Sábado, 4 de maio de 2013 - 08h50
William Haverly Martins
Já não basta o PT bolivariano querer acabar com as instituições democráticas, ou o Ministério Público extrapolar suas funções e querer aparecer mais que o permitido pela lei maior, ou os tribunais afrouxarem a guarda diante da corrupção das quadrilhas do colarinho branco (mais de dois mil processos penais envolvendo crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa, prescreveram nos últimos dois anos). Já não chegam os crimes impunes cometidos por adolescentes, porque as autoridades deste país não conseguem agendar a discussão sobre a redução da maioridade penal. Já não chega a ditadura das minorias, ditando modas, imputando como crime costumes arraigados: não se pode chamar um amigo de “negão”, sob pena de ser considerado racista, agora o negro foi promovido a afrodescendente, e pouco interessa à lei se quem chamou o negro de negro foi outro negro; Se discordo da exposição agressiva de alguns gays, sou taxado de homofóbico.
Existe incoerência maior ter que ler pela cartilha do politicamente incorreto, escrita por pretensiosos e beócios, num país que durante décadas pregou o politicamente correto, como modelo a ser seguido? A boiada indecisa, não sabe se debanda, se volta ou se fica, muito pelo contrário. A crise de pensamentos antagônicos, lutando por hegemonia, confunde até mesmo os formadores de opinião. Não se muda de pensamento num estalar de dedos, nem se pode jogar na lata de lixo a moral judaico-cristã.
Durante décadas as massas negociaram seus votos debaixo da condescendência dos juízes eleitorais: politicamente correto era o pobre oferecer seu voto ao patrão, ou vender a quem mais pagasse por ele, agora querem que o “povo vote limpo”. Como a justiça eleitoral pode pedir voto limpo sem cobrar dos políticos honestidade, probidade, caráter e outras “cositas más” necessárias ao desenvolvimento da carreira política?
Como acreditar numa campanha de voto limpo, quando se tem a dupla Renan Calheiros e Luis Henrique, dominando o Congresso Nacional? Como exigir lealdade do povo, quando se percebe as maracutaias de Ivo Cassol para burlar a lei do Ficha Limpa e sair candidato ao governo do Estado, ou como acenar com multas e cancelamento de títulos se não se consegue prender um tal Donadon, já condenado em última instância, como se essa tal “última”, na indústria dos recursos, seja infinita.
Um país em que um membro do Supremo Tribunal Federal é refém de quem o nomeou para o cargo maior da magistratura, não pode cobrar voto limpo: vide a polêmica do Ministro Fux com o réu José Dirceu; vide os votos de Lewandovski e Dias Tofilli no processo do mensalão, etc.
E não me digam que o povo não sabe votar, o buraco é mais embaixo: falta educação que possibilita a instrução, que abre a mente do cidadão, que se descobre um ser humano, com vontade e ideias próprias. Só e apenas pela educação, o cidadão será capaz de gerar em seu interior uma massa crítica existencial. O voto só será limpo quando possibilitarem ao eleitor uma cidadania plena: a maioria sequer sabe o significado da palavrinha gasta pelo uso inadequado.
Mas a minha preocupação aumenta quando vejo a Nação que passou anos e anos, como a casa da mãe Joana, querer, de repente, virar a casa do príncipe de Gales. Vejamos o exemplo do incêndio da boate Kiss em Santa Maria, causado pela incompetência de fiscalização do Corpo de Bombeiros e da Prefeitura do Município. Como num passe de mágica todos os bombeiros do Brasil querem mostrar serviço.
Aqui em Porto Velho, terra dos bombeiros mais ricos do país: gastam os R$ 14,00 pagos pelos proprietários de veículos motorizados, como taxa obrigatória, comprando Hilux de luxo para desfilarem pelas ruas da cidade. Pois bem (Santa Maria tende piedade de nós), os bombeiros viraram fiscais exigentes, cobrando soluções imediatas para velhos problemas. Lembro de um incêndio ocorrido em uma loja localizada na confluência das ruas Raimundo Cantuária e Nações Unidas, quando os dirigentes dos combatentes do fogo chegaram de Hilux, mas não tinham caminhões pipas suficientes para o combate ao fogo, foi preciso que empresas particulares fornecessem os caminhões, mesmo assim o prejuízo foi grande.
Para encerrar estes chutes raivosos no balde do dia a dia, não poderia deixar de falar no Conselho Federal de Farmácia que resolveu arranjar emprego para farmacêuticos fantasmas, obrigando a contratação destes profissionais, inexistentes em número suficiente, no mercado de trabalho: uma farmácia que funciona em regime integral, por exemplo, tem que possuir, em seu quadro de empregados, 4 farmacêuticos. Imaginem as farmácias do interior... Parece que a função deste Conselho é dificultar a vida do cidadão: ai de quem necessite de um remédio, durante a madrugada. Muitas farmácias estão fechando as portas porque não conseguem encontrar os profissionais exigidos. Segundo o presidente do Sindicato dos Proprietários de Farmácia, o Estado precisa mais do que o dobro de farmacêuticos para atender à exigência absurda.
A crise de bom senso continua atormentando meu dia a dia e me dificultado o silêncio.
Detalhes biográficos: baiano de nascimento, mas rondoniense de paixão, cursou Direito na UFBA e licenciou-se em Letras pela UNIR, é professor, escritor, presidente da ACRM – Associação Cultural Rio Madeira e vice-presidente da ACLER, – Academia de Letras de Rondônia, onde ocupa a cadeira 31.
NÃO PERGUNTES POR QUEM OS SINOS DOBRAM - NECROLÓGIO DO ACADÊMICO HERCULANO MARTINS NACIF
Por William Haverly Martins Só os poetas são donos do privilégio inominável de ser ele mesmo e o outro ao mesmo tempo, só eles conseguem ingressar o
Presidente da ACRM, Francisco Lima e o general Novaes Miranda em reunião na 17ª Brigada Hoje, 26 de março, a Associação Cultural Rio Madeira, represen
MANIFESTO 'VIVA MADEIRA-MAMORÉ'
A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) esteve conectada à extração da borracha desde o ano de 1903, a partir do Tratado de Petrópolis entre Brasil
Integrantes da ACRM visitam obra de restauração da antiga Câmara Municipal
Ontem, dia 31 de janeiro de 2014, por volta das 09h30 da manhã, vários integrantes da Associação Cultural Rio Madeira, ciceroneados pelo presidente Wi