Sexta-feira, 16 de março de 2012 - 19h22
Por William Haverly Martins
Há alguns meses, por ocasião do lançamento do livro - Imagens de Rondônia: a fotografia documenta a história - desta mesma autora, insubstituível quando o assunto é a publicação de livros que registram as nuances da cultura do Estado de Rondônia, fizemos um breve relato sobre a escritora Yêdda Pinheiro Borzakov, enquanto filha, mulher, mãe, avó. Falamos da influência de seu pai, Dr. Ary Tupinambá Penna Pinheiro, na sua formação cultural, especificamente na proficuidade de sua veia criativa, de seu gosto pela pesquisa, de sua paixão pelos naipes da cultura karipuna e pela herança do cosmopolitismo da EFMM.
Hoje, investido, pela autora, mais uma vez, nas funções de arauto do novo lançamento titulado - PORTO VELHO: IMAGENS CULTURAIS – desempenho meu papel com distinção, alegria e prazer: não só pela amizade que nos une, não apenas pelo honra de tê-la como companheira de tribuna nas pugnas acadêmicas da ACLER, mas e principalmente, pela competência que exala de seus neurônios em forma de escritos, quase que ininterruptamente, nestes tantos anos de dedicação à arte literária, à história de nossa gente, às narrativas nativistas. Atividades premiadas no contexto da opinião pública, com o título de dama de ouro das letras rondonienses.
Desta vez a professora Yêdda Pinheiro Borzakov foi ao mundo do conhecimento, ao mundo da cultura humana, fez uma viagem fantástica ao longo do farto saber portovelhense, com o intuito de propiciar aos leitores daqui e d’alhures, um olhar panorâmico da evolução da nossa diversidade cultural.
Para tanto, se fez instrumento de diferentes leituras, com indiscutível êxito na catalogação das inúmeras facetas da cultura de nossa região, valorizando as marcas e influências distintas dos demais estados brasileiros e dos países participantes da epopeia da construção da EFMM, no demonstrar a singularidade de Rondônia e sua capital, no vasto universo da história cultural brasileira.
Diante da dinamicidade, costumo fazer a analogia da cultura de uma cidade, de uma região, de um povo, com uma imaginária árvore frondosa e frutífera em constante desenvolvimento, ocorreu-me fazer o mesmo com o livro da Yêdda, é como se a professora, usando as prerrogativas da imagem e semelhança da divindade, criasse uma semente singular com a ideia de seu livro, ao tempo em que deitava esta semente no solo fértil da pesquisa, assistindo, no labor da persistência, ao nascimento e a formação de raízes fortes com a sequência cronológica dos capítulos, com o registro de nomes, ocorrências e fotografias. Cada fato novo descrito, cada folguedo folclórico apresentado, cada descrição do surgimento de uma manifestação artística na construção da identidade cultural, é como um galho que nasce neste tronco de inúmeras possibilidades. No desenrolar das páginas, a professora Yêdda vai edificando a sua árvore, acrescentando galhos/lendas, galhos/festas, crendices, enumerando os jornais, os jornalistas, os autores das artes literárias, os magos das artes plásticas, os tipos populares, os sambistas, os poetas, o cultivo de plantas medicinais, as profissões folclóricas, os mercados, os cinemas, os clubes sociais, enfim, galhos, folhas, frutos, componentes essenciais na edificação de nossa árvore cultural, culminando com o capítulo dedicado às universidades de Porto Velho, como que colocando a educação no topo desta construção, como que demonstrando que a educação é a seiva indispensável no desenvolvimento desta árvore em constante crescimento, o alimento que interliga todos os galhos, melhorando a dinâmica da qualificação cultural.
Yêdda, com a humildade que lhe é característica, não se apresentou em nenhum dos capítulos deste quase completo catálogo da cultura de Porto Velho, embora seja um retalho vivo e atuante da grande colcha multicor do nosso Patrimônio Histórico Cultural Imaterial. Suas obras publicadas testificam minhas palavras, isto para não falar da água de suas ações à frente do Departamento de Cultura da SECET e da FUNCER/FUNCETUR, com a qual regou esta árvore metafórica, possibilitando o surgimento de galhos novos. Ela não está no livro, mas o livro está impregnado de suas ações invisíveis, além do que, como autora, pertence ao rol dos renomados membros da cultura rondoniense.
Finalizando, gostaria de reverenciar a mulher e a poesia, gratificantemente juntas nas homenagens do mês de março. Ignorando os fatos históricos, prefiro creditar o Dia Internacional da Mulher ao remorso masculino por anos e anos de segregação. A professora Yêdda, pela enorme carga de feitos e escritos, é a prova viva de que a capacidade intelectual não possui gênero. Parabéns, professora, por mais este magnífico trabalho. Para nosotros, Dia Internacional da Mulher é o dia em que se comemora o reconhecimento da parceria, da vitória de quem, no dizer de Cora Coralina, “fez a escalada da montanha da vida, removendo pedras e plantando flores”.
Neste Dia Nacional da poesia, não por acaso, também o dia do nascimento do poeta baiano Castro Alves, sugiro a todos que, ao adquirirem o livro Porto Velho: Imagens Culturais, descubram, com a sensibilidade própria, a poesia embutida em cada imagem da cidade, em cada frase e creditem ao todo a simbologia destes versos do poeta Ernesto Melo:
Porto Velho meu dengo
Desde que eu me entendo
Tu és o meu caso de amor
O teu céu, o teu sol, o teu ar,
Teu perfume, tuas meninas em flor
O teu verde é o mais verde dos verdes
Teu luar é o mais belo luar
E quando se faz serenata
Tua lua de prata é um convite pra amar
Teu rio, o belo Madeira
Me traz alimento na palma da mão
Tuas matas guardando tuas caças
Que alimentou a minha geração
Teu solo, teu rico minério
A tua fartura, teus frutos, teus grãos
Por isso meu peito se encerra
Eu amo esta terra com tanta paixão
Se eu for cantar Porto velho
Te juro meu velho
Eu não paro hoje não.
Muito Obrigado!
williamhaverly@gmail.com witahaverly@hotmail.com,
Baiano de nascimento, mas rondoniense de paixão, escritor, presidente da ACRM (associação Cultural Rio Madeira) e vice presidente da ACLER (Academia de Letras de Rondônia), onde ocupa a cadeira 31.
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