Quarta-feira, 5 de agosto de 2020 - 10h13
A
questão elementar sobre a Amazônia, feita pelo menos desde que sementes de
seringueira foram contrabandeadas para o Jardim Botânico Real inglês pelo
biopirata Henry Wickham, é se existe um complô internacional para tirar a Amazônia
do Brasil.
Vasta
literatura aponta para o consenso de que a Amazônia é patrimônio da humanidade e
sua maior parte pertence à soberania brasileira, resguardadas as normas
internacionais em vigor. Significa que os povos da floresta são mais os zeladores
e os pagadores das contas de manutenção da “propriedade” que propriamente seus
donos e beneficiários. Assim compreendido, a nova questão é se existe um complô
maldoso para impedir que os povos-zeladores usem e protejam o patrimônio
mundial.
O
governo, embora dividido em diversas alas, que vão da extrema-direita ao centro
liberal, supõe que, sim, trata-se de maldade: uma orquestração de “gafanhotos
verdes” (ambientalistas, ongs), ricos e concorrentes internacionais.
O
livro “O Futuro da Amazônia no Brasil: Uma Tragédia Mundial”, de Marcílio e Marilene
Freitas, professores da Universidade Federal do Amazonas, reforça a tese de que
há maldade, de fato, mas sustenta que ela vem dos destruidores da floresta. Neste
caso, onde estará a bondade? Provavelmente em combater o crime, punir a
prevaricação e deixar os verdadeiros donos decidirem como preferem usar a
floresta.
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Olho no vizinho!
Acre
e Rondônia estão para Brasil e Argentina naquilo que se denominou “efeito Orloff”,
o que significa que o que acontece hoje lá, ocorre amanhã aqui. Tem sido assim
até em crimes políticos. Mas neste caso é a estiagem severa, já estimada a pior
dos últimos 15 anos para o Acre, que faz
Rio Branco, a capital acreana - que pode estudar um possível racionamento do precioso
líquido -, tendo em vista a redução drástica dos níveis dos seus mananciais. E
nosso amado e idolatrado Madeirão segue o mesmo ritmo de queda, assim como
nossos igarapés. Lá e cá...
Maconha peruana
Não
é surpresa para ninguém o fato de Rondônia operar como uma grande Ceasa
(leia-se central de abastecimento) das drogas. Recebe maconha do Paraguai para
redistribuição no Norte e cocaína da Bolívia e do Peru traficado através do
Acre, para levar aos grandes centros consumidores do Rio e São Paulo. A
novidade agora é que com a queda na produção da “erva” no Paraguai (com os
gafanhotos em ação...), o Peru passou a produzir em grande escala, fornecendo
maconha para o Acre e Rondônia
Impeachments
Meses
depois de serem anunciados, os processos de impeachment (afastamento|) dos governadores
do Rio de Janeiro e do Amazonas estão virando em brisa. É o velho modus operandi
já consagrado em Rondônia: deputados e vereadores anunciam impeachments de governadores
e prefeitos e depois correm negociar os votos. Nos últimos anos a coisa está
cada vez mais descarada. Negocia-se apoio em troca de nomeações de apaniguados,
parentes e da venda superfaturada com fornecimento de marmitex a presídios a
lavagem de roupa dos hospitais. Sem esquecer os esquemas de vigilância...
Semana decisiva
Em
Porto Velho a semana é considerada decisiva, sendo aguardado o anuncio do pronunciamento
do atual prefeito Hildon Chaves (PSDB) se vai concorrer ou desiste do seu projeto
de reeleição. O panorama muda muito com sua desistência já que o prefeito tucano
lidera uma coalizão poderosa e concorrendo seria um dos protagonistas da
temporada. Não concorrendo, começa uma corrida pelo seu apoio e dos partidos
sob sua influência, uma meia dúzia.
Apoio de Rocha
O
governador Marcos Rocha deve participar das eleições municipais deste ano
apoiando alguns aliados que poderão se tornar até seu vice na campanha da reeleição
em 2022. Os alcaides queridos de Rocha são Thiago Flores, de Ariquemes e Eduardo
Japonês, de Vilhena, ambos com boas chances de reeleição. E quem obter a
vitória mais expressiva poderá se tornar o vice de Marcos Rocha no próximo
pleito estadual.
Via Direta
*** Mesmo com as aberturas comerciais na
era do coronavírus em Rondônia, o setor hoteleiro segue urrando. Muitos hotéis
fecharam definitivamente, outros foram alugados, como o Samaúma e Vitória na
região central para órgãos públicos *** Que Argentina azarada, gente, que zica! já
está na quarta onda de nuvens de gafanhotos. Parece uma praga egípcia, ressurgida no Paraguai e
que até agora não chegou ao Brasil ***
Lembrando que em décadas passadas a praga atingiu o Mato Grosso pesadamente e chegou até Vilhena
em Rondônia *** Trocando de saco para mala: Vilhena, que começou bem no
combate ao Coronavírus, desandou nas últimas semanas *** Os restaurantes que conseguiram manter as portas abertas na região central de Porto Velho, apesar da
pandemia do covid-19 falam em movimento baixo, mas seus proprietários se manifestaram
esperançosos em melhores dias.
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