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Carlos Sperança

Os tempos mudaram + Base rachada + Nossos milicianos + Terras caídas


Os tempos mudaram + Base rachada + Nossos milicianos + Terras caídas - Gente de Opinião

Os tempos mudaram

Nos tempos em que o governo tratava os agricultores como capiaus e Jecas Tatus, os surtos de crescimento (os voos de galinha) eram atribuídos à indústria e ao dinamismo do comércio. Mas havia crises intermitentes, alternadas com os voos penosos, e nelas os agricultores eram chamados a fazer sacrifícios: com seu patriotismo, ofereciam a “âncora verde” que evitava tragédias ainda maiores. O resultado disso é que os agricultores sofriam ao ponto de ser induzidos a se endividar para dar o fôlego verde aos demais setores em dificuldades.

Enfrentando a ditadura e nos anos tortuosos de Sarney e Collor eles ganharam força na organização. Em 1996, com união, força e ótima ação política, deram a volta por cima. A partir daí, com crédito, tecnologia e boa extensão rural, a âncora verde deixou de ser o setor que mais contribuía e mais se sacrificava. A democracia e o mercado externo favorável deram à antiga âncora a condição de casco da embarcação. Hoje, com a desindustrialização e as dificuldades que a pandemia acumulou para o comércio e os serviços, o agronegócio é o próprio barco.

A questão, agora, é até que ponto os bons resultados do agro vão beneficiar, como sempre fizeram antes, os demais setores. Desta vez os sinais são fracos e a incerteza é grande. Cabe aos cientistas da economia equacionar e ao governo finalmente agir, porque brincar de eterna eleição só está atrapalhando.

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Base rachada

Unir o bolsonarismo em Rondônia, um dos estados mais governistas do Brasil, é um grande desafio para as eleições do ano que vem. Começa pelo excesso de governadoraveis no guarda-chuva do atual presidente: Vejam: temos o governador Marcos Rocha, o senador Marcos Rogério, o ex-governador Ivo Cassol, todos disputando apoio do Planalto. E ainda temos deputados estaduais e federais dissidentes ao governo estadual, como Eyder Brasil na Assembleia Legislativa e Chrisóstomo, na Câmara dos Deputados. Mas o governador Marcos Rocha larga na frente na busca das bênçãos bolsonaristas.

Nossos milicianos

Nos bastidores se comenta que um braço dos milicianos instalados nos morros do Rio de Janeiro ampliou suas atividades para Rondônia. O grupo ainda é pequeno, mas já disputa pontos de vendas de drogas e transações de casas e apartamentos em conjuntos populares, como Orgulho do Madeira, Morar Melhor, etc. A consequência imediata das pelejas entre narcotraficantes e milicianos são as execuções de rivais, aumentando a violência na capital que já tem seus presídios superlotados.

Terceira via

Aumenta o número de partidos na busca de uma terceira via na eleição presidencial do ano que vem. De um lado, os partidos de esquerda que rejeitam Lula, de outros partidos de centro direta que já se manifestam contrários a continuidade do mandato do presidente Jair Messias Bolsonaro. Na falta de unidade, uma conclusão: existe uma maioria silenciosa, apontada por pesquisas, que rejeita tanto Bolsonaro como Lula e sendo assim a busca de um candidato que sintetize as aspirações dos brasileiros começa a se intensificar nos meios partidários.

Terras caídas

Estudiosos da Amazonia constataram recentemente que a ocupação humana e o enorme desmatamento, além da velocidade das águas que também causam desbarrancamentos, são alguns motivos decorrentes do fenômeno das terras caídas ao longo do Rio Madeira, que ocorre todo ano em Porto Velho e em alguns distritos, como Calama, São Carlos e a ilha de Curicacas. Os estados do Acre, do Amazonas e do Pará também sofrem as consequências do fenômeno. No Amazonas, o município de Parintins é um dos mais atingidos e já trabalha numa ação de barreiras de contenção.

Entre tucanos

Se dependesse dos tucanos históricos e a nova tucanada encastelada no Prédio do Relógio, a chapa do PSDB para disputar o governo do estado de Rondônia e ao Senado seria puro sangue, com o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves ao governo e o ex-senador Expedito Junior ao Senado. No entanto, ambos têm compromisso com o senador Marcos Rogério (Democratas) que pretende disputar o governo do estado no ano que vem. O representante democrata só deixaria de concorrer caso fosse guindado a um Ministério, aí, sim, o caminho estaria aberto para a composição desejada.

Via Direta

*** A criminalidade que já era grande na capital e em outras regiões de Rondônia, agora assola o município de Guajará Mirim, na fronteira com a Bolívia *** Com a economia debilitada há um bom tempo,  ondas de arrombamentos atingem a chamada Pérola do Mamoré *** Em Porto Velho, os receptadores estão pagando  quase R$ 1,00 o quilo do ferro pirateado na estrada de ferro Madeira Mamoré, cujos trilhos estão desaparecendo no trecho Triângulo-Santo Antônio *** Espertalhões já estão vendendo pesquisas  para todos os gostos para os políticos. Eles adoram sondagens eleitorais falseadas *** Alguns empresários ligados ao narcotráfico em Rondônia estão buscando ares mais puros no Nordeste *** Só no ano passado quase uma dúzia se instalou naquela região. A conexão Rondônia-Nordeste não é de hoje.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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