Quinta-feira, 7 de novembro de 2024 - 07h35
A
Amazônia, em sua vasta amplitude, é ainda uma desconhecida até para quem nasceu
e vive nela. O que se vê pela imprensa, da literatura à ciência, são recortes
esporádicos e descolados longe de compor um retrato amplo da verdade. Dentre
aqueles que melhor conheceram a região estava o escritor Márcio Souza, morto em
agosto. A noção dos graves problemas que cercavam a floresta dava ao escritor
uma visão pessimista sobre o futuro da Amazônia e da humanidade.
Ao contrário
de contagiar seus leitores com o pessimismo, porém, Souza deixou seguidores que
partiram de suas conclusões francas para atitudes positivas. Note-se a agricultura,
na qual já estão vencidas as condições da época em que Souza começou a
registrar os terríveis fatos da ampla história que escreveu e seguirá como
grande referência para quem quiser se iniciar nos mistérios da região. A
agricultura é fundamental para a produção de alimentos, mas precisava evoluir
para o máximo de rendimento com o mínimo de desperdício.
O
conhecimento da região trazido pela pesquisa e o desenvolvimento da tecnologia
forjaram a agricultura de precisão. Hoje, drones e satélites se combinam com
programas instalados em máquinas para coletar dados que orientam no sentido de
economia, eficiência e proteção ambiental. Há grandes obstáculos, mas também
grandes soluções.
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Obras travadas
Rondônia
padece com obras federais travadas, com a suspenção de licitações e outros
obstáculos burocráticos. Neste estado as obras são anunciadas espetacularmente
como foi o caso da ponte binacional em Guajará Mirim, na fronteira com a Bolívia
e depois postergadas em brutais disputas pelas empreiteiras alegando irregularidades,
para negociar algum acordo. Outro problema é o anuncio de obras no inverno, que
só poderão ser iniciadas no verão por causa da temporada de chuvas. Das obras
estaduais, não é muito diferente vejam o caso do Heuro patinando há tantos
anos.
A transferência
Na
recente eleição de outubro constatou-se o quanto é difícil a transferência de
votos, mesmo de lideranças aprovadas com menção honrosa por suas gestões, caso
do ex-prefeito de Rolim de Moura e ex-governador Ivo Narciso Cassol e agora em Porto
Velho pelo czar tucano Hildon Chaves que não conseguiu emplacar sua ungida
Mariana Carvalho (União Brasil). Como o prefeito teve sucesso na eleição da sua
esposa Ieda a Assembleia Legislativa – e foi uma das mais votadas – esperava-se
um replay positivo também com Mariana. Mas o alcaide tubulou gloriosamente.
Quatro gestões
Quando
prefeito o saudoso Chiquilito Erse dizia que seriam necessárias pelo menos
quatro boas administrações na prefeitura de Porto Velho para colocar todas as
demandas em dia. Ele realizou uma delas, quando foi escolhido ao lado de Jaime
Lerner de Curitiba, como um dos dois prefeitos mais populares do País. Também
tivemos uma boa administração de Hildon Chaves (porque na primeira não foi tão
bem, funcionando mais como aprendizado) e a segunda, espetacular. Conforme as
estimativas de Chiquilito ainda faltariam então duas grandes gestões para colocar
as demandas da capital rondoniense em dia. Então, que Leo capriche.
A despedida
Depois
de oito anos de uma gestão marcante, o prefeito de Porto Velho Hildon Chaves
(PSDB) prepara sua despedida do Palácio Tancredo Neves, instalado no Prédio do Relógio
(foi para valorizar o centro histórico) com um Natal inesquecível. Existe a
promessa de uma grande festa natalina - no Parque da Cidade e a inauguração da
nova rodoviária na Av. Jorge Teixeira, cujas obras estão em fase de conclusão.
Fala-se em 90 por cento das obras concluídas e a possibilidade de a inauguração
do logradouro ocorrer ainda neste mês de novembro, ou meado de dezembro.
Grande legado
O
alcaide da capital rondoniense deixa a municipalidade com um baita legado, o
maior legado de todos os prefeitos rondonienses. Obras de vulto. Hildão foi o
prefeito que melhor se articulou na busca de recursos de emendas parlamentares
para tocar a pavimentação, reformas de escolas, creches e postos de saúde. Mas
como outros prefeitos sofreu também desgastes com os graves problemas de
alagações. Atribuiu-se as alagações e a situação caótica da saúde a derrota da
sua ungida, Mariana Carvalho na peleja pela prefeitura de Porto Velho. Do meu
lado, o que vi mesmo afundando a campanha da candidata foram as fogueiras de vaidades e as rivalidades
tribais de uma aliança que ruiu também pela rejeição a candidata escolhida
Segue a vida
O
prefeito atual passa a titularidade do Paço Municipal ao prefeito eleito Leo Moraes
(Podemos) mas permanecerá em evidência na gestão da Associação Rondoniense de Municípios-AROM,
uma entidade que pode impulsionar uma futura candidatura ao Senado ou ao
governo estadual. Se optar pela peleja pelo governo estadual vai enfrentar uma
disputa com o atual vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil), o prefeito
Adailton Fúria (PSD-Cacoal), o senador Jaime Bagatolli (PL) de Vilhena, o
ex-governador Confúcio Moura (Ariquemes). E tem ainda o ex-governador Ivo
Cassol, caso consiga se desvencilhar das amarras da justiça, também na peleja,
como favorito.
Peleja ao Senado
Se
optar pela disputa ao Senado, que serão duas cadeiras em jogo a serem renovadas,
nosso alcaide da capital vai ter pela frente como adversários o atual governador
Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho), o atual senador Marcos Rogério
(PL-Ji-Paraná), a deputada federal Silvia Cristina (PP-Ji-Paraná). Neste
cenário, um ambiente favorável, já que em Porto Velho ele vence Marcos Rocha com
um pé nas costas e em Ji-Paraná é beneficiado pelo racha envolvendo Marcos
Rogerio e Silvia Cristina. Mas ainda tem a possibilidade de Confúcio disputar a
reeleição. Caso Hildon esteja com as asas crescidas, tende a disputar o governo
estadual. O cara é arrojado.
Pires na mão
Bem
articulado, com o pires na mão, o prefeito eleito Leo Moraes (Podemos) tem se
adiantado com a transição sucessória e na busca de recursos em Brasília. O
atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) foi muito eficiente na parceria com a
bancada federal e grande parte das suas obras de pavimentação, da nova rodoviária
e outros logradouros surgiram através de recursos de emendas parlamentares. Se
vê que Leo segue o mesmo caminho e já abriu conversações com os deputados
federais e senadores na sua recente viagem a Brasília. Hildon e Chiquilito foram
os prefeitos que mais trabalharam, até mesmo, com adversários na busca de
recursos.
Via Direta
*** O jornalista acreano Asterio Moreira
sempre lembra que as emendas parlamentares são usadas como cortesia com o chapéu
alheio. De fato, os deputados estaduais, federais e senadores, autores das
emendas se dizem os realizadores, enquanto que o dinheiro aplicado é federal *** Aqui em Rondônia grandes
obras do governo federal não tiveram ao menos citação nas placas de inauguração
os nomes dos presidentes ou governadores ***
Vejam o caso da construção da nova rodoviária na capital, com recursos de emendas
da ex-deputada Mariana, onde Lula nunca é citado pela ex-parlamentar e pelo
prefeito. Dizem que a obra é deles.
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