Quinta-feira, 16 de setembro de 2021 - 09h09
Se evento raro e positivo é unicórnio e
ocorrência agressiva é rinoceronte, o demônio de três chifres é uma combinação
de crises. O superciclo das commodities e o bônus demográfico foram unicórnios
que deveriam beneficiar as elites econômicas e o povo brasileiro, mas
resultaram em concentração de renda e, no segundo caso, sem planejamento, em
perda total.
O passivo do mau uso dos unicórnios foi o
rinoceronte do atraso, cujas patas assolaram a economia e a política com
instabilidade e polarização. Sob os estragos do rinoceronte sobreveio a
deposição da presidente Dilma Rousseff, a pandemia e agora o demônio de três
chifres representados pelo descuido ambiental, a crise hídrica e a crise
energética. Falta chuva porque houve desmatamento desmedido e, assim, o demônio
de três chifres vira hidra de quatro cabeças quando até a democracia, maior
conquista da civilização, é posta sob graves ameaças.
Não resta outra saída a não ser exigir e
apoiar providências para corrigir os problemas animalescos e demoníacos da combinação
de crises. Ações ótimas, por exemplo, como o primeiro reflorestamento em
Unidade de Conservação, ocorrido na Reserva Rio Preto Jacundá, e a iniciativa
que vem da Bahia, pelo Senai Cimatec, de criar mecanismos para estimular o
empreendedorismo biotecnológico na Amazônia. Não sendo unicórnios fantásticos, são
experiências funcionais e resolutivas.
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Troca-troca
Acusada de ter praticado alta traição aos
seus antigos aliados, a ex-vereadora Cristiane Lopes, uma política em ascensão
em Porto Velho desde a elevada votação a Câmara dos Deputados em 2018, seguindo
em alta nas eleições municipais de 2020, mudou de malas e cuia para as asas do
governador Marcos Rocha que já toca seu projeto de reeleição com afinco. Com o troca-troca
partidário, Cristiane deixou primeiramente
o abrigo no PP de Ivo Cassol que a projetou e depois o refúgio do deputado
federal Leo Moraes seu grande alicerce no pleito de 2020. Seria uma mercenária?
Uma Dalila política?
Novo
caminho
É um exagero a pecha de traíra para Cristiane
Lopes, pois ela apenas trocou de endereço. Com Ivo Cassol e Jaqueline ela seria
usada como moeda de troca para alianças na capital e o mesmo aconteceria certamente
com Leo Moraes, seu mais recente tutor político. Portanto, Cristiane apenas
dispensou os intermediários, vendendo o “produto” (seu apoio político)
diretamente ao produtor. É bolsonarista, como Ivo e Leo Moraes e não deixou o
seu ninho ideológico, já que o governador Marcos Rocha é bolsonarista de raiz,
desde os tempos de caserna com o “capetão”.
Haja
bolsonarismo!
Por falar em bolsonarismo, haja bolsonarismo
na sucessão estadual de Rondônia. A maioria dos pretendentes ao Palácio Rio Madeira
se declarou pró-Jair Bolsonaro em vista da popularidade do presidente em Rondônia,
um dos três estados mais bolsonaristas do país. Ivo Cassol, Marcos Rocha, Marcos
Rogério e Leo Moraes se declaram bolsonaristas. Mas Bolsonaro transferir os
votos são outros quinhentos, pois nas eleições municipais de 2020 o candidato
do presidente, o deputado Eyder Brasil na capital ficou na rabeira e na maioria
dos polos regionais do estado não foram eleitos prefeitos bolsonaristas, como
em Vilhena e Ji-Paraná, Jaru, etc.
Dois
candidatos
A poderosa coalizão PSDB/DEM/PSD abre a
jornada 2022 com dois candidatos ao governo do estado de Rondônia e as duas
alternativas só serão analisadas pouco antes das convenções estaduais do ano que
vem. Portando, a aliança tem preferencialmente o senador Marcos Rogério (DEM)
candidato ao governo com Ieda Chaves a vice ou o prefeito de Porto Velho Hildon
Chaves (PSDB) a governo e o ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires (PSB)
cogitado a vice. Em ambas alternativas (fortíssimas, diga-se de passagem), o
candidato ao Senado é Expedito Junior (PSDB) que foi padrinho dos dois candidatos
em pleitos anteriores.
Uma
tendência?
No caso da aliança PSDB/DEM/PSD, aposto na
coluna 2, desde já e vou explicar o motivo. Existe grande possibilidade do senador
Marcos Rogério (DEM) assumir um Ministério, talvez o Ministério da Amazonia, a
ser criado, desocupando a moita para Hildon Chaves (PSDB)e acomodando a
situação em Rondônia com Marcos Rocha.
Ademais, o grande defensor de Bolsonaro no Congresso encantou-se com Brasília,
onde frequenta diariamente as grandes redes de rádio e televisão e jornais de
circulação nacional e se estabelecendo no governo de Rondônia sumiria do plano
nacional. Então, minha aposta, é coluna 2, com Hildão na cabeça!
Via
Direta
*** O
deputado estadual Eyder Brasil (PSL-Porto Velho) assumiu a causa da emancipação
da Ponta do Abunã, com a criação do município de Extrema, unindo os distritos de Nova Califórnia, Vista
Alegre do Abunã e Fortaleza do Abunã *** Ele
lembrou que, sendo criado, o novo município cumpre todos os requisitos para a
emancipação, pois até o plebiscito exigido pelo IBGE já foi realizado em década passada *** Eyder está mobilizando as forças vivas
da região para fortalecer a bandeira da autonomia de Porto Velho, cuja sede
fica distante quase 350 quilômetros do distrito *** Trocando de saco para
mala: a presença das facções criminosas nos grandes conjuntos habitacionais da
capital rondoniense está provocando fuga de moradores *** Muitas famílias estão vendendo
seus apartamentos a preço de banana para se mudar pela insegurança.
Hildão, Máximo, Marcos Rogério e Confúcio falam que vão disputar o governo estadual
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