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Carlos Sperança

Operação Canto da Serpente em combate ao narcotráfico


Operação Canto da Serpente em combate ao narcotráfico  - Gente de Opinião

A palavra final

A transição de governo é um intervalo de ações em que o marketing político precisa ser evitado. Não haverá “terceiro turno” e a próxima campanha eleitoral será paroquiana, sem relação com os temas nacionais. Nesse caso, a promessa de um revogaço nas normas ambientais tidas por lesivas adotadas nos últimos anos tem o mesmo papel desnecessário dos atos antidemocráticos que desrespeitam os resultados das eleições, que cumpriram o ditame principal da Constituição: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”, em plebiscitos, por exemplo.

O governo que entra não pode começar arrombando o estabelecido pelo anterior, ao cabo de uma eleição polarizada. Lula venceu, essa parte já acabou, mas não pode esquecer que cerca de 100 milhões de eleitores (adversário, ausentes, nulos e brancos) não votaram em sua chapa. É o equivalente à população do Egito ou dois estados de São Paulo e um Rio de Janeiro.

Melhor que um arrogante revogaço será abordar uma a uma as medidas em vigor e descartar as que não funcionam. E ao contrário de criminosas badernas antidemocráticas, o melhor que a sociedade civil organizada pode fazer é mobilizar seus representantes no Congresso Nacional. Eleitos nos termos da Constituição, só eles podem fazer mudanças. Não é o Executivo nem o Judiciário que decidem: a palavra final é do Parlamento.

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A diplomação

Está confirmada a diplomação do delegado Flori Cordeiro Junior (Podemos), eleito prefeito de Vilhena, num embate com a ex-prefeita Rosani Donadon numa eleição suplementar  gerada pela cassação do mandato do prefeito Eduardo Japonês, ligado ao clã Goebel que também viu a derrota de Evandro Padovani a deputado federal e Luizinho perdendo terreno para Ezequiel Neiva no Cone Sul rondoniense O ato da entrega do diploma legal vai acontecer no próximo dia 2 de dezembro com a posse em janeiro e a expectativa  geral é de uma gestão profícua.

Tudo igualzinho!

As coisas vão caminhando para as reeleições do deputado federal Arthur Lira (PP-AL) a presidência da Câmara dos Deputados e do senador Rodrigo Pacheco (PSD) a presidência do Senado. O tão criticado orçamento secreto, só está mudando de nome. E partidos então bolsonaristas na campanha 2022, mas que já foram da base de Lula, Dilma e Temer em gestões passadas, ingressando na base aliada do futuro governo. Que briguem os raivosos, lá em cima todo mundo se entende, no monumental balcão de negócios que se transformou a política brasileira.

A diferença

Vejam a diferença do comportamento dos governadores bolsonaristas eleitos ou reeleitos no pleito de outubro com diferentes estratégias com relação ao futuro governo Luís Inácio Lula da Silva. O governador do Acre, Gladson Camelli (Progressistas) aproveitou a conferencia do clima para o primeiro contato com o presidente eleito e já deixando firmadas duas reivindicações para o povo acreano. Já, o governador de Rondônia Marcos Rocha (União Brasil) evitou encontro com Lula, certamente por fidelidade ao presidente Jair Bolsonaro. Por sua vez o governador eleito de São Paulo Tarcísio de Freitas está nomeando na sua Casa Civil um grande interlocutor com o novo governo federal que é Gilberto Kasseb (PSD).

 Canto da Serpente

Sem dúvidas a Operação Canto da Serpente, em combate ao narcotráfico internacional realizada no final e semana em Guajará Mirim, a capital do pó, foi uma das maiores do gênero realizadas até hoje em território rondoniense. Foi uma grande mobilização da Polícia Federal para tentar asfixiar o tráfico da fronteira, que tem tornado o estado de Rondônia um verdadeiro paraíso dos carteis do tráfico de cocaína, de armas e do contrabando. Na fronteira, tem passado boi, passado boiada. Sabe-se também que o rio Mamoré, na divisa com a Bolívia se transformou num cemitério de carrões afundados em acidentes com balsas improvisadas, cujos veículos seriam destinados a base de troca em negócios com os traficantes bolivianos.

Amplo apoio

Dragueiros, garimpeiros e balseiros que financiaram campanha de alguns deputados estaduais de Rondônia – um não foi eleito - se mobilizam na busca de apoio das autoridades rondonienses contra as ações de fiscalização do Ibama, Polícia Federal e outros órgãos federais que coíbem a pratica do garimpo no Rio Madeira, já terrivelmente infectado por mercúrio. Como na Assembleia Legislativa se trata de maioria bolsonarista, os revoltosos –que também ajudaram nas manifestações e bloqueios com doações –não tiveram dificuldades em obter respaldo político. Como se sabe, o mercúrio usado no garimpo do Madeirão causa câncer e Porto Velho está atolada de tantos casos. Coisa de louco!

Via Direta

*** Os alcaides brasileiros se preparam para a nova marcha municipalista programada para o mês de março do ano que vem em Brasília *** Na oportunidade os prefeitos rondonienses vão entregar uma pauta de reivindicações para o presidente Lula e os novos dirigentes do Congresso Nacional *** Antes disto, já temos uma  corrida perante os senadores e deputados federais eleitos em busca de recursos de emendas parlamentares para pavimentação, saúde, educação, merenda escolar, entre outros quesitos para reforçar os orçamentos das prefeituras *** Com os bloqueios acabando e as manifestações dos bolsonaristas defronte aos quartéis reduzindo, o movimento pró ditadura militar está se esvaindo. Ainda mais com ameaças de multas pesadas de Xandão, o cara mais odiado pela extrema direita que o próprio presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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