Quarta-feira, 27 de abril de 2022 - 08h10
Sobram
na história exemplos de que antes das guerras há ostentação de riqueza para
simular que tudo está bem, na crença em que “pensar positivo” mudará a
realidade. A ditadura Vargas anunciou a erradicação do mosquito transmissor da
malária em 1940 e no ano seguinte sobreveio uma epidemia. Luxuosos bailes
antecedem desastres e tragédia, como as festas antes do naufrágio do Titanic. Um
grande baile provou a força de Pedro II na véspera do golpe que derrubou o Império.
Luxuosos eventos no Teatro Amazonas antecederam a crise da borracha.
Durante
as crises, surgem profecias sobre um futuro paraíso. Nas últimas décadas, coincidem
com notícias sobre discos-voadores e ETs chegando para salvar/dominar a Terra. Mas
não haverá soluções vindas dos céus e naves estelares. Se autoridades e povo
não criarem uma nova realidade para a floresta e as cidades, de outros atores
ela não virá. Se o padrão urbano continuar reproduzindo a pobreza, falar em
sustentabilidade será apenas dizer um palavrão a mais.
Longe
de ser um profeta, o professor Alex Abiko, especialista em Gestão Urbana e
Habitacional, afirma que os dois maiores problemas do Brasil e do mundo são a
pobreza estrutural e as mudanças climáticas. A solução estará em comunidades urbanas
sustentáveis e boas políticas ambientais. Sem ações firmes nesse sentido, o
risco de naufrágio e conflitos insolúveis será grande.
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Nossa epopeia
Não
é de hoje que os acreanos – que tutelaram Rondônia como Território Federal até
a sua transformação em estado em 1981 – adoram meter o bedelho em assuntos
rondonienses. Ainda em 1985 invadiram a Ponta do Abunã, tomando as localidades
de Nova Califórnia, Extrema, Abunã e Fortaleza do Abunã. E lá se instalaram com
as tropas da então governadora Yolanda Fleming até serem expulsas pela PM-RO
com os batalhões comandados pelo coronel Ferro no governo Jeronimo Santana. Lembrando que o então jovem Valdir Raupp foi
um dos protagonistas da retomada da região, como diretor geral do DER e anos
depois seria eleito governador de Rondônia.
Ponte da discórdia
No episódio
da inauguração da ponte sobre o Rio Madeira no Abunã na década passada, edificada
pelos petistas em quase 80 por cento e concluída pelos bolsonaristas com 20 por
cento – e que arvoram o pai daquela obra - lá se instalaram os políticos acreanos
com uma enorme bandeira do seu estado desfraldada como se o empreendimento da
ponte fosse deles, em território acreano e ainda antes da inauguração oficial.
Com representações políticas frouxas, Rondônia não reagiu, sequer uma nota de
protesto foi emitida naquela época, como se nada tivesse acontecido.
Brasa e sardinha!
Agora
os acreanos querem atribuir o nome da ponte rondoniense homenageando um ex-governador
daquele estado. Existe até um projeto no Congresso Nacional neste sentido e não
discuto os méritos do homenageado. Para contornar a coisa o deputado federal
Mauro Nazif (PSB-RO) apresentou proposta concedendo a ponte o nome do arcebispo
Dom Moacir Grecchi, importante autoridade religiosa que durante décadas exerceu
seu sacerdócio no Acre e depois em Rondônia onde ele faleceu. Esta homenagem
poderia unir os interesses dos dois estados. No entanto, os acreanos não
retiraram seu projeto, puxando a brasa para a sardinha deles, ou seja, com o
nome do seu ex-governador.
Decisão salomônica
O
que se sabe é que atualmente os projetos sobre a denominação da ponte da
discórdia estão no Senado. De um lado, o de autoria do senador Marcio Bitar (AC), homenageando
o governador Wanderley Dantas, de outro, da lavra do deputado federal Mauro
Nazif (RO), projeto concedendo a homenagem ao arcebispo Dom Moacir Grechi. Com
mais tradição e unida do que a bancada rondoniense que raramente fala a mesma
língua, os políticos acreanos sabem se articular e podem levar a melhor nesta
peleja. A não ser que concordem com o nome de Dom Moacir, que é também uma
homenagem para eles. Seria uma decisão salomônica.
Puxador de votos
O
PTB, comandado em Rondônia pelo ex-deputado federal Nilton Capixaba, ainda não
decidiu como aproveitar melhor a filiação do ex-presidente da Assembleia Legislativa
de Rondônia Maurão de Carvalho (Ministro Andreazza), derrotado na eleição
passada ao governo de Rondônia e que busca retomar sua carreira política. Alguns
petebistas defendem que seja candidato a Assembleia Legislativa puxando votos
para a legenda. Também existe a possibilidade de uma disputa ao Senado ou se tornar
vice de algum candidato de ponteira, já que existem entendimentos neste sentido
em andamento com alguns nomes relevantes.
Via Direta
*** Levando em consideração as
movimentações políticas em território rondoniense, não constato firmeza em
algumas postulações ao governo de Rondônia em outubro *** Por enquanto as
postulações que se mostram mais consistentes são do próprio governador Marcos Rocha
(União Brasil) com seu projeto de reeleição e do deputado federal Leo Moraes (Podemos),
ambos com domicilio eleitoral em Porto Velho
e abrindo polarização *** O senador
Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná), o ex-deputado federal Anselmo de Jesus
(PT-Ji-Paraná), o ex-governador Daniel
Pereira (Solidariedade-Porto Velho) e o
professor Vinicius Miguel (PSB-Porto Velho) tem se movimentado pouco pelos
pagos rondonienses *** E o ex-governador Confúcio Moura (MDB) se faz de
morto para engolir o coveiro *** Neste
cenário, acredita-se na fusão de algumas candidaturas até as convenções do meio
do ano, principalmente as da esquerda.
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