futura administração fala em sua volta daqui a quatro anos, num jogo de pressão ao próximo alcaide. E todo isto, num contexto de um orçamento com o cobertor curto. Pegará o prédio do relógio com poucos recursos disponíveis e o orçamento 2025 só cobrirá os gastos com funcionalismo, com saúde e educação. Sobra quase nada para obras. Ele vai depender muito de recursos de emendas do orçamento da ALERO, da Câmara dos Deputados e do Senado.

Todos catimbando

O ano de 2025 vai começar e os projetos políticos reavaliados depois das eleições municipais de outubro. Sabe-se que para a sucessão estadual o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) que assume a cadeira do governo Marcos Rocha em meados de 2026, já é um candidato com o time em campo com Rocha na peleja ao Senado em dobradinha. Mas as indefinições predominam. Não se sabe quais são as intenções do ex-governador e atual senador Confúcio Moura (MDB), indeciso entre a disputa ao CPA ou a reeleição. Também Marcos Rogério (PL) estuda composições ao governo estadual ou a reeleição ao Senado.

Mais expectativas

Neste mundão de incertezas não se sabe se o ex-governador Ivo Cassol (PP) terá condições de disputar o governo estadual em razão de suas pendencias na justiça eleitoral. Também o prefeito e Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) vivencia momentos de indecisão para a disputa de um cargo eletivo em 2026.Admite que pode ser ao governo, ao senado ou ainda uma cadeira a Câmara dos Deputados. O atual prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD) sinaliza intenção de entrar na disputa pelo Palácio Rio Madeira. Também o atual senador Jaime Bagatoli (PL-Vilhena) dá os primeiros passos para entrar nesta peleja. Muitos cogitados, poucas confirmações de intenções.

Nomes cotados

Para as duas vagas ao Senado já existem muitos nomes cotados, alguns também visando o CPA. São os casos dos deputados federais  Fernando Máximo ( com base em Porto Velho, a caminho do Podemos, no troca troca da abertura da janela partidária, Silvia Cristina (PP-Ji-Paraná), com apoio do ex-governador Ivo Cassol, o atual governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho), o atual prefeito Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho), os senadores Confúcio Moura(MDB)-Ariquemes) e Marcos Rogério (Ji-Paraná-PL), o ex-senador Expedito Junior (PSD-Rolim de Moura), entre outros nomes ainda não identificados.

Crime organizado

Nesta altura do campeonato, não é mais segredo para ninguém, que o crime organizado andou emplacando vereadores e prefeitos em todo o País. Na Amazônia não é diferente, nestas bandas também não é diferente. Ocorre que as licitações gordas de obras e aquisição de maquinário e insumos chegam a ser mais lucrativas do que o tráfico de drogas. E geralmente prefeitos e vereadores flagrados nestes golpes acabam não cumprindo penas, ou recebendo penalidades brandas. Então que todo mundo fique atento às rachadinhas, da compra de remédios ao superfaturamento do pão da merenda escolar, tudo tem esquemas.

Via Direta

***Aumentam as casas depenadas por vândalos e drogados em Porto Velho. Roubam da fiação elétrica as telhas, das janelas aos vasos sanitários. Não bastasse os prédios abandonados se transformaram em abrigos para os noiados e assaltantes na região central da capital rondoniense *** Com isto agrava-se o problema da segurança pública neste final de ano. A população clama por providências imediatas *** O senador Confúcio Moura desenvolve sua peregrinação de final de ano em apoio aos municípios. Aproveita para verificar se existem condições favoráveis para disputar o governo estadual com os bolsonaristas nas eleições de 2026.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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