Terça-feira, 14 de março de 2023 - 07h42
Na
Amazônia não se morre só de susto, bala ou vício, como na canção de Caetano
Veloso. Os vírus que a saúde pública fraqueja em prevenir fazem a sua
contribuição destacada aos cemitérios e até quem sai feliz de uma
concessionária dirigindo uma reluzente F-150 Lightning poderá sentir alguma dor
na consciência ao saber que o alumínio presente na cobiçada picape foi
produzido em condições que além de poluir águas preciosas levaram pessoas da
Amazônia a adoecer de câncer e outros males.
Antes
da internet, a ignorância sobre os processos produtivos permitia aos
consumidores usufruir sem culpa as maravilhas dos bons produtos adquiridos, mas
na atualidade a informação acessível sobre as cadeias de produção serve para identificar
se em algum elo da corrente há crime ou dano ambiental capaz de trazer risco à
vida humana e à preservação dos biomas.
O
dedo acusador à F-50 chama a atenção para o processamento da bauxita, que
depois de espalhar resíduos tóxicos de alumínio nas águas daqui segue limpinha
ao Canadá, onde novos passos industriais a conduzem até o produto final.
Os
veganos sugerem aos carnívoros que antes de saborear as iguarias de origem
animal pensem nos olhinhos de terror dos bichos mortos. Os ambientalistas
sugerem pensar nos olhos dos doentes contaminados nas regiões poluídas durante o
processo de fabricação dos veículos que são seu sonho de consumo.
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Governos itinerantes
Voltando
aos tempos de Teixeirão, governador que utilizava este expediente para interiorizar
sua administração, o governador de Rondônia Marcos Rocha iniciou sua
programação para melhor atender as demandas das regionais. Também inspirado em Teixeirão,
os vereadores de Porto Velho anunciam sessões itinerantes para os bairros mais
populosos e principais distritos, alguns distantes a 350 quilômetros da sede do
município, caso de Nova Califórnia, na fronteira com o Acre, na recente
conflitada Ponta do Abunã que chegou a fazer parte do mapa acreano nos anos 80.
O que é justo
Finalmente
será revogada a lei do aumento do IPTU pelo prefeito Hildon Chaves (União
Brasil) valendo os valores do ano passado acrescidos de inflação. Prevaleceu o
bom senso. É justo, uma Londrina (PR), uma Ribeirão Preto (SP), por exemplo,
cobrar um preço mais elevado. Estas cidades contam com quase 100 por cento de
abastecimento de água, de tratamento de esgoto, de ruas asfaltadas, coleta e
tratamento do lixo, entre outros benefícios. Porto Velho, infelizmente oferece
alagações, menos da metade da população com água tratada, cinco por cento de
coleta de esgoto e caos na saúde e na segurança pública.
Os indicativos
Com
indicativos negativos de qualidade de vida, o município de Porto Velho não poderia
cobrar pelo que não oferece a população. E nem se comparar a cidades do mesmo
porte de São Paulo, do Paraná e Santa Catarina melhor aquinhoadas em infraestrutura.
Infelizmente, em termos de indicativos de água tratada, esgoto e outros referenciais,
a capital rondoniense é o patinho feio da região amazônica e só se pode se
comparar com os referenciais de Ananindeua (PA) e Macapá (AP) que padecem com
os mesmos problemas de Porto Velho em termos de infraestrutura.
Nos bastidores
Nos
bastidores, se propala que o Senador Samuel Araújo (PSD-RO) que assumiu o cargo
na licença do senador Marcos Rogério (PL-RO) gostou do cargo e já quer negociar
a ampliação da licença de Rogério que perdeu espaço no Congresso Nacional com a
sua derrota ao governo de Rondônia e do ex-presidente Bolsonaro a presidência
da República. É de conhecimento geral que o grande financiador de Rogerio tem sido Samuel nas últimas
campanhas e o esperado era a eleição de Marcos Rogerio ao governo para Samuel
usufruir quatro anos do cargo no Congresso. Agora o titular quer assumir o
cargo e o suplente não quer largar o osso.
A recuperação
Aliados
do prefeito Hildon Chaves já projetam a recuperação da imagem do alcaide depois
da polêmica taxa de IPTU. Nos próximos meses começa a funcionar maior atração turística
da capital, que é a Estrada de Ferro Madeira Mamoré, com todas as suas
instalações reformadas. O gestor do Prédio do Relógio também está dando andamento
ao projeto da construção da nova rodoviária de Porto Velho e da urbanização de
uma avenida bem caprichada nos populosos bairros Ulisses Guimarães, Marcos Freire
e Ronaldo Aragão, na Zona Leste, importante região de expansão urbana. Que
assim seja.
Via Direta
***Os 14 vereadores que assinaram o
pedido de revogação do projeto que reajustava o IPTU em Porto Velho levaram a
melhor e o prefeito revogou o reajuste. Todo mundo pensando na sobrevivência
política, já que temos eleição no ano que vem *** O Ibama está
negando novas certidões para liberar a pavimentação de trechos da BR 319, que
liga Porto Velho a Manaus *** A
enrolação com promessas da União para a BR 319 já tem mais de 30 anos e passa
governo e a lamaceira só tem piorado, agravada com o desabamento de duas pontes
neste percurso *** Grande expectativa do centro oeste para a exportação de grãos
a Ferrogão que liga Sinop (MT) e Mandirituba (PA) segue paralisada, mas conta
com o apoio do ministro dos Transportes Renan Filho para seguir em frente.
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