Segunda-feira, 9 de dezembro de 2024 - 09h10
Pode
significar muito ou nem tanto, mas é preciso avaliar com cuidado a informação
de que das vinte favelas mais populosas do país a metade está na Amazônia. O
dado provém da análise do Censo de 2022, ao ser desdobrado em pílulas pelos
geógrafos.
É preciso
saber como as favelas se formam para verificar que não têm uma só origem nem
população uniforme. De um lado, constituem a solução precária de acomodação
junto aos polos urbanos para os expulsos do campo, que via êxodo rural buscam a
sobrevivência nas cidades. De outro, recolhem os excluídos do desenvolvimento
econômico e os expulsos pela valorização dos imóveis urbanos, migrando do centro
às periferias.
Cabe
investigar por que as favelas amazônicas são tantas e as mais populosas,
compondo a metade das concentrações mais populosas. Uma das constatações é que
as favelas amazônicas reúnem indígenas, caboclos e outros expulsos pelos
interesses econômicos (ou criminosos) que prevalecem na floresta somados aos
aventureiros vindos de outras regiões que não conseguiram o ouro que supunham
ao se deslocar do Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste para as periferias das
cidades amazônicas.
À
parte a elasticidade de sua composição, as favelas amazônicas necessitam das
mesmas políticas de inclusão das favelas de outras regiões. A existência de
favelas, por si só, é uma cobrança explícita da dívida social.
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Início difícil
Tudo
indica que o prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) terá um início difícil a
frente do Prédio do Relógio, sede da administração do município de Porto Velho,
a partir de janeiro. Das alagações nos bairros, que aumentam consideravelmente
no auge do inverno amazônico, ao atendimento das demandas gritantes de água e
esgoto, do sério problema da decadência
no centro histórico de Porto Velho, numa saúde caótica. O serpentário instalado
na Câmara de Vereadores vai exigir habilidade no trato com os edis, gulosos
para avançar no erário público. Como em gestões anteriores. Leo precisa de paz,
de uma trégua na sua gestão. Infelizmente não terá, o pau vai cantar ainda
cedo.
Primeiros desgastes
Os
primeiros desgastes de Léo Moraes vão acontecer, não somente pelas alagações.
Vai pagar caro por ter chutado as alagações na Vila Sapo durante a campanha.
São previsíveis até manifestações contrárias, imitando este gesto ainda no
decorrer de janeiro. Os desgastes vão acontecer ainda decorrentes das nomeações
do seu corpo de secretários. Tudo que for ligado à sua família virá a torna.
Tantos vereadores vão se sentir desprestigiados nas indicações. Aliados poderão
considerar pouco o quinhão recebido. Administrar estas turbulências iniciais
serão imprescindíveis.
A comparação
Ainda sobre o prefeito eleito: Não bastasse
haverão aqueles que ainda no primeiro semestre de 2025, vão querer comparar sua
gestão ainda se ajustando, aos oito anos de gestão do atual prefeito Hildon
Chaves, que para assombrar mais a futura administração fala em sua volta daqui
a quatro anos, num jogo de pressão ao próximo alcaide. E todo isto, num contexto
de um orçamento com o cobertor curto. Pegará o prédio do relógio com poucos recursos
disponíveis e o orçamento 2025 só cobrirá os gastos com funcionalismo, com
saúde e educação. Sobra quase nada para obras. Ele vai depender muito de
recursos de emendas do orçamento da ALERO, da Câmara dos Deputados e do Senado.
Todos catimbando
O
ano de 2025 vai começar e os projetos políticos reavaliados depois das eleições
municipais de outubro. Sabe-se que para a sucessão estadual o vice-governador
Sergio Gonçalves (União Brasil) que assume a cadeira do governo Marcos Rocha em
meados de 2026, já é um candidato com o time em campo com Rocha na peleja ao
Senado em dobradinha. Mas as indefinições predominam. Não se sabe quais são as
intenções do ex-governador e atual senador Confúcio Moura (MDB), indeciso entre
a disputa ao CPA ou a reeleição. Também Marcos Rogério (PL) estuda composições
ao governo estadual ou a reeleição ao Senado.
Mais expectativas
Neste
mundão de incertezas não se sabe se o ex-governador Ivo Cassol (PP) terá
condições de disputar o governo estadual em razão de suas pendencias na justiça
eleitoral. Também o prefeito e Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) vivencia
momentos de indecisão para a disputa de um cargo eletivo em 2026.Admite que
pode ser ao governo, ao senado ou ainda uma cadeira a Câmara dos Deputados. O
atual prefeito de Cacoal Adailton Fúria (PSD) sinaliza intenção de entrar na
disputa pelo Palácio Rio Madeira. Também o atual senador Jaime Bagatoli (PL-Vilhena)
dá os primeiros passos para entrar nesta peleja. Muitos cogitados, poucas
confirmações de intenções.
Nomes cotados
Para
as duas vagas ao Senado já existem muitos nomes cotados, alguns também visando
o CPA. São os casos dos deputados federais
Fernando Máximo ( com base em Porto Velho, a caminho do Podemos, no troca
troca da abertura da janela partidária, Silvia Cristina (PP-Ji-Paraná), com
apoio do ex-governador Ivo Cassol, o atual governador Marcos Rocha (União
Brasil-Porto Velho), o atual prefeito Hildon Chaves (PSDB-Porto Velho), os
senadores Confúcio Moura(MDB)-Ariquemes) e Marcos Rogério (Ji-Paraná-PL), o
ex-senador Expedito Junior (PSD-Rolim de Moura), entre outros nomes ainda não
identificados.
Crime organizado
Nesta
altura do campeonato, não é mais segredo para ninguém, que o crime organizado
andou emplacando vereadores e prefeitos em todo o País. Na Amazônia não é
diferente, nestas bandas também não é diferente. Ocorre que as licitações
gordas de obras e aquisição de maquinário e insumos chegam a ser mais lucrativas
do que o tráfico de drogas. E geralmente prefeitos e vereadores flagrados
nestes golpes acabam não cumprindo penas, ou recebendo penalidades brandas.
Então que todo mundo fique atento às rachadinhas, da compra de remédios ao superfaturamento
do pão da merenda escolar, tudo tem esquemas.
Via Direta
***Aumentam as casas depenadas por vândalos
e drogados em Porto Velho. Roubam da fiação elétrica as telhas, das janelas aos
vasos sanitários. Não bastasse os prédios abandonados se transformaram em
abrigos para os noiados e assaltantes na região central da capital rondoniense *** Com isto agrava-se
o problema da segurança pública neste final de ano. A população clama por
providências imediatas *** O senador
Confúcio Moura desenvolve sua peregrinação de final de ano em apoio aos municípios.
Aproveita para verificar se existem
condições favoráveis para disputar o governo estadual com os bolsonaristas nas
eleições de 2026.
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