Sexta-feira, 9 de julho de 2021 - 08h31
Nos
tempos em que o governo tratava os agricultores como capiaus e Jecas Tatus, os
surtos de crescimento (os voos de galinha) eram atribuídos à indústria e ao dinamismo
do comércio. Mas havia crises intermitentes, alternadas com os voos penosos, e
nelas os agricultores eram chamados a fazer sacrifícios: com seu patriotismo,
ofereciam a “âncora verde” que evitava tragédias ainda maiores. O resultado
disso é que os agricultores sofriam ao ponto de ser induzidos a se endividar
para dar o fôlego verde aos demais setores em dificuldades.
Enfrentando
a ditadura e nos anos tortuosos de Sarney e Collor eles ganharam força na organização.
Em 1996, com união, força e ótima ação política, deram a volta por cima. A
partir daí, com crédito, tecnologia e boa extensão rural, a âncora verde deixou
de ser o setor que mais contribuía e mais se sacrificava. A democracia e o
mercado externo favorável deram à antiga âncora a condição de casco da
embarcação. Hoje, com a desindustrialização e as dificuldades que a pandemia
acumulou para o comércio e os serviços, o agronegócio é o próprio barco.
A
questão, agora, é até que ponto os bons resultados do agro vão beneficiar, como
sempre fizeram antes, os demais setores. Desta vez os sinais são fracos e a
incerteza é grande. Cabe aos cientistas da economia equacionar e ao governo
finalmente agir, porque brincar de eterna eleição só está atrapalhando.
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Base rachada
Unir
o bolsonarismo em Rondônia, um dos estados mais governistas do Brasil, é um
grande desafio para as eleições do ano que vem. Começa pelo excesso de governadoraveis
no guarda-chuva do atual presidente: Vejam: temos o governador Marcos Rocha, o
senador Marcos Rogério, o ex-governador Ivo Cassol, todos disputando apoio do
Planalto. E ainda temos deputados estaduais e federais dissidentes ao governo estadual,
como Eyder Brasil na Assembleia Legislativa e Chrisóstomo, na Câmara dos
Deputados. Mas o governador Marcos Rocha larga na frente na busca das bênçãos
bolsonaristas.
Nossos milicianos
Nos
bastidores se comenta que um braço dos milicianos instalados nos morros do Rio
de Janeiro ampliou suas atividades para Rondônia. O grupo ainda é pequeno, mas
já disputa pontos de vendas de drogas e transações de casas e apartamentos em
conjuntos populares, como Orgulho do Madeira, Morar Melhor, etc. A consequência
imediata das pelejas entre narcotraficantes e milicianos são as execuções de
rivais, aumentando a violência na capital que já tem seus presídios
superlotados.
Terceira via
Aumenta
o número de partidos na busca de uma terceira via na eleição presidencial do
ano que vem. De um lado, os partidos de esquerda que rejeitam Lula, de outros
partidos de centro direta que já se manifestam contrários a continuidade do
mandato do presidente Jair Messias Bolsonaro. Na falta de unidade, uma
conclusão: existe uma maioria silenciosa, apontada por pesquisas, que rejeita
tanto Bolsonaro como Lula e sendo assim a busca de um candidato que sintetize
as aspirações dos brasileiros começa a se intensificar nos meios partidários.
Terras caídas
Estudiosos
da Amazonia constataram recentemente que a ocupação humana e o enorme
desmatamento, além da velocidade das águas que também causam desbarrancamentos,
são alguns motivos decorrentes do fenômeno das terras caídas ao longo do Rio
Madeira, que ocorre todo ano em Porto Velho e em alguns distritos, como Calama,
São Carlos e a ilha de Curicacas. Os estados do Acre, do Amazonas e do Pará
também sofrem as consequências do fenômeno. No Amazonas, o município de
Parintins é um dos mais atingidos e já trabalha numa ação de barreiras de
contenção.
Entre tucanos
Se
dependesse dos tucanos históricos e a nova tucanada encastelada no Prédio do
Relógio, a chapa do PSDB para disputar o governo do estado de Rondônia e ao
Senado seria puro sangue, com o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves ao
governo e o ex-senador Expedito Junior ao Senado. No entanto, ambos têm
compromisso com o senador Marcos Rogério (Democratas) que pretende disputar o
governo do estado no ano que vem. O representante democrata só deixaria de
concorrer caso fosse guindado a um Ministério, aí, sim, o caminho estaria
aberto para a composição desejada.
Via Direta
*** A criminalidade que já era grande na
capital e em outras regiões de Rondônia, agora assola o município de Guajará
Mirim, na fronteira com a Bolívia *** Com a economia debilitada há um bom
tempo, ondas de arrombamentos atingem a
chamada Pérola do Mamoré *** Em Porto
Velho, os receptadores estão pagando
quase R$ 1,00 o quilo do ferro pirateado na estrada de ferro Madeira
Mamoré, cujos trilhos estão desaparecendo no trecho Triângulo-Santo Antônio ***
Espertalhões já estão vendendo pesquisas
para todos os gostos para os políticos. Eles adoram sondagens eleitorais
falseadas *** Alguns empresários ligados
ao narcotráfico em Rondônia estão buscando ares mais puros no Nordeste *** Só
no ano passado quase uma dúzia se instalou naquela região. A conexão Rondônia-Nordeste
não é de hoje.
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