Segunda-feira, 22 de julho de 2024 - 07h50
Depois
de séculos de cumplicidade entre o poder e o crime organizado ou no mínimo a
tolerância resultante da incompetência, já existe um plano de combate aos
crimes que escravizam povos, atrasam a economia e danificam a biodiversidade.
Antes de derramar elogios sobre ele, entretanto, é preciso observar que há
planos feitos insistentemente sobre a Amazônia desde a vinda de Vicente Pinzón,
o navegador da frota de Colombo que alcançou em 1499 as águas do grande rio que
chamou de “Santa Maria de la Mar Dulce”.
Crimes,
na época, eram os cometidos por portugueses, ingleses e franceses. A partir do
predomínio luso, criminosos eram os outros. Por conta desses planos, em nenhum
momento a criminalidade diminuiu nem a pilhagem parou de aumentar, mas foi a
estrutura de combate aos invasores e a ação militar de expulsão os fatores que criaram
as fronteiras atuais.
Nesse
sentido, pode-se dizer que mesmo o crime estendendo seus tentáculos pela
floresta, a estrutura de combate que aos trancos e barrancos também vai se
alastrando pela região, em todos os nove países que a compartilham, ainda que insuficiente
na atualidade, forja novas situações, das quais a integração entre as nações
tenderá a ser a mais importante. Quando as mesquinhas políticas nacionais internas
cederem espaço às políticas de Estado e continente, pode ser que os planos
finalmente funcionem.
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Começa o espetáculo
Abrem-se
as cortinas e começa o espetáculo, diriam os consagrados locutores esportivos
na década de 80. Comparo a situação com a abertura das convenções partidárias
iniciadas no último sábado e que se prolongam até o dia 5 de gosto com o
registro das candidaturas esticada para 15 de agosto. Pouco espaço para surpresas
bombásticas, de última hora, mas com a perspectiva da redução de candidaturas
de oito para sete nomes, em vista da confirmação de Vinicius Miguel (PSB) como
candidato e a desistência de Valdir Vargas (PP). Ainda não se vê por enquanto
mobilização nas ruas.
Nosso eleitorado
Cerca de155 milhões de eleitores vão a urnas
no Brasil em outubro para eleger prefeitos, vices e vereadores. Em Rondônia, conforme
o TRE, teremos no estado mais de 1.200.000 votantes. Em Porto Velho 362 mil, em
Ji-Paraná 96 mil em Ariquemes menos de 80 mil, sendo os três principais
colégios eleitorais do estado.Com tendência de posicionamento a direita, o
bolsonarismo larga com favoritismo nas cinco maiores cidades rondonienses, ampliando
também sua influência para polos do agronegócio como Vilhena (que é a cidade
que mais cresce no estado nos últimos anos), Cacoal e Rolim de Moura.
Grande expectativa
Com
grande influência na sucessão estadual em 2026, nas duas cadeiras ao Senado,
nas oito a Câmara dos Deputados e 24 vagas na Assembleia Legislativa, as expectativas
se concentram nos resultados nos principais polos regionais citados acima.
Porto Velho já emplacou os governadores Jeronimo Santana, Oswaldo Piana Filho e
Marcos Rocha. Ji-Paraná, José de Abreu Bianco, Rolim de Moura Valdir Raupp e
Ivo Cassol (além do vice Cahula que assumiu o cargo no segundo mandato de Ivo),
em Ariquemes Confúcio Moura e no seu segundo mandato o seu vice Daniel Pereira.
Vilhena teve um governador nomeado, Ângelo Angelim.
Com indefinições
As
convenções partidárias para homologação das candidaturas começaram no sábado,
mas as grandes definições só vão acontecer nos eventos do próximo sábado, dia
27, quando os principais oponentes, pela ordem, Mariana Carvalho (União
Brasil), Leo Moraes (Podemos), Euma Tourinho (MDB) e Celio Lopes da Frente
Rondônia Democrática vão anunciar seus vices, nomes catimbados até agora em busca
de composições e reforços. Muitos nomes cogitados acabaram desistindo como
Valdir Vargas (PP), apoiado pelo ex-governador Ivo Cassol, que acabou
reforçando a coalizão de Mariana.
A dança dos caciques
Os
grandes caciques rondonienses marcam presença forte em Ji-Paraná onde se
disputa o cobiçado Palácio Urupá, sede do Poder Executivo municipal. O governador
Marcos Rocha (União Brasil) apoiando a eleição do atual prefeito Esaú Fonseca,
o ex-governador Ivo Cassol e a deputada federal Silvia Cristina com Ari
Saraiva, o senador Marcos Rogério (PL) com Afonso Cândido. Não se sabia até ontem, por exemplo, como vai
se comportar o maior eleitor da eleição em Ji-Paraná, o ex-prefeito Jesualdo Pires
(PSB) que não tem se pronunciado a respeito do pleito local.
Via Direta
*** Ainda era uma incógnita no final de
semana a decisão do PL de Marcos Rogério sobre o candidato do partido em Porto
Velho. Falava-se num acordo com Mariana Carvalho a pedido do Diretório Nacional
*** Pleito
empolgante também em Ariquemes, onde a prefeita Carla Redano disputa a
reeleição, sob as chibatas dos oposicionistas Lucas Folador, Ernandes Amorim,
Rafael Fera, entre outros representantes naquele polo regional *** Com grande atuação no Senado e maior provedor
de recursos para os municípios rondonienses com emendas, o senador Confúcio
Moura (MDB) vai recuperando terreno para sua reeleição em 2026.
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