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Carlos Sperança

Picolé de peixe e as eleições de 2026 marcam a volta de algumas lideranças decadentes


Picolé de peixe e as eleições de 2026 marcam a volta de algumas lideranças decadentes - Gente de Opinião

Picolé de peixe

Há muitas fontes relatando as violências físicas e mentais sofridas pelos povos originários em séculos de história. Lamentar o que aconteceu não compensa as perdas sofridas com o saque das riquezas naturais e as humilhações de costumes ancestrais atacados como demoníacos, substituídos por valores que traziam doença e espoliação. Importa, acima de tudo, valorizar o que ficou e pode ser bem aproveitado, para aproveitar a memória dos povos da floresta e utilizá-la considerando o bem de todos.

Quando os pajés e xamãs dizem que a floresta tem a cura para todos os males eles expressam muito mais que um velho mote da reverência ancestral à natureza: fornecem a orientação exata daquilo que a ciência comprova a cada descoberta. O que parecia uma bela imagem poética é o cerne da sabedoria dos povos. Precisa ser aprendido em toda a sua grandeza e praticidade como o veículo elementar para conduzir a Amazônia a um futuro de usufruto de suas riquezas em favor de todos, sem exclusões.

Pessoas nascidas ou que vivem na Amazônia há décadas só começaram a ouvir falar em picolés de peixe há pouco. A ideia de produzir algo tão simples e ainda não pensado antes comprova que a floresta tem de fato a cura para os males – inclusive o pior deles, que é a pobreza. A cada instante novas descobertas e usos lucrativos para os recursos amazônicos chegam ao mercado com boas chances de cair no gosto dos consumidores e gerar renda.

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Expulsão de imigrantes

Adorado e venerado pelos bolsonaristas, o presidente estadunidense Donald Tranp que afirma que não precisa do Brasil e está expulsando em massa os imigrantes brasileiros ilegais. Rondônia está entre os cinco estados que mais exportou ilegais para os Estados Unidos na última década. O campeão no quesito é Minas Gerais, que já recebeu os primeiros voos dos deportados algemados e acorrentados. Os rondonienses ainda em solo americano estão aterrorizados com a caçada dos agentes migratórios e um clima de pavor é vivenciado por todos os imigrantes.

Não se criam

Com o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) já em campo para assumir o governo do atual mandatário Marcos Rocha em meados do ano que vem e disputar a reeleição, lembro o histórico dos vices governadores em eleições. Nenhum deles, mesmo assumindo a titularidade não conseguiu se eleger governador. Orestes Muniz, vice de Jeronimo Santana, tentou se eleger ao então palácio Presidente Vargas, mas não logrou êxito. Assis Canuto, vice do então governador Oswaldo Piana, deixou de disputar cargos eletivos. E os vices que assumiram disputando a titularidade não se deram bem, casos do vice do governador Ivo Cassol, João Cahula e do vice do governador Confúcio, Daniel Pereira.

Com dificuldades

Se Cahula e Pereirinha tubularam gloriosamente nas eleições governamentais, as perspectivas de uma vitória de Sérgio Gonçalves ao CPA Rio Madeira é também de se dar mal em 2026. O atual governo estadual caminha mal das pernas com os colapsos na saúde e na segurança púbica. E na capital, por exemplo, o grande favorito na disputa ao CPA é o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB), no interior o atual vice-governador é presa fácil para Marcos Rogério e sua língua afiada. E no Vale do Jamari, quem dá a bola é o senador Confúcio Moura. O grupo palaciano precisa se reforçar para se dar bem.

Aposta no divisionismo

Mas os palacianos apostam no divisionismo da oposição em Rondônia para conduzir Sergio Gonçalves, ao menos para o segundo turno. O PL está rachado, entre os grupos dos senadores Marcos Rogério e Bagatolli, ambos com pretensões ao CPA Rio Madeira. A oposição ainda conta com o senador Confúcio Moura (MDB) e o prefeito de Cacoal, Adailton Fúria, uma liderança ascendente, que aceitaria também ser vice de um candidato de ponteira. Num hipotético panorama político atualizado, o desafio do atual vice-governador é enorme, pelo menos para emparelhar a peleja com Hildão na capital, catimbar a disputa no Vale do Jamari e perder de pouco para Marcos Rogério na região central.

Volta dos decadentes

As eleições de 2026 marcam a volta de algumas lideranças decadentes e alquebradas no cenário político rondoniense. Algumas delas, apesar de derrotas recentes, se articulando bem, como é o caso do ex-senador Amir Lando (MDB). Outras com mais dificuldades, em vista do surgimento de lideranças emergentes no Vale do Jamari, como é o caso do ex-deputado, ex-prefeito e ex-senador Ernandes Amorim, que chegou a imperar na sua base eleitoral. Na capital o ex-prefeito Mauro Nazif tentará uma cadeira a Assembleia Legislativa, em Vilhena Natan Donadon busca uma cadeira na Câmara dos Deputados.

Via Direta

*** Com a base do governo estadual rachada, vem aí mudanças na gestão do governador Marcos Rocha para reforçar as paliçadas da sua administração e vitaminar sua candidatura ao Senado *** A disputa pelo poder nos meios governistas causa desgastes e quem for degolado pode abrir o bico contra o Palácio Rio Madeira ***Já com o orçamento do governo estadual do próximo ano aprovado a Assembleia Legislativa se despede das atividades e dia 1 de fevereiro toma posse o novo presidente da Casa de Leis Alex Redano *** Passado o carnaval o ano político começará para valer com alianças políticas para as eleições do ano que vem *** Já se sabe que Rocha vai ao Senado, Hildão ainda não definiu o cargo que vai disputar.  

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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