Sexta-feira, 15 de julho de 2011 - 11h27
Advogado foi à embaixada dos EUA denunciar tratamento desumano aos Soldados da Borracha |
O Embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Thomas Shannon, recebeu em audiência o advogado rondoniense Irlan Rogério Erasmo da Silva, defensor dos Soldados da Borracha, contingente de nordestinos que, durante a Segunda Grande Guerra, vieram para a amazônia trabalhar na produção de látex e goma-elástica para o bloco dos países aliados, juntamente com os seringueiros que já se encontravam na região. O encontro só foi possível porque houve a intermediação do escritor norte-americano Gery Neeleman, que recentemente esteve nesta capital com a também escritora Rose Neeleman, onde lançaram o livro Trilhos na Selva, contando a vida dos funcionários da empresa que construiu a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, edificada entre 1907 e 1912. O projeto de recrutamento de homens para a produção da borracha extraída da seringueira teve por base o chamado Acordo de Washington, assinado em 1942 por Getúlio Vargas e Franklin Roosevelt.
Advogando para o Sindicato dos Soldados da Borracha e Seringueiros do Estado de Rondônia, o causídico vem chamando a atenção da imprensa por ter colocado os Estados Unidos da América do Norte, juntamente com a União, como réus num processo que tramita na Justiça Federal e pede indenização por dano moral e material em razão de violação aos direitos humanos dos seringueiros e arigós, em regime de utilização de mão de obra análoga à escrava posta em prática nos seringais da amazônia durante o período de 1942 a 1945. A ação cível tramita na 2ª vara federal, responsabiliza a República Brasileira e o Estado Norte-Americano pelo tratamento degradante a que foram submetidos os produtores de látex e reclama o pagamento, pelos réus, de 725 milhões de reais a título de indenização.
Como resultado desse encontro, Estados Unidos da América se comprometeram a juntar aos autos do processo judicial um dossiê completo sobre o montante de dinheiro enviado ao Brasil, estimado em mais de 100 milhões de dólares. O advogado Irlan Rogério denunciou ao embaixador que os Soldados da Borracha foram submetidos a tratamento desumano e degradante durante a jornada de trabalho que tinha por fim fornecer látex coagulado necessário à indústria bélica americana e ao Estado Brasileiro, na Segunda Guerra Mundial. Segundo Irlan, as milionárias cifras de dinheiro americano depositadas nos cofres do Banco do Brasil não foram aplicadas nos verdadeiros objetivos acordados entre os dois países, relegando milhares de seringueiros à escravidão branca no meio da selva Amazônica.
Ao contrário do Brasil, o Departamento de Estado Norte-Americano dispõe de todos os documentos que comprovam as cifras, em milhões de dólares, destinadas pelo governo daquele país ao empreendimento estratégico-econômico chamado de “batalha da borracha”. “Este dinheiro deveria ter servido para garantir a dignidade dos seringueiros nos seringais da Amazônia. O dinheiro não chegou aos seringueiros e, mesmo sem as condições financeiras adequadas, os combatentes da borracha conseguiram produzir a borracha necessária aos aliados, mesmo submetidos passivamente a um sistema de escravidão” - disse o advogado dos seringueiros.
O Embaixador Thomas ficou impressionado com os fatos e manifestou sua disposição em atender o ofício do Ministério das Relações Exteriores do Brasil e apresentar as provas documentais no processo de indenização dos seringueiros, por considerar que assim estará honrando seu país e os milhares de soldados da borracha, vivos e mortos, que lutaram pela paz mundial, considerando que esta é a oportunidade de oficializar o respeito dos EUA pelo sacrifício dos homens que possibilitaram o fim da guerra e a vitória dos aliados com a ajuda da produção do látex. (Reportagem freelancer de Antônio Serpa do Amaral Filho)
Fonte: Antonio Serpa do Amaral Filho / antonio.serpa@trf1.gov.br
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