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Carlos Sperança

Vocês já viram um vice-governador de Rondônia criar asas e conseguir se eleger governador em Rondônia?


Vocês já viram um vice-governador de Rondônia criar asas e conseguir se eleger governador em Rondônia?  - Gente de Opinião

Chance para a união

O mundo ferve com guerra, economias destroçadas, embates sangrentos entre seitas políticas e supostamente religiosas, doenças que reaparecem com variantes traiçoeiras e riscos de apocalipse nuclear ou climático. Só mentalidades estreitas poderiam supor que manter a polarização eleitoral nessa quadra tão única e complexa da humanidade poderia levar a bom porto.

Ao final de mais um ciclo governamental no Brasil, cada brasileiro levará suas próprias saudades ou decepções a relatar em sua história, mas para a história do Brasil e do mundo o novo governo será o da reconciliação nacional ou o da paralisia geral. Fora disso, se o Executivo forçar e o Legislativo engrossar, é a Justiça que vai tomar a decisão. É falta de bom senso forçar crises entre os poderes na ingênua (e ilegal) crença de que algum “poder moderador” vindo do espaço ou do túmulo do Império vai substituir o STF na definição final das demandas.

Já passando para a história, o governo em fim de feira ficará sendo aquele em que múltiplas investigações desnudaram a vasta amplitude dos crimes ambientais e a bioeconomia saltou à frente como unanimidade apesar da encrenqueira polarização. Há chances para a união nacional. Se o país se reconciliar e os crimes ambientais forem combatidos com eficiência pelas nações amazônicas, a floresta renderá muito mais em favor de seus povos, além de entregar ao mundo um bom clima.

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O terrorismo

O ressurgimento do terrorista de direita no Brasil chegou ao ápice no início da semana, no dia da solenidade de diplomação do presidente eleito Lula. Carros e ônibus queimados em Brasília e em Rondônia, tentativa de invasões em órgãos públicos e nem a Policia Federal ficou a salvo dos manifestantes ligados a extrema direita. Como o atual governo se omite no combate das atividades terroristas deste segmento, caberá ao próximo mandatário tomar providências para que esta situação não perdure no País, já que em alguns estados os bloqueios de rodovias continuaram. Rondônia é uma das situações aflitivas.

Duas semanas

Teremos mais duas semanas sob o manto da impunidade dos golpistas até a posse de Lula. Eles permanecem incólumes defronte os quarteis sob a permissão do Exército e sabe-se lá o que Bolsonaro e seus seguidores ainda serão capazes de fazer até a entronização do novo presidente. O atual Manda-Chuva brasileiro segue a cartilha do ex-presidente americano Donald Trump, como mal perdedor e esculhambando tudo que pode depois da derrota em 2 de outubro. E deixará uma herança pesada para a próxima gestão de coalizão que começa dar seus primeiros passos com a aprovação do orçamento 2023.

Senha liberada

Acredita-se nos meios bolsonaristas que o que aconteceu na segunda-feira pode ser uma senha liberada pelo atual presidente para uma tentativa de golpe no próximo dia 1º, durante a posse do novo presidente. Verdade ou não temos ainda alguns dias incertos pela frente mesmo com os avanços para a formação de Frente Ampla, que na verdade é um verdadeiro governo de coalizão para os próximos quatro anos. O antipetismo ainda é forte no País, como também é o antibolsonarismo. Numa polarização tão forte como foi estabelecida, o novo governo vai precisar de muita habilidade para levar a cabo a necessária pacificação.

Que sortilégio?

Vocês já viram um vice-governador de Rondônia criar asas e conseguir se eleger governador em Rondônia? Orestes Muniz em 90, até tentou se eleger, mais foi derrotado por Oswaldo Piana. Assis Canuto, vice de Piana nem tentou, como também não arriscou Aparício Carvalho vice de Valdir Raupp. João Cahula (vice de Cassol) e Daniel Pereira (vice de Confúcio) também tentaram a titularidade e levaram pau. Alguns vices buscaram cadeiras na Assembleia Legislativa e também não deu certo. Miguel de Souza, vice de Bianco foi deputado federal.

Os piores do ano

Todo final do ano divulgo uma lista dos “Piores do Ano” fruto de pesquisa da performance dos políticos da terrinha. Não tenho dúvidas que o campeão deste quesito neste ano foi deputado estadual já cassado, o encrenqueiro Geraldo da Rondônia (PSC-Ariquemes). Protagonizou cenas lamentáveis, toda sorte de escândalos e até de assédio sexual, além de encrencas em órgãos públicos e só foi afastado por insistente intervenção da justiça, já que contou com a cumplicidade da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa para permanecer mais tempo no poleiro. No quesito vexame eleitoral, o troféu vai para o vice-governador Zé Jordan com sua votação pífia a ALE. O restante vem na última edição do ano.

Via Direta

*** A bandidagem se infiltrou nas manifestações dos patriotas bolsonaristas aproveitando o movimento para tocar o terror em Rondônia. Em vários municípios foram identificados pilantras de toda espécie *** Concluídas a quase um ano as reformas do Complexo da Estrada de Ferro Madeira Mamoré ainda não foram inauguradas pela prefeitura de Porto Velho ***E pelo que se vê a coisa vai longe ainda, tendo em vista as licitações para  escolha de lojas nas dependências da obra histórica *** Com isto a revitalização do centro histórico e o fomento ao turismo local foram para o saco durante 2022  *** A novela do orçamento 2023 do governo de Rondônia  deve estar à espera das convocações extraordinárias para a ALE para reforçar o caixa  do Natal dos deputados estaduais.   

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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