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Carlos Sperança

Porto Velho é tratado como colônia pelos organismos federais na questão portuária. Já o Amazonas...


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A polarização municipal

A polarização “ideológica” foi uma página infeliz da história brasileira. Ela quase arruinou o país, mas foi contida pela sabedoria dos chefes militares, que no estudo da História aprenderam que “quando a política entra pela porta de um quartel a disciplina sai pela outra” e evitaram a desagregação das forças.

Pela parte civil, a sabedoria vem da Constituição, na forma dos pesos e contrapesos criados para evitar que um poder exorbite sobre os outros. Ao Executivo cabe propor e executar, em harmonia com os outros dois poderes. Ao Judiciário cabe julgar, com qualquer exorbitância de ambos contida pelo Poder Legislativo por meio de leis corretivas. Da mesma forma, o Judiciário corta pela raiz as exorbitâncias dos outros dois poderes.

Liquidada a tentativa de arruinar as instituições brasileiras, resta a polarização saudável das eleições municipais, em que os partidos voltados aos problemas reais das populações locais vão apresentar suas propostas, debatê-las, confrontá-las e esperar do eleitorado a sabedoria para escolher quem de fato trata dos problemas locais, isolando os pescadores de águas turvas, que apostam no rancor e no ódio para dividir os brasileiros.

Há grandes problemas a resolver nas cidades e só insanos vão ignorá-los perdendo tempo com tolas ideias golpistas, vandálicas ou radicais. No mais, que os culpados sejam punidos e a vida siga, não importa se usam farda, terno, toga, batina ou pijama.

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Eleições 2024

Estamos a menos de cinco meses para o início das convenções partidárias que vão homologar as candidaturas de prefeito, vice, bem como das chapas para a disputa das 23 cadeiras à Câmara de Vereadores em Porto Velho. Nos bastidores as conversações avançam, as costuras prosperam, mas o que se vê é ainda é um clima de indefinições. Nos bastidores temos uma corrida pela disputa de cargos de vice de Mariana Carvalho (Progressistas) e Fernando Máximo (União Brasil), considerados inicialmente nomes polarizadores na peleja 2024.

Tutela prejudicial

Estamos na pior. Esta história do terminal fluvial de Porto Velho ser tutelado por organismos do Amazonas (Marinha e Dnitt) está causando graves prejuízos ao terminal fluvial do Porto do Cai N’Água castigado com tantos atrasos nas obras de reparos. Não existe nem prazo para a reabertura e a população ribeirinha reclama das más condições portuárias, tanto para viagens aos distritos, como para as cidades do Amazonas. O chororô é grande também nos barcos de turismo e dos pescadores, sem contar dos usuários com o acesso precário nas rampas das embarcações. Situação que piora nos dias de chuvas.

Terminais fluviais

Enquanto Porto Velho é tratado como colônia pelos organismos federais na questão portuária, o Estado do Amazonas está instalando terminais fluviais até nas comunidades indígenas. Mais de 30 já foram inauguradas visando fortalecer o turismo naquele estado. Uma boa ideia para o governo de Rondônia, já que o turismo local ainda está engatinhando e as tribos rondonienses tem muito a oferecer aos turistas, seja em passeios nas matas, nos rios, tendo a sua própria culinária como um dos atrativos. Como se sabe o turismo fortalece a economia, gera imposto e renda.

A minirreforma

Vem aí mais uma minirreforma eleitoral para atender as conveniências da classe política brasileira que volta e meia vira tudo de cabeça para baixo. Tudo só valeria a partir das eleições de 2026, proibindo a reeleição de presidentes, governadores e prefeitos, instalando uma quarentena para os militares disputarem cargos eletivos, etc., etc. As mudanças entram em discussão no Congresso Nacional ainda neste primeiro semestre e tem apoio do presidente do Senado Rodrigo Pacheco e de expressivas lideranças partidárias tanto na Câmara dos Deputados como no Senado da República. Vamos ver no que vai dar.

Casas populares

Assim como Porto Velho, no flagelo da enchente histórica de 2014, clamou por inúmeras demandas para as esferas federais, incluindo casas populares em vista de dezenas destruídas pelas chuvas daquele ano, o vizinho Acre urra apelando por ajuda. O histórico do governo federal, seja à esquerda ou à direita é de prometer ajuda no momento difícil, tem a liberação de alguns recursos e posteriormente esquece as tragédias ambientais. Porto Velho está esperando, 10 anos depois, ajuda para as barreiras de contenção na orla do Rio Madeira, a reconstrução dos seus distritos e alteamento de ruas e avenidas invadidas pelas águas.

Via Direta

*** Chegou a chamada janela partidária, permitindo a troca de partidos pelos parlamentares visando acomodações para as eleições municipais de 6 de outubro *** Em Porto Velho alguns parlamentares estão ensaiando mudanças ao serem preteridos nos seus partidos nas disputas deste ano *** Temos andando uma nova mobilização para a emancipação de distritos em Rondônia mas é uma bandeira que vai depender muito de alterações constitucionais no Congresso Nacional *** E para as eleições deste ano as autonomias sonhadas já estão descartadas *** Quem diria que a Amazônia sofreria tanto com as mudanças climáticas? AC, AM, RR e RO já no olho do furacão em 2024.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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